capítulo 03 ANA
Lembrança
BRUNO
No dia em que assinei o contrato de casamento que Rosa redigiu, foi o dia que a levei até Ana.
Ela estava muito nervosa e ficou em silêncio durante todo trajeto, ela olha o celular e suspira.
Rosa:- Ela tem uma vida boa?
O motorista conduzia o carro, me sentia nervoso e preferi, ter toda minha atenção a ela.
Bruno:- Ela sofreu poucos dias nas mãos dos seus pais, um dos vizinhos ouviu os gritos de socorro dela durante a noite e fez uma denúncia, ela foi tirada deles no dia seguinte, a assistente social que cuidava do caso se apaixonou pela Ana e a adotou seis meses depois, ela vive bem, os pais adotivos a amam muito.
Rosa chorava a cada palavra, segurei sua mão tentando dar a ela algum conforto, ela não protestou, o que me surpreendeu.
Rosa:- Ela sabe que estou indo?
Bruno:- Falei com os pais adotivos por telefone, eles não contaram a Ana, querem conversar com você antes, mas disseram que você tem permissão para ver sua irmã quando quiser.
Rosa:- Será que ela se lembra de mim? E se ela me odiar? - Rosa estava Chorando, as mãos apertadas, quando chegamos ela olhou e riu, descemos e liguei para combinar o encontro no café.
Rosa:- Qual o nome deles?- Tomávamos um café enquanto esperávamos
Bruno:- Rômulo e Irina Simons.
Ouvimos o sino da porta e Rosa desviu o olhar na direção do barulho, me levantei assim que vi o casal entrar, pelas fotos que recebi, sabia quem eram os Simons.
Rosa segurou minha mão, o que me deixou surpreso, nos sentamos e o silêncio se instaurou por alguns segundos.
Romulo:- Você deve ser a Rosa, irmã de Ana.
Rosa:- Sou... eu, me desculpe, continuo nervosa.-Irina segurou a mão de Rosa.
Irina:- Sei tudo que você passou com a sua família, Rosa, sei tudo que Ana passou, mas Bruno nos disse que nunca deixou de procurar sua irmã.
ROSA
Rosa:- Obrigada por cuidar da minha irmã
Romulo:- Ana é adorável e sabemos e sabemos que os cuidados que ela teve, foram dados por você.
Irina:- Você pode ver Ana sempre que quiser, mas pedimos para te ver antes disso, porque tenho um pedido para te fazer.- Olhei nos olhos de Irina e ela tinha toda a minha atenção.
Irina:- Não tire a nossa filha, por favor.
Eu já esperava por isso, eles amam minha irmã, e com certeza teriam medo de perde-lá, antes que eu pudesse falar, ouvi a voz zangada de Bruno ao meu lado.
Bruno:- Não pode pedir isso- Olhei para ele e de imediato entendeu meu pedido para que se calasse, isso era uma decisão minha, me virei para olhar o rosto sofrido de Irina, os olhos cheios de lágrimas contidas.
Rosa:-Entendo, pensei muito no caminho para cá.
Romulo retirou do bolso algumas fotos e me entregou, eram fotos de Ana.
Uma linda menininha de olhos azuis, um grande sorriso, minha irmã estava feliz e eu não me senti no direito de tirar isso dela, e eu com minha vida complicada não estava pronta, não agora.
Rosa:- Posso ficar com elas?-Sorri levantando as fotos em minha mão.
Romulo:- Claro, são suas.
Rosa:-Preciso estar pronta para me aproximar dela, não sei o que falar e nem como pedir perdão, podem me dar mais alguns dias?
Irina:- Você pode vir quando quiser, Rosa- Eu precisava clarear meus pensamentos e descobrir como me aproximar dá minha pequena Ana.
Rosa:- Não vou tirar ela de vocês, só quero ser mais uma pessoa para amar a Ana.
Irina:- Estaremos te esperando, Rosa, obrigada.
Me despedi, tudo já havia sido dito, não consegui me controlar e chorei no carro, Bruno me abraçou e eu não tinha condições de negar esse abraço, precisava de conforto naquele momento, mas precisei de apenas alguns minutos para me desvencilhar e me encostrar na janela.
Quando chegamos em casa Aurora estava lá, segurei a mão de Bruno e ele me olhou com a testa franzida, não quero que ninguém saiba as circunstâncias do nosso relacionamento, ela foi a primeira pessoa a saber que estávamos juntos agora, e ela ficou muito feliz.
Fim da Lembrança
ROSA
Quando Bruno me disse que não moraríamos na casa de Aurora me senti perdida, com tantas coisas não me lembrei disso, estávamos quase no fim dá festa, e me senti nervosa pensando que teria mos uma lua de mel, e na casa de Bruno estaríamos sozinhos.
Me despedi de todos e Bruno me levou até Ana que sorri para mim com seus grandes olhos azuis, mesmo sem saber o que está de fato acontecendo ela é educada e adorável comigo.
Subi e arrumei uma mala, com algumas roupas e outra com coisas que eu poderia precisar, peguei a caixa de veludo preto e a minha rosa, Bruno pegou tudo e colocou no carro.
Bruno colocou meu cinto de segurança, a proximidade estava me deixando nervosa.
