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LIBERDADE

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Resumo

Maria Clara, uma mulher forte, arquiteta, mãe de três filhos, esposa de um homem abusivo, vai passar por muitas coisas ruins em sua vida, para aprender a viver como sempre quis, livre! Será que ela vai conseguir ser feliz depois de se livrar de quem a aprisiona? Como ela vai conseguir ser feliz? Embarquem em mais essa aventura comigo... Temas sensíveis. agressão, abuso sexual... Venha conferir comigo essa linda história de superação.

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01

Me chamo Maria Clara, tenho 23 anos, fiz faculdade de engenharia civil, mas não estou trabalhando no meu ramo porque não é tão simples assim.

Vou contar um pouco da minha história, e logo vão saber o porquê me tornei o que sou hoje...

Bem, eu sou casada, tenho três filhos. A mais velha se chama Sophia, e meus bebês gêmeos Gael e Theo, eles acabaram de fazer um aninho. E a minha garotinha só tem três anos e meio. Eu tive eles bem jovem, ainda com meus 19 anos engravidei da minha primogênita. E aos 21 dos meus meninos. Eu estava cursando a faculdade ainda, que não sei se foi por sorte ou muita garra minha, mas eu terminei mesmo sendo difícil estar em uma sala de aula com dor de parto. O restante eu terminei EAD.

Porém eu posso dizer que sou uma guerreira...

Meu marido se chama Vitor Marques, ele era o rapaz mais bonito do ensino médio, inteligente e muito sexy. Eu me apaixonei por ele na escola, mas só ficamos juntos quando já estávamos na faculdade. Ele também cursou engenharia civil. Mas não foi até o fim. Depois do nosso casamento, ele meio que desistiu de estudar. Disse que era, perca de tempo!

Moro no Rio de janeiro, no bairro Barra da Tijuca, é um lugar tranquilo, de vez em quando ouvimos tiros, mas não posso dizer que já não estou acostumada.

Tenho medo de continuar aqui nessa cidade, por sorte eu nunca fui assaltada, ainda, mas não sabemos o dia de amanhã né?

Prezo pela vida dos meus filhos...

A casa que moramos é alugada, uma casa muito boa de dois andares, três quartos, sala, cozinha, lavanderia, escritório, dois banheiros e uma garagem grande, tem um pátio bom, os móveis são planejados, a casa é toda nova ou reformada, não sei bem, e a casa é de um conhecido do Vitor. Que eu não faço ideia quem seja.

Ele que paga o aluguel, eu trabalho de fazer faxina as tardes e de manhã faço lanches, doces, salgados e marmitas pra vender. Eu faço as compras do mês e pago água, luz, gás e internet. Meu pagamento das faxinas vai todo nas despesas.

Sou casada há três anos.

E esse foi meu maior arrependimento até hoje.

No início, nosso relacionamento era tranquilo, tudo romântico e muito bonito, eu não notei o quanto ele era machista e ciumento na época. Achava normal até, porque ele dizia que era brincadeira.

Eu bobinha, acreditava nele!

Não notei que ele já dava sinais de que era abusivo e agressivo.

Nada disso eu percebi, sabe porquê? Porque eu era apaixonada!

Eu não via coisas que estavam ali na minha frente. Eu não enxergava o óbvio. E hoje estou pagando o preço.

Sabe como?

Sim, eu apanho do meu marido, toda vez que ele chega em casa estressado, eu sou o saco de pancadas dele... Mas não é porque eu gosto disso, e sim porque se não for eu, será os meus filhos. Pelo menos é isso que ele diz.

Eu levo toda a raiva dele. Mas um dia eu sairei disso, porém não sei quando, porque eu não vejo luz no fim do túnel.

Eu trabalho muito, mas o dinheiro fica quase todo com o Vitor.

Três filhos consomem tudo e mais um pouco. A sorte que tenho a escolinha deles em tempo integral e pública... Assim posso trabalhar pra comprar as coisas pra eles e graças a Deus nunca tem faltado o alimento, roupas, e um teto.

Meu marido é um escroto, grosseiro e hoje consigo ver o que me diziam na escola.

Ele se achava demais, e eu achava isso um atrativo nele. Mas hoje percebo que é exatamente a mesma coisa, só ele é bom, só o trabalho dele é trabalho, só ele cansa, só ele é isso ou aquilo. Ele é o fodão. Já eu? Eu sou apenas uma empregada doméstica, faxineira e serviçal... E fora que ainda sou mãe e dona de casa, mas isso não conta, porque as mulheres eram tudo isso antigamente, e não reclamavam, agora, eu também não posso.

O imprestável chega em casa, senta aquela bunda asquerosa no sofá e só sai de lá pra ir tomar banho e dormir. Nem para os filhos ele tem tempo ou dirige a palavra. A minha pequena conversa com ele e ele só responde o que ela pergunta. E porque ele é assim? Não faço a mínima ideia. Queria entender o porquê ele mudou tanto, se sempre diz que nos ama, mas não demonstra...

Já eu, além de trabalhar o dia todo, limpando escritórios ou casas dos outros, vendendo lanches e marmitas, ficando longe dos meus filhos, ainda chego em casa, limpo a nossa casa, lavo as roupas, cuido dos nossos filhos, faço a comida pra jantar, preciso sempre estar inventando um bolo ou biscoitos pras crianças. Eles ficam na minha volta o tempo todo. É mamãe pra cá e mamãe pra lá. Estou sobrecarregada, mas como eu disse, não posso reclamar!

Meu dia é quase, todos os dias sempre o mesmo.

Acordo, tomo banho pra tirar o ranço daquele energúmeno de mim, que além de não me ajudar em nada, ainda se acha no direito de ter sexo a noite. E aí de mim não fazer viu?

Ele me bate só por eu cogitar a ideia de ter uma dor de cabeça ou estar cansada. Isso eu não posso ter. Porque já viro até vagabunda, ou que estou dando na rua. E pra não deixar ele furioso, então eu cedo.

Eu sinto tanto ódio dele.

Queria de verdade que ele sumisse.

Mas infelizmente até pra isso precisa de dinheiro, coisa que eu não tenho sobrando.

A família dele e a minha, pensa que ele é um marido exemplar e um pai excelente. Porque ele pousa de bom moço pra eles. E se eu inventar de abrir a minha boca, aí fodeu. Ele me mata, e diz que ainda vai matar os nossos filhos. Não sei se faria realmente, mas é melhor não duvidar de louco né?

Não posso imaginar isso de forma alguma. Posso apanhar todos os dias, mas ele não vai tocar nos meus bebês.

Às vezes eu olho meus filhos e me arrependo de ter colocado eles neste mundo. Mas não porque eu não os ame, mas sim, por causa dessa vida desgraçada. Um marido desses é pior do que a morte.

Por isso quero alertar as meninas que pensam em se casar... Prestem atenção ao detalhes. Um simples gesto, no toque, na fala, nas caras e bocas que faz na sua presença. Tudo isso é crucial pra se ter como um indicativo.

O cara que não é agressivo, ele não age dessa forma em nenhum momento.

O cara que não é abusivo, ele não faz as merdas e depois diz que vai mudar, chora e promete o mundo mas não faz merda nenhuma.

Não acredite só em palavras, e sim em ações. Mesmo que doa, não perdoe se ver que é só da boca pra fora.

Não deixe um tapa no seu rosto, virar um espancamento sem escrúpulos.

Ao primeiro sinal disso: FUJA! Que é cilada!