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Levada pelo CEO frio

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Edi Beckert
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Resumo

Sophia recebeu uma proposta de trabalho. Foi levada para outro país, porém quando percebeu que estava presa à Arthur, um CEO frio e calculista “num casamento onde assinou pensando ser de uma mera vaga de emprego”, pensou que a sua vida havia acabado, estava sem expectativas. Arthur, por sua vez, carrega consigo as cicatrizes de anos preso em uma máfia, tanto físicas quanto emocionais. Ao avistar Sopha, reconhece nela a jovem que procurou por anos, sem sucesso. Movido por um impulso desconhecido, ele a toma como esposa, sem perceber que a confundiu com a irmã gêmea dela. O que acontecerá quando ambos descobrirem que o destino lhes pregou uma peça? Este livro é indicado para maiores de 18 anos. Cenas de sexo explícito, e pode ser considerado dark-romance.

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CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 1

Boston/ 2023

Arthur Taylor

— Me encontre no saguão, vou dar uma ajeitada no cabelo, e ver se a roupa não está amassada. — falei para meu assistente e arrumei a gravata.

— Sim senhor!

Fui procurando pelo banheiro, não faz muito tempo que estive aqui, na Taylor de Boston, mas levei um susto ao bater de frente com alguém.

A cor dos tão longos cabelos ruivos, voando pelos meus braços me chamaram a atenção.

— Deveria tomar mais cuidado, desse lado fica o banheiro das mulheres! — quando ela falou, fiquei sem ar. Olhei nos seus olhos, e até parecia que eu havia voltado no tempo ou visto um fantasma. Era ela... com certeza era ela... a ruivinha que me deu o meu primeiro beijo naquela boate, oito anos atrás e depois sumiu, eu nunca mais a encontrei.

Ela agora é uma mulher, estava ainda mais linda, olhei para o seu corpo, agora cheio de curvas, num vestido discreto, longo e brilhante, na cor nude. Os cabelos bem maiores, e os mesmos olhos verdes.

— Você? — perguntei, colocando a minha mão sobre os seus ombros, mas ela se afastou.

— Você deve estar me confundindo com alguém, eu nem te conheço! — falou rude, e eu mal conseguia falar.

— Você me beijou na boate da principal a uns oito anos! — expliquei, mas ela movia a cabeça, negando.

— Há oito anos eu ainda nem frequentava boates! Agora me dá licença que hoje é uma noite importante! — falou, e me deixou de boca aberta, feito um tolo, ali sozinho.

Não consegui ficar parado e comecei a segui-la... não vou permitir que escape outra vez, preciso descobrir tudo sobre ela, ainda será minha, custe o que custar!

Um dos nossos sócios me salvou. Veio justamente me apresentar a ela, “Sophia”, agora sei o seu nome, então decidi lhe oferecer um ótimo trabalho na Argentina, porém ela assinaria dois contratos ao invés de um.

— Yuri! — chamei o meu assistente. — Preciso que redija um documento, mas deixe os dados em branco da pessoa que vai assinar, e ela preenche depois... na verdade dois... um de contratação como minha assistente, com um salário de seis mil dólares, e um contrato válido de casamento, e amanhã bem cedo quero...

— NÃOOOO! — colocou a mão no rosto. — Não acredito que encontrou a moça? Você é um sortudo do caralho! Como foi isso? — me cortou eufórico, além de meu assistente o considero um amigo.

— Acho que o destino conspira a meu favor!

— Então ela lembra de você, aceitou se casar? Afinal faz oito anos que a beijou e não a viu mais... — perguntou, agitado e eu só balançava a cabeça.

— Está se fazendo, logo ela lembrará melhor, e quanto ao casamento... bom, ainda estou pensando num jeito, mas eu só saio daqui com ela, já está decidido.

— Não vai fazer nada ilegal, não é?

— Tanto faz! Apenas faça o que pedi, que eu me resolvo! Preciso de documentos válidos, não esqueça! — cobrei.

— Está bem... e, também de duas testemunhas!

— Uma, no caso! Você já está incluso! — falei, e logo olhei para a entrada do salão, e quase não consegui terminar de falar.

— O que foi?

— Nossa, a Sophia trocou de vestido, o vermelho combinou muito bem com ela! — comentei ao vê-la.

— Então, se chama Sophia? Provavelmente, seja uma dessas que usa dois ou três vestidos em uma mesma noite! — ficou olhando pra ela, cheguei apertar os dedos nas mãos, mas logo parou.

— Vou aproveitar que está sozinha e descobrir qual é a dela... — o encarei.

— Tá, eu vou fazer o documento! — ele foi saindo, e eu me aproximei da bela moça, que agora usava um vermelho brilhante, e também retocou a maquiagem, o seu batom era bem vermelho.

— Com licença! — eu disse ao me aproximar. Ela me olhou do mesmo jeito da boate, eu me lembrei exatamente como foi.

— Você? — desceu os olhos pelo meu corpo, e pausou o olhar na minha boca.

— Da última vez que me olhou assim, eu fui beijado e nunca nem descobri o motivo! — sorri de canto.

— Caramba, quanto tempo! Eu estava fugindo de um relacionamento, ele era um idiota! — passou os dedos entre os cabelos levemente ondulados, percebi que estava mais desenvolta, com melhor postura, e não parecia nada perdida como minutos antes, mas algo nisso me deixou um pouco incomodado, não sei o porquê.

Seria ela uma interesseira? Porque enquanto não sabia da minha posição me ignorou, disse até não me conhecer, e agora simplesmente voltou a ser como no dia em que a conheci, e pelo que conheço das mulheres, ela estava de olhos abertos em mim, está com algum interesse, mas logo fixou os olhos na minha cicatriz, e isso não gostei.

— Não me lembrava dessa cicatriz! — estreitou os olhos, e eu virei um pouco o rosto, essas coisas me incomodam.

Ela ergueu a mão, e então eu segurei, não permito que ninguém encoste ali, nem mesmo a minha futura esposa.

— Olha só! Para que as coisas comecem bem entre a gente, nunca pergunte, ou encoste no meu rosto! — por um instante me olhou atravessada, mas logo sorriu.

— Está bem! Calma... eu apenas perguntei! — soltei a sua mão, e a sua mãe a chamou. Por um momento tive a impressão que a chamou um pouco diferente, mas deve ser algum apelido.

Elac beijou a própria mão, e me mandou um beijo. Fiquei olhando-a de costas, e achei que no vermelho tem menos quadril e bunda, talvez o vestido a tenha deixado mais magra.

Fiquei um tempo ali parado e logo fui ao encontro do Yuri.

— Tudo pronto? — questionei.

— Os papéis sim... e você? Vai enganar essa moça?

— Ela se lembra de mim. Não falei que ela estava se fazendo? — comentei.

— Lembra? Menos mal, então...

— Quando ela descobrir que já está casada comigo, nós já estaremos longe daqui, e não terá escolhas! — virei de costas, procurando por ela.

— Isso não é certo!

— Se você tivesse visto o jeito dela agora pouco, saberia que ela certamente vai gostar! — olhei para o lado e...

— Que estranho... ela trocou de vestido de novo, está com o nude outra vez...

— Não deve ter gostado do outro! — ele comentou.

— Faz, sentido... esse ficou melhor... — analisei melhor as curvas que este vestido deixou, a bunda mais saliente... — agora vou lá... resolver o meu futuro...

— Eu fiz os documentos com cautela, ela precisará ler com muito cuidado para perceber que está se casando.

— Ótimo!

.

Enquanto ela assinava aqueles papéis eu me mantive na minha. Deixei para que o Yuri resolvesse como de costume, a minha conversa com ela será apenas na Argentina, quando as coisas já estiverem todas do meu jeito, e como eu gosto. Afinal, a minha cabeça ainda me levará por vezes daquela pequena confusão, como posso dizer, “daqueles seus joguinhos e trocas de vestidos”, o meu sentido desconfiado me dizia para não confiar nela, mas eu possuía um desejo ardente por tê-la, e a faria minha, mas moldá-la seria uma atitude para breve.

.

No outro dia:

Eu não desci do carro quando chegamos no local onde ela morava, mas fiquei observando o comportamento dela. A mãe estava presente, e ela estava bem estranha, até abaixei os óculos pra ter certeza.

Sophia estava com um coque de velha, uma saia pra baixo dos joelhos, na cor cinza escuro, uma camisa muito formal, e um blazer antiquado. Usava um sapato fora de moda, e eu diria que só faltava o óculos de grau pra ficar mais brega, não entendi aquela atitude pela as roupas que usava na noite anterior, ela não parecia nada com aquela mulher, então não havia nada a esconder, ela estava jogando comigo!

A vi abraçar a mãe, e estava muito séria, até que Yuri abriu a porta e ela sentou do meu lado.

— Boa tarde! — disse ao entrar, e eu apenas acenei.

— Me diz só uma coisa... você costuma se vestir assim para trabalhar?

— Sim senhor! Algum problema com a minha roupa? — perguntou, mas neguei, “até quando ela quer brincar?“

— Nenhum... trouxe todos os documentos?

— Sim, estão todos nessa bolsa preta! — mostrou uma bolsa horrorosa de couro meio gasto, parecia esfarelar.

— Ótimo! — falei e me calei, precisaria trocar tudo isso, a minha esposa não pode andar desse jeito, mesmo que ela esteja querendo brincar, ela precisa se comportar. Até porque, bonita sei que ela é, não entendi a mudança repentina de comportamento, mas “que os jogos comecem, minha cabelo de fogo!“ — Sorri em malícia, esse sorriso até o diabo tem medo.

.

Assim que ela entrou no jato, puxei o Yuri para um canto.

— Desapareça com essa mala grande sem deixar rastros! — essa é a primeira parte do meu joguinho com minha esposa.

— Ok...

Entrei no jato, e fiquei afastado por enquanto, deixei que o Yuri cuidasse de tudo.

Dezessete horas depois, estávamos na Argentina, e o motorista da empresa veio nos buscar.

— Pra onde vamos, senhor?

— Para o meu apartamento! — respondi, e percebi que a Sophia me deu uma olhada, sei que ela ainda vai se fazer de difícil.

— Perdão incomodar, senhor Taylor..., mas aonde vou ficar? — perguntou, e não gostei disso... “senhor Taylor”, soou um tanto pesado para uma esposa, mas eu conversaria disso depois.

— Já conversaremos sobre isso... — entrei no carro, e ela logo entrou também, sentando do meu lado.

Quando chegamos no prédio, ela empacou já na entrada.

— Eu não estou entendendo... eu ficarei em um apartamento tão luxuoso como este?

— Sim! Me acompanhe!

— Mas... eu não posso pagar um aluguel tão alto...

— Eu já disse para entrar! Não tenho a noite toda, amanhã preciso trabalhar! — fui entrando no elevador, pois já estava ficando irritado de ter que explicar tudo e ela estava meio assustada, mas entrou.

Ao entrarmos, ela olhava por tudo, parecia inquieta, bem diferente da noite anterior aonde claramente tinha interesse em mim, ou no meu dinheiro.

— Você também ficará aqui? — perguntou ao me ver trancar a porta com a minha digital.

— Esse é o meu apartamento... na verdade, o nosso, agora! Provavelmente você leu tudo o que estava no contrato, não é? — me olhou estranho, estava nítido que não leu.

— Não sei... teve uma parte que não vi direito...

— Eu vou ser claro, porque não tenho a noite toda... você assinou um documento que te tornou a minha esposa, e a partir de agora exijo que cumpra com as suas obrigações! — negou movendo a cabeça, estava muito apavorada, colocou a mão na porta para tentar abrir. — Essa porta só abre com a minha digital...

— Você é louco? Eu não casei com ninguém, jamais me casaria com você, e aquela história toda de emprego? Era tudo mentira? — ela já estava quase chorando, até parece que ela não queria mesmo se casar comigo, fui uma sorte danada, muitas queriam estar no seu lugar, e eu também não suporto ver ninguém chorando.

— Você também assinou um contrato de emprego, ele é verdadeiro... só que como é minha esposa te deixo escolher se quer trabalhar, ou ficar em casa, tanto faz...

— EU NÃO SOU SUA ESPOSA! NÃO SOU! VOCÊ É UM MALUCO! GARANTO QUE NEM EMPRESA, TEM! QUER ME MANTER AQUI PRA QUÊ, VOCÊ NEM ME CONHECE!!! — ela literalmente surtou, arrancou os sapatos horrorosos e atacou em mim, completamente histérica, e quando vi que pegaria nas minhas esculturas caríssimas da coleção, corri até ela segurando os seus braços pra cima com força, e a empurrei contra a parede.

— Escuta aqui, ruivinha! Acho melhor você cooperar! Como senhora Taylor, terá a vida de luxo que sempre sonhou, comprarei tudo o que quiser, posso te levar para ver a sua mãe, e com o tempo até trazer ela pra cá, mas não vou tolerar esse tipo de comportamento, se encostar nessas peças da coleção, vou ficar muito irritado e você não vai gostar nada! No local aonde fui treinado, e onde cresci, é o marido quem manda, e não conheço outro jeito de fazer um casamento funcionar!

— Me solta... — estava chorando. — Eu não vou quebrar nada... tá doendo o meu braço!

— Não gostei da nossa conversa de hoje, ruivinha... então já chega! Vá dormir, e descansar que amanhã conversamos melhor! Não vou te levar para a empresa por enquanto, por que não está preparada! — soltei os braços dela, e a deixei lá sozinha, as coisas estavam mais difíceis do que pensei...