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Meu Desejo

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Lu Santos
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Resumo

Lorena Santos, uma linda morena de 24 anos, Designer de interiores, vive sua vida em função do trabalho. Divide o pouco tempo que sobra com sua família, amigos e baladas. Seus relacionamentos nunca duraram mais que alguns meses, não tem nenhum trauma que a impeça de prosseguir seus romances, simplesmente ela nunca sentiu aquela eletricidade quando se encosta na pessoa, sabe? Então enquanto isso não acontece, ela aproveita a vida o máximo que pode. Até que ela encontra o homem que vai virar sua vida de cabeça pra baixo. Breno Fernandes, um loiro lindo que não aparenta ter a idade que tem, vive para o trabalho e para sua família. Nunca se casou, só teve um breve relacionamento de alguns meses e hoje curte a solteirice com descrição, não é de curtir baladas, gosta mais de um bom restaurante. Não tem intenção alguma de se relacionar outra vez, mas tudo isso muda quando ele encontra a mulher que vai balançar a sua estrutura, bagunçar a sua vida e o deixar completamente louco.

comédiaromanceamoramor verdadeiro

UM

Lorena Santos

São 19 horas de sexta-feira, faz meia hora que cheguei do trabalho, estou esparramada no sofá tentando tomar coragem para fazer algo pra comer. O telefone de casa toca.

– Amiga lindaaaaaaa!!!!- afasto o aparelho do meu ouvido para não ficar surda. Júlia, essa é a doida que está gritando ao telefone.

Nos conhecemos desde sempre, fomos vizinhas quando crianças e somos vizinhas há três anos, quando resolvemos nos mudar da casa dos nossos pais. Ela mora no apartamento em frente ao meu e é a minha melhor amiga.

– Júlia, dá para parar de gritar? Qualquer hora eu ficarei surda atendendo o telefone!

– Ah Lô, deixa de ser chata. Como foi o seu dia?- ela finge que não me ouviu. Vaca.

Todo o dia era assim, atendia o telefone de casa e já ficava puta com a Jú, que só sabe

saudar as pessoas gritando. Mas a raiva logo passa, não consigo ficar mais que dois minutos com raiva dela. Ela é minha irmã de coração.

– Cansativo. Você sabe como o chato do meu chefe é, quer que eu faça tudo ao mesmo tempo.

– Não sei como você consegue aguentar esse mala. Que é muito bonito, sexy, gostoso, mas continua sendo mala!- ela ri alto, essa garota é uma figura.

Realmente Alberto Ferraz, meu chefe, é muito bonito. Quando fui contratada por uma das melhores empresas de designers do Brasil, não imaginei que trabalharia com um homem muito bonito. Ele é moreno claro, olhos e cabelos castanhos, nariz fino, barba por fazer e um corpo espetacular. Tem 35 anos, solteiro por opção. Seria perfeito, exceto por dois motivos: primeiro, ele é meu chefe e segundo,ele é um porre de tão chato, grosso e carrasco.

Na primeira semana de trabalho o encanto foi embora. Hoje, depois de dois anos, só o suporto porque amo o que faço e o salário é ótimo.

– Amiga, você sabe que o salário compensa. - digo a ela.

– Tá! Chega desse assunto chato. E aí, o que vamos fazer essa noite? - ela fala toda animada.

– Tô querendo conhecer aquela boate que inaugurou mês passado, a Happy. O que você acha? - pergunto já sabendo a resposta.

– CLAROOO!!! – ela grita de novo no meu ouvido – Passo aí às 22h, tá?

– Ok.

– Vou mandar um whatsapp pra Larí.

– Tudo bem, vou mandar um pro meu irmão – João Vitor é quatro anos mais velho do que eu, pra todas as baladas vamos juntos.

Desligo o telefone e vejo que ainda são 19:30h. Levanto do sofá e vou até minha cozinha, que é em estilo americano. Sempre fui doida pra ter uma cozinha assim, como se a sala e a cozinha fossem um cômodo só, o que as dividi é apenas um murinho de tijolos de vidro que chega na altura da cintura. Pego alguns ingredientes pra um sanduíche, um copo de refrigerante e me alimento, já que vou sair tenho que me alimentar pra não ficar bêbada rápido.

Limpo a bagunça na cozinha vou em direção ao sofá, coloco um filme que adoro, Se beber não case, fico admirando aquele pedaço de mal caminho que é o Bradley Cooper. Mando um whatsapp pro meu irmão avisando da nossa saída mais tarde e acabo cochilando.

Acordo assustada com meu celular apitando, vejo que chegou uma mensagem da Jú.

Jú: Ñ acredito q vc dormiu no sofá de novo!! Esteja pronta na hora ou vc vai se ver comigo!!! :*

Eu: Vc ñ é nada exagerada!kkkkk

Estarei pronta. ;*

Toda vez que marcamos de sair eu cochilo no sofá. Da última vez, ela quase arrombou a minha porta de tanto que batia na coitada. Depois disso tive que dar a chave do meu apartamento pra ela, que disse que quando eu estiver com alguma emergência ela poderia me salvar. Sei...

Levanto, vejo que são 21h vou em direção ao meu quarto, entro e vou direto pro banheiro. Meu quarto na verdade é uma suíte. Quando resolvi sair de casa há três anos meus pais, dona Helena e seu Otávio insistiram em me ajudar com a compra do meu cantinho. Eles disseram que já que ajudaram o João Vitor, teriam que fazer o mesmo por mim. Então, escolhemos juntos um apartamento no mesmo prédio que meu irmão mora, em Copacabana, por coincidência estavam à venda dois apês um de frente ao outro, dois andares acima do apê do João Vitor. Liguei correndo pra Jú e o pai dela o comprou e aqui estamos.

Tomei um banho relaxante, me depilei, lavei os cabelos, tudo que nós mulheres temos que fazer pra ficarmos mais belas ainda. Enrolei-me em uma toalha bem macia e fui pro meu quarto me vestir. Como essa noite está muito quente, resolvo colocar um short bem curtinho preto com paêtes, blusa de alcinha de seda branca, saltos pretos fosco já que tem bastante brilho no short. Faço uma maquiagem simples, rímel, lápis, blush e um batom vermelho sangue pra ressaltar meus lábios.

Quando tô quase pronta, eis que escuto o grito de uma desvairada vindo da minha sala.

– Lorena Santos, espero que esteja pronta, se não...-ela vem gritando corredor a dentro, nós temos a chave uma do apê da outra, e estaca na porta do quarto.

– Porra Lô!! você está linda!! - ela diz enquanto me olha de cima a baixo.

– Você também está, miga! – Jú está com um vestido azul bebê bem justo, de um ombro só, acima do joelho, saltos pretos e uma bolsinha preta pendurada no ombro.

– Eu sei!!! – ela diz e cai na gargalhada

– Há há há! Nada convencida você hein?!!

Somos completamente diferentes. Jú é uma linda morena clara, com cabelos e cachos q caem até o meio das suas costas. Olhos verdes, sobrancelhas bem marcadas e um corpo de dar inveja. Eu sou morena, cor de jambo como dizem, cabelos lisos e castanhos como os meus olhos. Meu corpo é esguio, malho muito p mantê-lo assim, mas é um sacrifício que vale a pena.

Pego minha bolsinha vermelha, penduro-a no ombro, coloco meu celular, identidade e saímos. Pegamos o elevador e descemos até o 12º andar, pra pegarmos meu irmão, ele demora mais que uma mulher pra se arrumar.

Tocamos a campainha e esperamos, um minuto depois a porta se abre e João Vitor vem ao nosso encontro. Lindo e bem arrumado como sempre, meu irmão veste uma calça jeans justa ao corpo, blusa em gola V preta e um sapatênis na mesma cor da blusa. Ele é moreno e tem os olhos da mesma cor que os meus, as mulheres ficam doida com ele e já vi que hoje não será diferente.

– Nossa!! Sou um filho da puta sortudo. Duas gatas ao meu lado, vou causar inveja em todos os marmanjos daquela boate!!

– Ainda falta a Larí, lindo!! – diz minha amiga. Larissa é uma loira estonteante que conhecemos na academia, amizade à primeira vista.

– Wow!! – diz meu irmão – Como falei antes, sou o sortudo da vez, três gatas numa noite só!!!

Começamos a rir do meu irmão, ele é um verdadeiro galanteador e é muito safado também, não deixa uma mulher passar batido!

– João Vitor para de bobeira e vamos logo, a Larissa já deve estar lá nos esperando.

Puxo meu irmão e Júlia para o elevador e partimos em direção a Happy.

Chegamos e uau!. Que lugar lindo.

Do estacionamento conseguimos visualizar a frente da boate, é toda de pedras negras com acabamento rústico, o nome escrito em vermelho. Simples assim, sem aquela parafernália que tem na entrada das boates.

Seguimos em direção da entrada da boate e avistamos Larissa.

– Oi Larí! - cumprimento minha amiga. – Vamos entrar gente?

Júlia e João Vitor cumprimentam ela também com dois beijinhos no rosto e logo depois fomos pra fila de entrada.

Conseguimos entrar sem maiores dificuldades, seguimos em direção ao bar que segue a mesma linha que a frente da boate, o bar é todo adornado por pedras negras com luzes saindo diretamente do balcão. Júlia já chega chamando o barman e pedindo três caipirinhas pras meninas, meu irmão pede cerveja. Pegamos nossas bebidas e seguimos para a área VIP, lá encontramos uma mesa com seis lugares disponível, mas nem cheguei a sentar na mesa pois minha amiga maluca Jú puxa a mim e a Larissa para a pista de dança. Assim que chegamos começou a tocar Work Hard ( David Gueta feat Neyo) , nós três nos olhamos ao mesmo tempo e levantamos os braços para o ar e cantamos e dançamos junto com a música. Depois de mais quatro músicas e muitas risadas, voltamos pra mesa e pedimos mais caipirinhas.

Nos divertimos como nunca, acabamos a noite às quatro da manhã. Fomos pra casa aarancando risadas do meu irmão, que parou de beber na segunda cerveja pra poder dirigir. Ríamos feito três malucas, falamos sacanagem e ele só ria.

Amo os meus amigos!

Breno Fernandes

Mais uma sexta-feira sem graça. Trabalhei a semana toda feito um condenado, as pessoas pensam que só porque sou dono e presidente de uma empresa não trabalho. Pelo contrário, trabalho igual ou mais que todos os meus funcionários. Quando meu pai se aposentou e me passou a presidência da produtora, tínhamos vinte funcionários incluindo meu pai e o sócio. Assumi a produtora aos vinte e quatro anos, em menos de cinco anos tripliquei o rendimento da empresa. Hoje, aos trinta e oito anos sou realizado profissionalmente, abri uma filial em São Paulo e duas fora do Brasil, Nova Iorque e Londres, além de outros negócios em que me aventuro.

Chego em meu apartamento, mal abro a porta já vou tirando o paletó, afrouxando a gravata, arregaço as mangas até o cotovelo. Passo direto pela sala, entro na cozinha e abro a geladeira. Marina, minha ajudante, está terminando o jantar, o cheiro é delicioso como sempre.

– Boa noite Marina. – digo e ela me olha com um sorriso surgindo no rosto.

– Boa noite filho.

– O que está fazendo de tão cheiroso? - pergunto com a boca salivando.

– Filés à parmegiana, arroz branco e salada simples. Quer mais alguma coisa?

– Não Marina, isso será suficiente. Vou tomar um banho e já volto pra jantar.

– Tudo bem menino, quando voltar o jantar estará servido.

Vou pro meu quarto, tomo um banho rápido, coloco a calça do meu pijama e volto pra cozinha. Quando chego a mesa já esta posta, além da minha refeição Marina serviu-me uma taça de vinho tinto, ela me conhece muito bem.

– Obrigada – digo.

– Mais alguma coisa menino? - ela me pergunta com carinho, além da minha família, Marina e meu motorista Pedro, marido dela, são muito importantes pra mim.

– Não Marina, pode se recolher. Boa noite. – Marina é uma jovem senhora de cinquenta e quatro anos, trabalha pra minha família desde que eu era pequeno e Pedro era jardineiro da casa dos meus pais, é seis anos mais velho que a esposa. Quando me mudei pro Rio, não abri mão de trazê-los pra ficarem comigo.

– Boa noite menino, até amanhã.

Ela sai e vai para seu apartamento que é no 10º andar, comprei pra eles, para que não precisassem ficar longe um do outro e que tivessem sua privacidade. Eles são a família que tenho aqui no Rio, além do meu irmão Diego. Meus pais, Cristina e Artur, se mudaram para Goiânia, compraram uma fazenda e decidiram curtir a natureza.

Não tenho muitos amigos fora o Marcos e o Douglas, relacionamentos então nem se fala. Tive alguns namoros rápidos, o último que tive foi com a Nathália, uma mulher muito linda mas vazia por dentro.

Levei o namoro por seis meses, não dava pra passar disso, éramos incompatíveis, ela demorou a entender mas se afastou. De vez em quando a gente se esbarra em alguma festa familiar, nossos pais são amigos e fica difícil não encontrá-la.

Depois disso me fechei pra balanço, como dizem por aí, relacionamento só dar dó de cabeça. Hoje só quero sexo sem compromisso, saio muito pouco, mas quando isso acontece nunca termino minha noite sozinho. Porém, hoje quero descanso, termino de comer, arrumo a bagunça na cozinha e vou direto para o banheiro da minha suíte. Relaxo bastante no banho, saio e coloco uma boxer e caio na cama.

Meu sábado foi tranquilo, levantei cedo e dei uma corrida na praia da Barra da Tijuca, minha cobertura é em frente a essa praia, voltei pra casa tomei um café da manhã caprichado feito pela Marina.

Resolvi algumas pendências do trabalho e fui almoçar com o Diego, ele se mudou há um ano pro Rio e sempre almoçamos juntos aos sábados. Passamos a tarde juntos, conversamos sobre trabalho, suas conquistas amorosas, quando estou com meu irmão o tempo voa e sempre fico de bom humor. Quando saí do apartamento dele já era noite, esse fim de semana não estou com vontade de sair. Cheguei em casa, abri um bom vinho branco, assisti um filme de ação qualquer e apaguei na cama.

O domingo está sendo do mesmo jeito, exceto pela ansiedade que me consumia. Na segunda-feira terei alguns reuniões importantes e uma reunião com uma designer de interiores após o almoço, não lembro o nome dela. Minha mãe quer mudar tudo na cobertura que eles tem aqui no Rio e me pediu que eu contratasse uma designer.

Não entendo dessas porras, mas foi um pedido da minha mãe, então faço com o maior prazer. Mas como não posso resolver nada hoje, tento relaxar e curtir o restante do domingo.