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Morando com o INIMIGO

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LuadMel
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Resumo

Ivy Olivares estava animada para a nova vida que conseguiu na cidade grande depois do ensino médio. Um estágio divertido, uma faculdade incrível, um apartamento maravilhoso que dividiria com mais cinco colegas animados e que provavelmente iriam incrementar ainda mais todas as suas saídas para festas. Porém, quando ela achou que toda sua vida estava começando enfim a ter um caminho certo, ela se deparada com Apollo Kade, o terror de toda sua existência. Apollo Kade foi o responsável por ela não ter dançado em um Baile no fim do fundamental, porque ele lutou para cancelar aquela festa. Apollo Kade também foi o responsável por ela não ter dado seu primeiro beijo na noite do baile “bem-vindos no ensino médio” porque ele cortou a energia. Apollo Kade foi o responsável por ela não ganhar em primeiro lugar na feira de ciências. E seu projeto pegando fogo foi parar na diretoria. Apollo também era o responsável por ela não ser a número um da escola porque ele sempre aparecia com a nota mais alta. Ele também foi responsável por ela não ter paz, porque ele de todos os garotos daquela escola, era o único que fazia questão de não deixar que nada que ela lutasse desse certo. E agora, conviver com ele debaixo do mesmo teto até poderia ser um grande problema, se Ivy não fosse tão astuta a ponto de descobrir o maior segredo do seu INIMIGO e usar ele para se vingar.

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Cap. 1

Naquela manhã de quarta-feira, a chuva parecia querer descer do céu com toda força do mundo, mas para a sorte da garota sorridente que terminava de colocar o último casaco dentro da mala e fechá-la, aquela seria talvez a última chuva que pegaria na cidade onde nasceu e cresceu ao lado de seus pais e seu irmão mais velho que provavelmente chegaria atrasado para sua despedida, o que não era nada assustador.

Encarou o quarto agora vazio, já tinha ouvido que sua mãe transformaria aquele espaço num glorioso closet. Do seu pai que montaria uma academia para não ter que sair de casa, e do seu irmão que transformaria em uma sala de jogos. O importante de tudo isso é que ela não estaria aqui quando os três descobrissem que fizeram planos para o mesmo espaço.

Colocou seu top dos sonhos se olhando no espelho. Gostou do viu. Os seios medianos ficavam mais expostos, além da tatuagem que fez no último dia de aula com seus amigos realçava bem entre os seios apenas para lembrar o quanto foi corajosa em escolher uma parte tão dolorosa para colocar uma linda coroa. A coroa de uma linda rainha que lutou todo o ensino fundamental e médio para se preparar justamente para aquele dia, e finalmente triunfar com grandeza.

Poderia dizer mais sobre o quanto estava ansiando para aquele dia?

Colocou seu short verde claro assim como seus olhos, mostrando a todos que não estava naquela cidade para brincar. As botas pequenas eram seu maior charme, lhe acompanharam na maior parte de sua caminhada e claro que não iria deixa-las para trás. E depois de soltar os cabelos que mal chegavam aos ombros, estava pronta para brilhar.

— Ivy! - A moça encarou os olhos de sua mãe no espelho e sorriu animada se virando para vê-la melhor. Colocou as mãos na cintura mostrando seu look perfeito mais animada. — Aqui ainda faz frio. Se acha que consegue chegar ao aeroporto com essa roupa, boa sorte. - Entrou no quarto apenas para abraçar novamente a filha que lhe deixaria em breve — Já estou morrendo de saudades suas, tem mesmo que ir?

— Ah quem você quer enganar? - Se afastou para vê-la enxugar as lágrimas falsas no canto de seus olhos — Você está apenas esperando eu sair por aquela porta para começar a preparar esse quarto. E está há anos esperançando meu irmão sair para também se ver livre dele. Como você consegue fingir tão bem?

— Estou tentando ser uma boa mãe para depois não sair por ai dizendo que foi expulsa de casa e com uma semana sua mãe transformou seu quarto num closet charmoso com tudo que o dinheiro pode comprar. - Contou indo até a janela para procurar qualquer sinal do filho que novamente estaria atrasado. — Eu estou feliz que esteja indo seguir seus sonhos e melhor, para a faculdade que sempre quis, mas não posso deixar de sentir que está indo para muito longe e passarei muito tempo sem te ver.

— Ah mamãe - Se aproximou da mulher lhe abraçando por trás. Uma das coisas que nunca esqueceria seria o cheiro de lavanda que a mulher possuía, era como se fosse o cheiro de casa, e se pudesse levava consigo. Mas a ideia de sair de casa, de crescer longe, fazer uma faculdade, um estagio ganhar seu próprio dinheiro, conhecer novas pessoas era tão mais intensa que mal conseguia esconder o sorriso de felicidade. — Eu vou sentir sua falta também, e podemos nos falar todos os dias.

— Claro que vamos nos falar todos os dias porque é logico que eu preciso reclamar do seu pai todos os dias. E quem mais precisa ouvir isso além de você? - Sorriu de lado ouvindo a risada de sua filha. — E também quero que você conte tudo o que lhe acontecer. Desde o momento em que acordar até a hora de dormir. Eu não quero que você passe o tempo todo chorando como fazia no ensino médio. Lembre-se que agora você é uma mulher adulta e eu te criei para erguer a cabeça e seguir em frente.

— Ah, isso eu vou fazer. E claro que não vou sair por aí chorando porque estou livre. Livre do Apollo Kade e do seu bullying. - Voltou para suas malas, deu uma última olhada no espelho arrumando seu cabelo para trás da orelha — Mas nesta manhã, não vamos lembrar desse filho de uma mãe, que me fez raiva tanto tempo. Não vejo a hora de ir embora e nunca mais ter que olhá-lo, finalmente.

— Ah minha filha. Você também precisa superar o Apollo. - Ivy revirou os olhos — Você já devia ter reparado melhor, talvez ele faça isso apenas para chamar sua atenção. Toda garota iria querer se aproximar daqueles braços cheios de músculos, e tocar naquele cabelo que bate no meio das costas, cada fio mais negro que o outro. - A mais nova revirou os olhos buscando sua mochila — E sem contar que quando ele subia naquela moto, ficava um charme. Você sabe quantas garotas eu vi aqui no jardim o pedindo para ir ao baile com elas?

— Eu não sei. E na verdade ninguém sabe por que ele também destruiu a noite do baile. - Parou no meio do quarto puxando todo o ar para dentro dos pulmões, queria se acalmar e não lembrar que na noite em que achou um par perfeito, que estava linda dentro de um vestido rosa, a sua música preferida tocando no fundo, e sem nenhum sinal do Apollo para tirar alguma graça com ela, daria o seu primeiro beijo. Sim, o seu primeiro beijo porque nenhum garoto se aproximava dela depois de tanta palhaçada do seu inimigo. E bem naquela hora, onde seu sangue gelou, o coração disparou… Tudo se apaga, o desespero no peito de todo mundo ali dentro daquele salão ataca.

Ele tinha acabado com tudo.

— Enfim, vamos descer, se o Adam não chegar a tempo, tudo bem. - Pegou o resto de suas coisas com sua mãe ajudando e saíram do quarto. Puderam ouvir algumas risadas vindas da sala e logo encontraram o pai sentado no sofá assistindo outra de suas séries preferidas. Quem via assim, nem parecia que estava preocupado com sua única filha tomando o rumo pra fora DA CIDADE.

Adam não chegou a tempo de pegá-la em casa, mas lhe encontrou ainda no aeroporto. Apesar de já ter avisado que não sairia de casa tão cedo, ele era um garoto responsável, trabalhava em qualquer lugar além de pagar sua faculdade com as tripas e o coração. Tinha ajuda dos pais? Claro que sim, mas quase nunca corria para o colo deles. O abraço apertado naquele momento significou muitas coisas. Era uma despedida, uma forma de mostrar que mesmo distante eles estaria juntos, porque irmãos eram isso; poderiam está a quilômetros de distância, mas eles sempre estariam juntos, seja numa mensagem rápida ou uma ligação de ajuda.

— Boa sorte, e se alguém te irritar, espera ao menos para saber se você conseguira ganhar numa briga - murmurou ao desfazer o abraço fazendo Ivy sorrir. Tá certo que ela sempre foi uma garota estressada, mas as pessoas tinham que entender que ela só se estressava quando Apollo aprontava consigo. Revirou os olhos.

— Não se preocupe. Não vou arrumar briga. Sou uma nova mulher. - Avisou contente, porque de fato estava indo para sua nova vida, e uma nova mulher pousaria em Valcolink onde todos os dias o sol fazia questão de brilhar e dar luz a todas as pessoas boas e quando a noite chegava a lua vinha trazendo um frio incomum.

— Imagino bem, o total desastre que vai chegar naquela cidade. - O irmão se despediu e depois de outros abraços em sua família, ela finalmente deu as costas para ir embora sem nenhuma lágrima no rosto.

Alguém em algum lugar a julgaria por querer, querer muito, desesperadamente sair da sua cidade e de perto da sua família, mas muitos outros iriam entender a sua felicidade de sentar naquela poltrona sem arrependimento nenhum. Seus amigos entendiam a necessidade de conhecer o mundo, sua família também, então não tinha porque se arrepender ou se sentir culpada.

O voou durou quase cinco horas e a viagem foi glamorosa; dormiu e acordou, postou em todas as redes socais sobre sua linda viagem e pousou de madrugada na cidade dos seus sonhos onde o sol já nascia.

A cada passo que dava pelos corredores do aeroporto, o coração acelerava, a ansiedade de gravar cada momento e nunca mais esquecer era inevitável. Quando as últimas portas se abriram, avistou várias pessoas com placas e até casais se encontrando. Certeza que aquela cidade era mais do que amada por todos.

Logo avistou seu nome numa placa, conhecia bem aquele rosto de todas as fotos que recebeu. Foi se aproximando devagar admirando a beleza de Madison Diaz que pessoalmente era duas, três até umas dez vezes mais linda.

Correu para abraçar a mulher que fora recebida da mesma forma. Conversava com Madison há um tempo e foi uma das pessoas que mais lhe deu forças para viajar desde que soube da faculdade. Estudariam juntas direito.

— Finalmente você chegou. Confesso que estava tão ansiosa. Parecia que nunca iria aparecer - Contou Madison crescendo cada vez mais o riso na cara. — Eu fiquei para te levar porque o outro garoto que chegou se deu bem com os meninos e foi embora. Vamos indo que a Amber foi apenas pegar um sorvete e vai surtar quando te vir também.

— Estou animada. - Agarrou-se ao braço da garota e juntas voltaram a caminhar em direção a saída, no caminho encontrou a outra garota e foi uma gritaria sem parar. Amber era uma das garotas que já morava na casa há um tempo, e ficou para trazer mais gente para aquele lugar uma vez que os formandos se foram. — É um prazer te conhecer.

— O prazer é todo meu. Parece que estamos em sintonia e finalmente teremos um ano excelente. - Contava Amber enquanto levava as garotas para o carro — Nosso apartamento não é tão arrumado assim, mas é grandioso e o mais perfeito de todos. Tem os seis quartos e agora temos três homens e três mulheres.

— Agora estamos no mesmo nível - Madison sentou no banco da frente já colocando o cinto antes da outra dar partida em direção ao apartamento. — Ano passado a gente conseguiu ficar com mais dois homens, ou seja, tínhamos quatro homens e duas mulheres, seis pessoas dentro de uma casa onde as decisões não eram tomadas em grupo e eles sempre ganhavam - comentou quase chorando. — Esse ano, nós podemos bater de frente. Eles não vão querer enfrentar duas advogadas, certo, Ivy?

— Certo. - Gritou de trás e preparada para tudo que viesse acontecer. Valcolink era uma cidade muito bonita enquanto assistia todas as pessoas e prédios, algumas praças e casas. O sorriso que crescia no rosto de Ivy aumentava a cada momento, estava tão feliz de estar ali que nem conseguia esconder os dentes. — Estou um pouco nervosa com tudo. - Confessou para as outras que sorriram entendendo.

— A gente sabe como é, mas fica tranquila. - Madison foi a primeira a simpatizar. — Eu também estava nervosa quando cheguei, afinal, estamos numa cidade nova, teremos um emprego novo, e no seu caso é o primeiro. Além de sair do seu cantinho para morar numa casa com mais três homens e duas mulheres, isso dar medo. Mas te garanto que é uma das loucuras mais maravilhosas do mundo.

Expressou-se Madison com um sorriso grandioso, orgulhosa da sua trajetória. Também tinha chegado cheia de medo e com saudades de casa, mas hoje, ela entendia que se tivesse ficado na sua cidade, nunca tinha conquistado sua independência tanto financeira quanto mental.

— Você vai amar nosso prédio. Tem academia, piscina, salão de festa e aula de dança com um professor particular que é um gostoso e não é gay. Eu mesma tive que ir provar. - Amber abriu um sorriso fazendo as outras rirem também. — Quero que você conheça tudo e antes do meio dia vamos sair. Temos um encontro com os meninos no nosso restaurante preferido. - Contou mais empolgada ainda. — Parece que os outros se deram bem com o novo garoto.

— E eu tenho que concordar, ele é muito bonito. - Comentou a outra mais empolgada. — Falando nisso, Ivy você não tem namorado, não é? A faculdade é cheia de homens gostosos do começo ao fim, além de que a gente adora sair às noites, então fique ciente que vamos te arrastar mesmo que não queira.

— Ah não, eu nunca tive um namorado para ser sincera - Amber estacionou o carro rapidamente e logo olhou para trás encarando os olhos esverdeados da menina sorridente — Sério, estou falando sério.

— Não me venha dizer que é virgem, porque ai eu vou surtar. - As duas da frente fixaram o olhar na recém-chegada esperando tudo menos uma confirmação de que era virgem. — Não que isso seja um problema, longe de mim, mas estamos aqui combinando de tomar todas e te entregar para qualquer homem bonitinho que pareça confiante e você é virgem.

— E claro que se você for, vamos te ajudar a perdê-la com uma pessoa especial porque eu ainda sou a favor de você perder com uma pessoa maravilhosa e que tenha amor. - Tanto Amber como Ivy encararam Madison que mantinha sua postura perfeita. — O que? Falei algo de errado?

— Você me disse que perdeu a virgindade encostada num poste de luz atrás da sua casa com um amigo do seu irmão que foi procurar drogas, aonde você tá me dizendo que foi romântico? - Ivy riu.

— Gente, antes de mais revelações, eu não sou virgem. Eu disse que nunca tinha tido um namorado, não que era virgem. Se acalmem. - Mentiu. Ela teve sim seus momentos românticos é claro, mas o garoto não parecia ser o tipo de homem que ela queria ter sua primeira vez, e depois de alguns amassos ela desistiu. — Eu sim perdi com romance, era meu aniversario de dezenove anos.

Mentiu mais ainda.

— Quer dizer que isso foi ano passado? - Madison questionou mesmo que soubesse a resposta. — Tudo bem, não estamos aqui para reclamar, mas me conta, ele era bonito?

— Ah, sim, ele era - Amber desceu do carro primeiro e junto das garotas tiraram as malas e subiram para o andar em que iria morar.

No trajeto Ivy contou tudo sobre o único garoto que gostou de verdade e se pudesse revê-lo ao menos uma vez na vida iria gostar. Além de contar também que ele foi o único com quem foi para cama, e depois dele, nenhum outro garoto se atreveu a lhe chamar atenção. Não sabia se era porque era apenas muito exigente, ou porque a sombra, de todos os apelidos que ganhou de Apollo Kade, fazia efeito em todos daquele colégio e bairro.

— Seja bem-vinda a sua nova casa.

As garotas deram passagem para Ivy entrar e se maravilhar com tudo que tinha ali. A entrada já dava na sala com sofás vermelhos e uma TV na mesma parede da porta com vários videogames e controles espalhados pela mesinha de centro, chão e sofá.

Madison foi logo catando tudo e reclamando da bagunça que os meninos conseguiam fazer enquanto Ivy estava encantada, apesar da bagunça enorme em frente à TV, a mesa que dividia a sala da cozinha estava arrumada, tudo era bem equipado e limpinho, os moveis e eletrodoméstico brancos como se fosse combinado. A verdade é que todos eles trouxeram alguma coisa, só não imaginavam que ia combinar tanto com o passar dos tempos.

— O que achou? - Amber colocou a última mala para dentro indo até a geladeira — A gente costuma fazer o mercado juntos, assim todo mundo sabe quem comprou o que e tomamos e comemos tudo em conjunto. Isso nunca deu problema, então o sistema permanece. - Contou — Ah não ser, que você esteja em alguma dieta especial, avisa a gente. Um exemplo disso é o nosso menino Hidan, ele é aqueles ratos de academia. Toma dez vitaminas diferentes e só come alface na frente das pessoas, mas quando chega em casa devora tudo que ver pela frente.

— E continua um gostoso. - Madison voltou a sorrir entre as garotas. — Sério, recomendamos também que não namore nenhum dos meninos do nosso dormitório porque eles não prestam, ah, e não podemos trazer ninguém para cá. Tipo, uma amiga para estudar, um colega para passar à tarde, tudo bem, mas aqui na sala, nada de subir para os quartos.

— Essa é uma regra muito importante. - Amber começou. Era a mais velha da casa e a que mais passou tempo com outros estudantes. — Tivemos uma rivalidade uns anos atrás. Um amigo trazia a namorada para dormir aqui e acabou que ela errou de quarto e acabou dormindo com outro coleguinha. Isso é o que ela diz, eu acho que ela sabia onde estava entrando. - riram principalmente Madison. — Vamos lá em cima que quero te mostrar os quartos.

O andar de cima era mais bonito, havia uma pequena escada e o corredor com corrimão que tinha como paisagem o andar de baixo, cada porta tinha um número até o fim do corredor, todos com acesso a vista de baixo.

— Os garotos são uns charmes, preferiram os últimos. O meu sempre foi o terceiro, e o da Madison o segundo, o seu é o primeiro. - Ivy nem reclamou, apenas abriu a porta com o coração na mão.

Era espaçoso, e aparentemente aconchegante, uma janela grande no fundo com TV, cama e uma mesa para estudos, muito organizado e da cor rosa, era muito a sua cara, mas estava mais animada em ver a paisagem de fora. A cidade era bonita dali, bom, no momento, tudo era perfeito aos seus olhos.

— Perfeito, não é? No primeiro ano eu fiquei nesse quarto. Mas aí eu tive que trocar porque a outra garota que estava aqui ano passado exigiu o quarto maior. - Contou Madison ao parar ao lado de Ivy na janela — eu disse que aqui era como está em um sonho, você vai amar.

Ivy concordou e contou novamente o quanto estava animada para viver cada coisa com calma. Trouxe suas malas para o quarto com ajuda de Amber e Madison que não desgrudaram de si nem por um segundo. Teve ajuda das garotas para arrumar suas roupas e alguns acessórios que acabou trazendo, como quadros de fotos de sua família e suas maquiagens que não era poucas.

Quando ela pensou em fazer mudança, sabia que não podia levar tudo do seu quarto, mas pelo menos metade das coisas ela fez questão de socar dentro de seis malas e trazer. Suas roupas ela não deixaria, sapatos que chorou meses para seu pai comprar muito menos.

Tudo virou uma questão de colocar dentro de uma mala. Ali, aproveitou para conhecer o quarto das garotas que eram claramente mais equipados, depois de anos vivendo ali, claro que tudo estaria perfeito. Prometeu fazer a mesma coisa. O aluguel do apartamento era baixo e tinha amigos e tudo mobilhado.

Seus pais pagariam o primeiro ano e enquanto eles não desistiam disso, guardaria todo o dinheiro para pagar o próximo e morar ali até não poder mais, afinal, o prédio tinha muitos universitários, mas também não só deles o lugar vivia.

Quanto o tour terminou por completo, Ivy tomou banho para se arrumar para o almoço com os garotos que estavam sumidos desde que o outro chegou. Se essa irmandade e amizade fossem eternas, ia gostar ainda mais de estar ali. Como o tempo não estava tão frio optou por colocar um vestido longo florado, destacava bem seus atributos, os seios do tamanho certo, escondendo suas pernas e as sandálias transparentes.

Madison saiu do quarto com seu famoso vestido vermelho, e um dia Ivy iria entender, Amber prometeu. Desceram todas com sorrisos grandes.

Amber era uma das pessoas mais animadas que poderiam conviver. Conhecia todas as formas de como se divertir naquela cidade e prometeu levar Ivy em todos porque conhecer Valcolink era uma coisa, mas conhecer a verdadeiramente cidade noturna, era duas coisas completamente diferentes.

De volta ao carro às garotas passaram pela ponte mais famosa do lugar, desceram pra tirar foto e ainda conhecer alguns garotos que passavam de bicicleta, voltaram para o carro e estudaram todo um jardim, uma coisas que Ivy mais amava no mundo, plantas e flores coloridas, se pudesse teria levado todas apenas para decorar seu quarto.

Quando enfim chegaram ao restaurante, todas retocaram a maquiagem e desceram com mais sorrisos.

O lugar era bonito, com colunas revestidas de flores e ramos coloridos, as mesas redondas com toalhas brancas e bem arrumadas, decoradas com garçons de uniforme que olhando de longe e de perto, deixava cada um mais sexy do que se lembrava de que um garçom tinha que parecer. Era um lugar chique, não daqueles que você se arruma com toda grife do mundo e salto alto para desfilar, mas aqueles em que você pode muito bem ser pedida em casamento com inúmeros ramos de flores e música ao vivo.

— Espero que você tenha gostado porque esse é nosso lugar preferido. Todas as vezes que precisamos comemorar algo importante, comemoramos aqui. - Amber sentou em sua mesa de sempre. — A única pessoa que fica com um pé atrás de vir aqui é a Madison, quer contar porque amiga, ou posso contar? - Madison jogou sua bolsa em outra cadeira sentando ao lado de Ivy deixando a garota nova no meio, revirou os olhos cruzando os braços. — Esse restaurante depois da meia noite vira um bar animado, claro que funciona até umas três, quatro da manhã e é muito legal, a música ao vivo não para e tem o famoso Karaokê.

Ivy encarou-a curiosa, voltou para Madison que puxou logo o cardápio, emburrada.

— O ex-namorado da Madison trabalha aqui cantando e numa semana em que eles estavam namorando, ele cantou uma música romântica, na outra eles já tinham terminado e ele só cantou música de termino e ex que estava curtindo a vida. - Ivy e Amber começaram a rir enquanto a outra apenas revirava ainda mais os olhos. — E poderia ter ficado aí, mas então a Madison tomou o microfone dele e cantou o resto das músicas olhando nos olhos do ex. Foi uma noite memorável.

— E como foi, é apenas para esse idiota lembrar que ele namorou uma mulher que tem atitude e não uma moleca que tudo que ele manda, a outra obedece, o que é o caso da atual dele que estava no ensino médio e agora está na faculdade. Uma criança para ser mais exato. Uma garotinha de dezoito anos, ou seja, sangue novo.

— Você está bem com isso? Parece amargurada - Ivy tocou no ombro da amiga que mordeu os lábios prendendo o sorriso — Você não parece o tipo de mulher que sofre por homem.

— Eu não sofro. Não existe um tipo de homem capaz de me fazer sofrer. - Virou para as outras que concordaram. — Ótimo, os garotos chegaram, já estou morrendo de fome.

Ivy jogou os cabelos para trás abrindo um largo sorriso para ver os garotos vindos em sua direção. O primeiro era alto, alto até demais com um braço fechado em tatuagem, e com sua regata mostrando o quanto era descolado e um tremendo de um gostoso. Os cabelos brancos e aquele sorriso sexy a deixou impressionada.

O outro apareceu logo depois com uma camisa de moletom escondendo seu rosto, mas não poderia esconder os cabelos amarrado para cima e que chegava a ser um charme. A pele morena brilhosa lhe chamou muito atenção… Mas nenhum desses homens, deixou o coração de Ivy tão acelerado quanto o último que apareceu com seu famoso sorriso debochado jogando todo o cabelo negro e longo para trás.

— Ah meu Deus do céu! - Ivy arregalou os olhos segurando os braços das meninas rapidamente chamando atenção.

O sangue parou de bombardear por todo seu corpo porque aquilo não era possível.

— Apollo…?