Capítulo 5
Era óbvio que Max já estava bêbado, pela forma como ele estava enrolando as palavras e sua postura cambaleante. Além disso, ele sempre foi tão formal com ela, mas agora falava tão naturalmente como se fossem amigos.
Um colega de Javier se apressou em se juntar a eles. - Olá, Max, venha. -
Max fez um esforço. Vamos levá-la para dentro. Ela tem curvas incríveis, imagino que será um sucesso na pista de dança. Precisamos de garotas gostosas...
-Não dê ouvidos a ele. Ele está arrasado. -O quê? O colega de trabalho do Javier, Matthew, contou a ele.
- Ei, você viu o Javier? - perguntou Natasha. Natasha olhou em volta desconfiada, enquanto Mathew olhava ao redor, como se tivesse acabado de ver um fantasma.
-Não. Nada. Eu não sei. -Ela piscou os olhos... Vamos, Max! -E com isso ela desapareceu.
Natasha se levantou, intrigada. A sala inteira girou ao seu redor assim que ela se levantou e seu corpo ficou quente e aconchegante como se ela fosse um ser vibratório gigante. Uma sensação desconfortável de náusea se formou em sua garganta, mas ela se forçou a andar.
Havia uma sala no canto onde a música alta que vinha do alto-falante era abafada e a área parecia muito silenciosa de uma forma agradável.
-Droga, estou tão cansada! -murmurou para si mesma, acariciando sua testa agora dolorida. Tenho certeza de que Javier pagou por um assento reservado. Eu só quero me deitar... -A ideia de deitar em um sofá a deixou nervosa.
Mateo e outro garoto vieram correndo até ela. - Senhorita Natasha, aonde está indo? - Era a voz de Mateo.
Natasha se virou e viu todos os amigos e colegas de Javier à sua frente. -Olá? -Ela parecia deslumbrada ao perceber por que aqueles homens a estavam interrogando.
-Eu só queria me deitar um pouco. -Ela estava com as palavras arrastadas, mas não se importava. Estava cansada. -Eu só quero descansar um pouco até que Javier chegue.
-Mas,‖ Mateo queria dizer, mas ele se conteve.
-Você fez o seu melhor, irmão,‖ disse outra pessoa, pousando uma mão nos ombros de Matthew.
Matthew suspirou. -Está tudo bem. Você pode entrar.
Foi a expressão em seu rosto, tão desolada, que deixou Natasha desconfiada. O que havia ali?
Ela os observou se afastarem, balançando a cabeça como se estivesse prestes a encontrar o cadáver de seus pais ali. Ela baniu esse pensamento perigosamente provocativo e imediatamente agarrou a maçaneta da porta.
Girando a maçaneta com cuidado, abriu a porta sem se importar com o que poderia encontrar ali.
A sala não tinha nada de especial, apenas um longo sofá à sua frente. A cor das paredes tornava o ambiente monótono e, com a iluminação ruim, Natasha já queria sair dali.
Não havia nada, então por que eles estavam com medo? Ela foi esperta em ficar perto da porta. Não queria que alguém aparecesse por trás e a batesse.
-Muito bem! Mmm... Isso é...! -Era o gemido de uma mulher.
A ideia de que havia um casal se beijando fez Natasha se arrepiar. -Fantástico, estou em uma sala de pornografia. Que merda! - murmurou ela, enquanto fazia uma anotação mental para sair correndo.
Ouviu um grunhido alto e agradável. -Foda-se, estou prestes a gozar! Você é o melhor, Jesse, eu te amo!
Então ela ouviu a voz dele.
Jesse? Quem diabos era Jesse?
Com a raiva correndo em suas veias, Natasha entrou, ligou todos os interruptores de luz para iluminar o quarto e bum!
No canto, havia uma grande cama com duas pessoas nuas transando e gemendo alto como se o mundo estivesse prestes a acabar.
E será que a magoava profundamente o fato de seu marido estar ali, em uma das posições sexuais mais excitantes que ela conhecia, com um completo estranho?
Isso não era nada comparado ao que ela estava prestes a ver. Com Natasha na sala, Javier rapidamente a levou para o lado e pegou sua cueca para cobrir sua nudez.
-Natasha? Oh, meu Deus! Natasha o quê? ? -Ele fez uma pausa, olhando para a mulher por trás, enquanto seu bumbum magro e nu brilhava diante de seus olhos. Você não disse que ela estava bêbada em algum lugar? O que ela está fazendo aqui? -Javier começou a murmurar, mas alto o suficiente para que Natasha o ouvisse.
Natasha abriu a boca, mas não conseguiu entender de que diabos ele estava falando!
Então, Carmen se virou para olhar o belo corpo de Natasha. - Eu pensei que tinha lhe dito para não se levantar daí... -
Uma viagem?
Javier esperou pacientemente o dia todo após o desaparecimento repentino de Natasha antes de começar a ligar para os números dos pais dela. É claro que ninguém atendeu!
Era domingo à noite e Carmen estava com ele. Ele havia ligado para ela sabendo que poderia enlouquecer sem alguém ao seu lado com o desaparecimento de Natasha.
Carmen o observava andando de um lado para o outro enquanto ele discava o número várias vezes. Ela não conseguia mais suportar aquilo. -Meu amor? - exclamou ela suavemente -Você pode vir aqui por um tempo?
Javier encerrou a ligação e se aproximou lentamente dela. Ela fez sinal para que ele se sentasse e ele o fez.
Sei que você está preocupado com ela. Afinal, ela é minha melhor amiga. Mas ela não é mais uma criança e tenho certeza de que ficará bem. Você me chamou para uma coisa e agora está me fazendo sentir solitário.
-Solitário? Oh, não, nunca! Me desculpe, querida. Estou muito preocupada com ela, só isso. Os pais dela não respondem! - reclamou Javier.
De repente, quanto mais Carmen olhava para ele, mais perturbado e desleixado ele parecia. Ele não havia dito que tinha se esquecido da esposa? Por que ele ainda estava agindo como se a amasse? Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, uma empregada entrou correndo para anunciar sua presença.
-A Sra. Natasha está aqui, senhor. -Ela disse isso livremente, como se Natasha fosse uma superestrela. Carmen ficou imediatamente com ciúmes. Ela sabia que nenhuma das empregadas a amava tanto quanto ela era amada e apreciada. Ela decidiu demitir todas elas e contratar mais assim que se casasse com Javier.
Javier saltou para encontrar Natasha, mais para correr do que para qualquer outra coisa.
