Mudança de Vida

Natália Narrando:

As exatas 09:00 horas da manhã já escuto um barrulho, não LIGO muito até perceber que o certo barrulho é dentro da MINHA casa.

" Socorro, tem um ladrão aqui."

Oque eu faço?

OQUE EU FAÇO?

Calma Natália, não entre em pânico!

Como não vou entrar em pânico?

Tá parei, estou sendo muito escandalosa.

Não me importando muito para os meus trajes, abro à porta de meu quarto e desço as escadas, logo encontrando uma penca de homens carregando caixas para fora de minha casa.

- Natália! - Minha mãe exclama em tom de reprovação, com certeza é por causa dos meus trajes.

- O que tá acontecendo aqui, mãe? - Pergunto ignorando-a.

- Nossa mudança para nossa nova casa é hoje, filha. - Dona Amanda fala e eu suspiro me lembrando que iremos para a casa do Cézar.

- Tinha esquecido. - Murmuro.

- Eu percebi, agora suba termine suas malas, se arrume e venha tomar café, assim que terminarmos aqui iremos para nossa nova casa. - Minha mãe fala contente.

- Dona Amanda, eu nem me despedi das meninas. - Falo seriamente.

- Dona Natália, você não vai fazer birra agora não, tá me ouvindo? Nós vamos para o outro lado da cidade, não para o outro lado do mundo. - Minha mãe fala, eu iria protestar mas sem ter argumentos resolvo me calar e fazer o que ela MANDOU. Como é duro ser eu.

Depois de umas cinco horas, eu acho, havia terminado de arrumar as malas. Tomei um banho e me arrumei com um look maravilhoso da nova coleção de minha mãe, acho que esqueci de comunicar, minha mãe é designer, um sonho de consumo, porque todas as coleções que ela lança eu tenho no meu closet e agora ela fez uma parceria com a adidas, isso é magnífico.

Aos poucos coloco todas as minhas malas no elevador e tento entrar junto com as 12 malas e finalmente consigo, aperto o botão pra descer e em minutos chego a onde minha mãe se encontra.

- Mãe, uma ajudinha por favor. - Falo e ela vem até mim, correndo.

- Minha nossa, não me diga que todas as minhas coleções estão nas 1...2...3...12 malas? - Minha mãe pergunta com os olhos arregalados.

- Não vou responder, porque eu sei que a senhora sabe à resposta. - Falo e ela gargalha.

- Estamos atrazadas querida, Cézar ainda quer fazer o pedido do buffet. - Minha digníssima mãe fala, me lembrando que o casamento está próximo.

Eles iram casar no religioso, coisa que meu pai nunca quiz e depois no cívil, nunca vi os olhos da minha mãe brilhar tanto quando ela está com Cézar e igualmente ele, os dois se combinam e como diz minha falecida avó, eles são à metade da laranja um do outro.

Ai como eu tô poética.

- Vamos logo dona Amanda, qualquer coisa comemos algo no caminho. - Falo e saimos de casa, entrando no carro logo após e ela logo da partida.

Tchau casinha linda! A despedida sempre é uma coisa difícil.

Bom, depois de uma hora de relógio chegamos à um restaurante para repor as forças que eu não tenho, que bom que hoje a grande Rio de Janeiro está menos movimentado e sem trânsito o que faz minha viagem ser mais calma, sem várias buzinhas entrando na minha cabeça.

Depois de um almoço reforçado entramos no carro, coloquei o cinto de segurança, os meus fones de ouvido. Estava escutando uma música que resume minha vida, pacificadores vida bagunçada.

Acabei cochilando, eu acho. Só sei que quando acordei vi o carro da mudança em frente a uma casa magnífica, MUITO LINDA MESMO, chega até ser mais linda que a minha, mas isso não vem ao caso.

Agora me digam, será que o cara, vulgo meu padrasto, é moderno?

- Chegamos meu amor. - Minha mãe fala e eu só acinto e tiro os fones colocando na minha bolsa.

- Meninas. - Ouço a voz de Cézar.

- Olá amor meu. - Minha mãe fala e me controlo para não ir.

- Olá, cézar. - Falo e solto um sorriso.

- Venham conhecer sua nova casa. - Cézar fala e puxa minha mãe e eu pelos braços.

- Luíza, Luiza. Aqui estão Amanda minha futura esposa e Natália minha enteada. - Cézar fala e rapidamente viro para frente para vê-la melhor.

- Olá Amanda, olá Natália. - A jovem garota de cabelos negros fala.

- Olá querida. - Minha mãe fala e eu só dou um sorriso envergonhado.

- Suas malas já foram levadas para o quarto, quer que eu mande alguém arruma-lás? - Cézar pergunta.

- Não precisa Cézar. - Falo.

- Então... Luíza por favor leve Natália até seu quarto e monstre os cômodos pra ela se não tiver muito cansada. - Cézar fala.

- Okay papai. - Luíza fala e minha mãe e Cézar se retiram.

- Vem comigo, Natália. - Luíza fala e me puxa escadaria à cima.

- Chegamos, aqui está seu quarto. - Luíza fala.

- Magnífico. - Falo olhando cada cantinho e logo após vejo minhas lindas 12 malas.

- São todas sua? - Luiza pergunta apontando para as malas.

- Sim, quer me ajudar? - Pergunto tentando ser simpática, por que até agora ela foi né gente?

- Claro. - Ela fala sorridente.

- Não podia deixar as minhas roupas né? São todas da coleção de minha mãe. - Falo.

- Super amo as coleções de Amanda. - Luiza fala.

- Inclusive, você está usando uma da terceira coleção. - Falo.

- Como sabe? - Luiza pergunta.

- Tenho todas e conheço todas. - Falo e ela sorrir. Estávamos arrumando as roupas a um bom tempo e eu já estava ficando com fome.

- Vamos fazer um lanchinho? - Luíza fala.

- Vamos sim, essa arrumação toda me deixou com fome. - Falo e Luiza gargalha.

- Boa tarde senhor Luíz. - Luíza fala debochando.

- Tarde? Não é manhã? - O tal de Luíz pergunta, com certeza bebeu.

- Luiz, vai logo para o teu quarto, toma uma ducha gelada e vê se dorme um pouco, porque se o papai te ver nessas condições já era viagem no verão e sua BMW. - Luíza fala e Luiz levanta a mão em rendição.

- Tá, tá, tá... - Ele fala subindo as escadas, logo para e olha para trás. - E aliás quem é a gatinha aqui? - Luiz fala olhando para mim, com uma cara de quem ta imaginando altas loucuras.

- Vai tomar um banho depois nos conversamos, Luiz Medeiros. - Luiza fala e empurra o irmão para que ele volte a subir as escadas.

- Me passa seu número gatinha. - Luiz grita da escada.

- Não será possível, quem sabe quando estiver mais lúcido não conversamos? - Falo e Luiza rir.

- Kkk, vai logo para o banho, Luiz. - Ela olha para ele e depois volta sua atenção para mim. - Desculpa Natália, o Luiz quando quer é um idiota. - Luiza fala e eu rio ironicamente.

- Percebi. - Falo e logo nos retiramos para a cozinha.

Eu confesso que adorei a atenção que ele me propôs, mesmo sabendo que está muito bêbado. Mesmo sabendo que ele é filho do meu padrasto, se não fosse as circunstâncias óbvio que eu até pensaria em namora-lo.

{...}