Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

2

No interior do escritório de uma grande empresa, estava Théo Campos, CEO da maior corporação de telecomunicações do país.

Théo estava nervoso, e respirava fundo com o celular na mão, enquanto falava ao telefone com o seu avô, Joaquim Campos.

— Que surpresa, o senhor me ligar assim do nada vovô, depois que se mudou para a Suíça, parece que está mais desligado dos negócios.

— Não estou te ligando do nada, sabe que não sou do tipo que liga para jogar conversa fora. — A voz do homem do outro lado da linha, estava séria.

— Que bom que não é, porque também não sou! Então vamos direto ao assunto, já que estou ocupado. — Disse impaciente.

— Como estão indo as coisas na empresa? Desde que me retirei e te coloquei no meu lugar, não tenho mais relatórios das coisas.

— Talvez porque o senhor se mudou do país para descansar, não é mesmo? Por que te enviaria coisas de trabalho?

— Você é bem direto, Théo, eu gosto disso, por isso estou pensando seriamente, em não voltar para a empresa, talvez dessas minhas férias, eu já emende uma aposentadoria, o que acha?

— Quer que eu fale a verdade? Já passou da hora, o senhor já está muito velho, deve cuidar da saúde e curtir mais sua vida.

— Curtir a vida? — Riu. — Talvez você tenha razão, eu trabalhei minha juventude toda para erguer a empresa, diferente de você, que já achou tudo pronto e pode aproveitar todo o vigor de sua juventude do jeito que bem entende.

— Não é bem assim vovô, não é desvalorizando seu empenho para construir a empresa, mas saiba, que para mantê-la em pé, eu perco muitas noites de sono também.

— E as mulheres? Como você lida seu tempo com elas? — Théo sabia que a pergunta de seu avô era um pouco objetiva, e que havia segundas intenções atrás dela.

— Eu estou trabalhando muito vovô, não tenho tempo para essas coisas, quero focar no trabalho.

— Não devia pensar assim, precisa de uma mulher ao seu lado, para ajudá-lo a descansar.

— Eu não estou dizendo que não tenho tempo para elas, só disse que não são minha prioridade no momento.

— Théo, para que eu me aposente e fique bem despreocupado, preciso saber que você tem alguém ao seu lado, uma mulher de valor, que possa te ajudar nos problemas da vida.

— Não se preocupe com isso, vovô eu sei me cuidar bem, não há nada que eu não possa lidar.

— Sabe que quando eu coloco algo na minha cabeça, ninguém pode tirar, não é mesmo? Daqui a dois dias estou chegando aí, e estou indo com um casal de amigos meus, a qual tenho muito estima, a filha deles também irá, é bom que você os conheça, quem sabe, sua mente se abra mais? Você estar preste a completar 30 anos, sabe que depois que perdi seu pai, você é o único familiar que me resta, quero ver meu neto casado com uma boa moça, e com uma família para tomar conta.

— Vovô, não force as coisas, não vou me casar com a filha de um amigo seu, só porque vocês se dão bem.

— É melhor você pensar mais sobre isso, Théo, você é meu único neto, mesmo assim, não pegarei leve com você, não me contrarie, eu quero me aposentar, quando ver que esteja casado. — Dito isso, Joaquim desligou o telefone.

Théo apertou o celular em sua mão com tanta raiva, que só não o jogou na parede porque sabia que precisava usá-lo.

Levantando-se de onde estava, pegou seu terno e o vestiu, saindo dali com tanta pressa, que quem entrasse no seu caminho, ele iria passar por cima, pegou o elevador direto para a garagem, entrando no seu Rolls-royce, que havia comprado há apenas um mês.

Enquanto dirigia, ligou para seu advogado, explicando a situação que o seu avô queria colocá-lo.

— Então quer dizer que seu avô, quer que você entre num casamento de conveniência? — Fábio Souza, advogado de Théo, falava do outro lado da linha.

— Isso mesmo, tem noção do absurdo que estar prestes a acontecer? Aquele velho, acha que pode decidir isso no meu lugar!

— Você sabe quem é a mulher, com quem ele quer casar você?

— Não sei, e também não quero saber, não quero isso para minha vida, não me interesso nesse tipo de coisa, preciso arrumar um jeito de sair desse rolo, e só tenho dois dias para isso, o que você acha que devo fazer?

— Você já disse que não quer, mesmo assim ele insistiu, e sabemos que quando ele coloca uma coisa na cabeça, ninguém tira, antes de ser concluída... — Fábio pensava. — O único jeito de você escapar dessa encrenca, é se casando!

— Você está louco? Eu disse que não quero me casar! — Bateu no volante.

— Você não precisa se casar com a mulher que seu avô quer te arranjar, é só arrumar uma esposa de mentira, assim, ele vai ter que tirar essa ideia da cabeça.

— Acha que isso pode dar certo?

— Claro que pode, ele disse que quer te ver casado, não é mesmo? Não especificou que teria que ser com a pessoa que ele quer te apresentar, arrume uma esposa de mentira, faça um contrato e se case com ela, até a poeira abaixar.

— A ideia não é tão ruim assim, mas as mulheres que conheço são todas umas interesseiras, e se depois, alguma delas acabar expondo esse acordo para a imprensa ou me fazer chantagem, após o contrato acabar?

— Isso é verdade, você precisa arrumar uma pessoa que possa estar nas suas mãos, que possa chantagear, caso queira tirar proveito da situação.

— E onde vou arrumar uma mulher dessas, em menos de dois dias?

Antes de terminar de falar, sentiu algo chocando contra seu carro, enquanto ele passava pelo semáforo.

— Depois te ligo Fábio, um doido acabou de cruzar meu caminho.

Falou estacionando no acostamento, e descendo do carro nervoso, viu que se tratava de uma mulher.

— Você é louca por acaso? Não viu que a droga do sinal, estava vermelho para você! — Gritou com a mulher que se levantou do chão.

— Eu sinto muito, eu não percebi. — Ela falava chorando, ao ver sua bicicleta toda destruída.

Enquanto isso, Théo olhou o estrago em seu carro, o farol da frente havia quebrado e havia um leve amassado na lata, sua ira subiu em um nível descontrolado, que quase foi para cima da mulher.

— Não tem um mês que estou com esse carro, você tem noção do que acabou de fazer, quero que me pague agora!

— Por favor, você pode me dar uma carona até o hospital? Eu juro que irei pagar todo o estrago, mas eu preciso chegar ao hospital o mais rápido o possível. — Implorava.

— Você nem se machucou, para de drama!

— Minha filha que está no hospital, por favor, me dê uma carona até lá, eu não vou fugir da responsabilidade, meu nome é Maia e agora não tenho dinheiro aqui, e minha bicicleta estar destruída.

Théo sabia que aquela mulher jamais teria dinheiro para pagar o estrago em seu carro, mas não queria deixar que aquilo passasse em branco, seu dia já estava muito ruim, e aquela mulher havia acabado de estragá-lo, entretanto, percebeu que ela estava bem desesperada, então decidiu ajudá-la.

— Entra no carro agora! — Disse sem paciência.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.