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Impacto Colateral

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Ida Garcia
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Notas

Resumo

Romance, Hot e Dark. Dante Pussent ainda bebê foi rechaçado pela mãe, uma jovem adolescente amargurada. O pai Nero Pussent, pelo pouco tempo que o trabalho permitia ficar com o filho, o tratou com carinho e respeito. O menino cresceu com muitas desventuras, por conta da coerção de uma péssima madrasta. Decidiu então voltar a sua terra Natal para descontar seu desalento, naquela que crê ser a única culpada por tudo o que passou. Por tudo que sofreu. Luna Taranto ė a irmã mais nova de Antonella, ao contrário da irmã, ela é uma moça doce, extrovertida e livre de preceitos antigos. Sua família é dona de uma pequena vinícola artesanal em Nápoles. O caminho dessa mulher livre, está para se cruzar com Dante e com isso descobrir que o doce vinho do amor, é mais amargo que o fel da vida.

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Prólogo

Diziam que ela, Antonella Taranto estava com depressão pós parto. Entretanto, diante da postura pungente daquela jovem, podia se afirmar que o que sentia era ódio, raiva, ojeriza... Queria estar bem longe do menino. Sua presença lhe dava pavor. O choro contínuo do bebê, fazia com que aquela mulher cerrasse os punhos com muita força, a ponto das unhas machucarem a palma de suas mãos.

Encolhida na cama coberta com um felpudo edredom, Antonella queria abafar os sons que insistiam entrar em seu quarto. O rangir da velha porta de madeira misturado ao aroma de rosas, indicava que sua mãe acabara de adentrar no cômodo.

— Nero Pussent já chegou, daqui a poucos minutos partirá com o menino e não terá mais volta.

Podia quase tocar na reprovação que emanava no tom da voz de Gioconda. A mãe de Antonella não entendia como uma mãe poderia renegar um filho.

— Minha decisão já está tomada — profere de forma fria.

— Não se abandona um filho Antonella.

—Essa coisa — solta o ar dos pulmões — não é meu filho. 

— Filha, não diga isso. Um dia quando essa tempestade dentro de ti se acalmar irá se arrepender. Acredite.

— Sabe o mais importante disso tudo? — lança um sorriso sarcástico — É que a vinícola está salva. O papai já pode comemorar.

A mãe percebeu que sua filha Antonella não desistiria. Saiu do quarto batendo a porta seguindo em disparada. Certamente faria a última tentativa para que Nero não levasse a criança. Dona Gioconda era teimosa. Ninguém tirava de sua cabeça que de uma hora para outra sua filha se curaria da depressão pós parto e os sentimentos de Antonella mudariam.

Em vão, Gioconda tentou que Nero Pussent não levasse seu neto. Sabia que o dono de uma das maiores vinícolas do estado, por conta do trabalho, não poderia dar a atenção necessária para uma criança.

Nero nem cogitou a possibilidade de deixar seu filho homem, tal orgulho que sentia. Como desejou aquele filho, o homem partiu com a criança da província para a capital. Era seu herdeiro. Aquela criança, era quem Nero iria preparar para assumir o negócio da família.

[...]

Dante Pussent cresceu tendo de tudo nessa vida. Tudo aquilo que o dinheiro pode comprar. Menos amor, amor o dinheiro não compra. Além da ausência dos pais teve que lidar com a maldade de uma madrasta. Pela frente de seu pai a mulher o tratava com falsídia. Bastava Nero dar as costas para que sua mulher humilhasse Dante de forma pungente e extremamente agressiva.

O rapaz entendia que Nero trabalhava para dar o melhor à ele. Mas em seu coração deserto e sem afeto, um ódio descontrolado o absorvia. Dante jamais culpou o pai, o amou mesmo diante de sua ausência até o dia em que Nero morreu aos 66 anos. Porém, alguém teria que pagar essa conta. A raiva que sentia não o deixava em paz ao saber que sua mãe poderia ter lhe dado o amor, que ela poderia ter suprido o sofrimento que a madrasta causou, mas não o fez.

O agora rapaz de quase 30 anos, intui que a única saída para sucumbir sua consternação, é voltar a província de Nápoles, sua cidade de origem, e desquitar toda sua ira na pessoa certa.