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apaixonada

Bianca consegue se desvencilhar do dono da boate naquela noite com facilidade. Tem asco desses homens que acham que pode conquista-la.

Está feliz porque começou a estagiar no escritório com o pai. Precisa apreender tudo o que puder. Até o final da faculdade, vai ser tão grande quanto seu pai. E ele precisa treina-la com bastante eficiência. Quer se aposentar e lhe passar o bastão, o mais rápido possível.

Bianca sabia que muitos dos seus sócios ficavam irritados com a sua presença. Estavam acostumados com profissionais brilhantes, o alto escalão do direito. Ter uma loirinha iniciante acompanhando tudo de perto era desolador.

Mas ela não se importava. Tinha uma memória fotográfica e um alto poder de guardar ressentimento. Quando percebia alguém torcendo o nariz para ela, automaticamente guardava rosto, nome, posição e tudo o que podia sobre a pessoa na sua caixinha de memórias. Sabia que iam ser informações úteis quando quisesse se vingar.

Por isso, quando no seu terceiro dia em seu escritório, concentrada nas tarefas que seu pai deixou enquanto ia ao Tribunal, precisou atender um dos contadores e ele foi extremamente gentil e atencioso com ela, estranhou.

- Senhorita Duprat, sinto muito incomodá-la, mas preciso realmente de uma orientação. Na falta de seu pai, a senhorita é a pessoa com maior responsabilidade aqui.

- Por favor, senhor... - Bianca leu o nome em seu crachá - Paulo. Menos formalidades. Eu sou Bianca, prazer . - Estendeu a mão pra ele que exitou. Estava muito acostumado ao jeito sério e seco que o pai atendia as pessoas. - Só falo com pessoas que me chamam pelo meu nome. E não sou melhor que ninguém. Pra mim, não são empregados, são colaboradores e podemos agir entre nós sem formalidades.

Paulo retribuiu o cumprimento e começou a explicar a ela a situação. Ele era o chefe dos contadores, quem contratava e revisava o serviço dos outros. Recentemente recebeu a ficha de um recém formado, indicado por um amigo funcionário público. Eles eram irmãos.

- E o senhor pede autorização de meu pai para cada contratação?

- Não, senhorita... Desculpe. O problema é grande. Fazemos uma grande checagem de todos os funcionários novos. Esse processo demora um pouco até a contratação. Mas esse senhor não me interessou muito, a princípio. Então nem mandei fazer a checagem. Mas hoje ele veio até meu escritório, com um relatório que me envergonha.

- Não entendi.

- Eu sou responsável por cada trabalho daqui, e não percebi que temos um contador comprado. Que está sendo pago para dar baixa em 2% de nossas comissões nos processos que ele trabalha.

- Estamos sendo roubados, é isso?

- Sim.

- E o que esse contador tem a ver com tudo isso?

- Ele queria pedir uma entrevista para mostrar sua capacidade, então estudou alguns processos e percebeu o erro. Então estudou mais alguns e percebeu o padrão, e que todos que apresentam erros, são assinados pelo mesmo contador.

- Ele está aqui?

- Sim, por isso a urgência. Está esperando em meu escritório.

- Traga-o pra mim.

Bianca ficou aguardando Paulo voltar com o rapaz com o estômago revirado. Sabia que essa era sua chance. Deveria saber resolver esse problema e mostrar a todos no escritório que estava no nível do pai.

Mas qual seria a reação do pai nesse momento? Acreditava que jamais alguém teria coragem de rouba-lo, e sabia que ele também não. Então, não tinha nenhum parâmetro para qual seria a atitude dele.

Estava apavorada em como lidaria com aquele problema. E percebeu que era isso o que a esperava para o futuro. Não só ser uma advogada brilhante, com uma carteira vasta de clientes. Ela tinha que lidar com problemas administrativos também. E funcionários, colaboradores, parceiros, sócios. Nem sempre conseguiria agradar a todos, como era o caso no atual momento.

Era só uma menina. Uma princesinha criada cheia de mimos. Seu estômago embrulhou de novo quando ouviu a batida na porta, mas se revestiu de toda confiança que seu pai lhe depositou, controlou os nervos e fingiu que não estava com o estômago cheio de borboletas quando mandou que entrassem.

Tudo em vão quando colocou os olhos em Gustavo, em nada parecido com o velho nerd de óculos que ela imaginou

Quando Gustavo, alto, forte, com cabelos negros e olhos parecendo jabuticabas apertou sua mão, todas as borboletas fugiram do pote que ela prendeu e deram crias, espalhadas por seu estômago e fazendo suas mãos suar.

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