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Capítulo 3

- Deixe-me ir, advogado barato, deixe-me ir! - Eu xingo meu amigo encharcado.

Alex belisca sua nádega direita e a faz pular.

Anastasia cai no chão e corre em minha direção com o batom manchado, o cabelo desgrenhado e o vestido grudado no corpo.

Ela agarra meu rosto e o torce violentamente.

- Que porra você fez, Delphi? -

- Eu sei, eu sei. Sou uma idiota, confesso, colocando as mãos no rosto. Anastasia começa a rir como uma louca.

- Então estamos em dois! - Ela me abraça pelos ombros.

- Onde está a Isa? - pergunto preocupado.

- Com a língua presa na boca de alguém. - A Isabel bêbada é capaz de qualquer coisa.

- Bem, antes de colocarmos essa língua em outro lugar, talvez seja melhor irmos procurá-la. - Nós nos viramos para procurá-la, mas eu esbarro em algo duro.

Quando olho para cima, vejo Christofer me encarando com as mãos cruzadas. Não é só ele.

Meu Deus, por um segundo esqueci que eles também estavam lá. Lindos em seus uniformes de motoqueiros.

- Onde está a Isabel? - a loira me pergunta entre dentes.

- Eu não sei. - Christofer olha para mim uma última vez e diz:

-Você e eu faremos os cálculos mais tarde, peixinho. - O que eu fiz agora?

O loiro sai para procurar a Isa.

Meu olhar recai sobre Dorian novamente e... me sinto terrivelmente em apuros. Por quê?

Minha irmã também chega e apóia seus amigos que estão rindo sem um fio lógico.

Phoenix se concentra na figura de Thiago, que olha para ela... desapontado? É possível?

Minha irmã olha para mim com as pupilas dilatadas.

- Oh, Deus, Delphi, papai vai matar você. - Minha irmã diz, referindo-se à marca em seu pescoço.

- Vou pensar no papai depois da Nixy. O problema é o Mason e o Manuel. - Dorian não faz nada além de olhar para o meu pescoço, cerrando os punhos e a mandíbula. Ele está irritado e eu gosto de vê-lo com ciúmes.

- Qual é o problema, Parker, você acha que pode fazer melhor? - Eu deveria começar a contar antes de falar.

Dorian se aproxima de mim com as mãos nos bolsos e fala comigo com uma voz que arrepia meu sangue.

- Que você se foda, Martini. Se eu não tivesse chegado, você teria chegado, não é mesmo? - Odeio quando ele fala mal de mim.

Odeio quando ele usa aquele olhar arrogante para mim.

Odeio ele e sua indiferença nojenta.

Odeio sua frieza neste momento.

Eu o odeio!

Não consigo mais enxergar, sim. Eu lhe dou um tapa na bochecha.

A cabeça de Dorian gira para o lado, pegando-o de surpresa. Ele não faz nada e não diz nada, mas eu ainda me sinto culpada. Só por um segundo.

Ele vira a cabeça e olha para mim com olhos fixos e vazios.

Meu coração dispara e meu corpo treme com isso.

Eu gostaria de fugir.

Fugir dele e de suas malditas mudanças de humor.

- Você acha que pode me machucar, acha que um tapa desnecessário pode me machucar, Fina? - Ele diz sucintamente. Seu nariz roça a ponta do meu e posso sentir o cheiro de seu perfume e de seu hálito de menta.

Quando foi que ela se aproximou de você?

Ela tem um olhar diabólico e infernal em seus olhos.

Seu corpo emite chamas e fogo, parece que está em Marte.

Sua insolência me faz lhe dar outro tapa que, no entanto, é cortado pela raiz por seu aperto firme em meu pulso.

- Tente novamente da próxima vez, pequenino. - Dorian me puxa cada vez mais para perto de seu corpo, fazendo-me queimar.

- Da próxima vez, eu vou matar você, seu idiota! - Tento me libertar de seu aperto, mas com resultados ruins.

- Você já me matou, Delfina. - Ele sopra essas palavras em meus lábios entreabertos. Seus olhos de repente se tornam claros e brilhantes, mostrando-me aquele toque de humanidade que parecia ter evaporado no ar.

- Você me matou com esse tapa. Você me matou com essa marca, eu...” Dorian para e começa a ofegar quando olha para a marca que James me deu.

- Você me matou com esse tapa.

O que isso significa?

- ...Você está me mandando para o asilo, Delfina. Você está me levando a fazer coisas que eu nunca imaginei fazer.... -

- E esse seria o meu problema, Dorian? - Eu pergunto, tentando parecer o mais sério possível.

- Sim, porque você é um maldito problema! Você e sua natureza de cobra, você e aquele idiota do James, transando com ele! Você... - Eu me soltei. Enfurecida, aponto meu dedo para ele.

- Você é louco! Você é um psicopata e um... - Dorian passa o braço em volta dos meus quadris, prendendo-me ao seu peito. Eu estremeço visivelmente.

- O que Fina? O que são eles? - Sua voz se torna rouca e persuasiva novamente, e seu rosto se aproxima cada vez mais do meu.

- Você é inconsistente, é isso que você é! - Tento ser o mais convincente possível, mas estou achando muito difícil no momento, com ele olhando para meus lábios e suas mãos agarrando meu vestido.

- E por que diabos? - ele diz baixinho, puxando-me para perto dele e de um pilar. Estamos sozinhos, não há ninguém ao nosso redor.

- Porque você não tem nenhum direito sobre mim - você não é meu irmão, nem mesmo meu namorado, portanto, cuide da sua vida! -

- Você é meu pau, Delfina! - Você está falando sério? Isso é novidade para mim. Agora estou com raiva de você.

- Ah, sim?! Desde quando?! Você tem me evitado há duas semanas como se eu tivesse lepra. Eu vejo você no meio dos corredores, enrolado na Virgínia. Você não olha para mim, não fala comigo. Quando você chega à academia, pega o Vega e sai correndo. O que foi que eu fiz para você? Se tocar em mim lhe dava tanto nojo, tudo o que você precisava fazer era dizer. - Eu me afasto dele, olhando para ele.

- Se você realmente acha que estou com nojo, você não entendeu nada. - Essa resposta não me conforta nem um pouco.

- É você quem não me faz entender nada. Na noite anterior, você me beija e me toca, mas na manhã seguinte não olha para mim. Não é assim que funciona. - Eu dou as costas para você, mas não vou embora. Fico ali parado como uma pedra, procurando um bom motivo para não fugir.

Dorian se aproxima. Eu sinto. Gentilmente, como se estivesse acariciando uma pétala, ele toca a pele dos meus braços.

Sinto-me queimar sob aquelas mãos.

Sinto que seu peito se encaixa perfeitamente em minhas costas. Meu instinto me diz para relaxar, minha cabeça me diz para ficar rígida.

- Você não faz ideia do quanto pensei em você nessas duas últimas semanas. - Ele sussurra em meu ouvido, suavemente.

- Eu não acredito. -

- Sim, sim, pensei em seu perfume, em seus beijos doces, em seus pequenos gemidos... - Eu respiro fundo, enquanto Dorian coloca as mãos no meu abdômen, acariciando-o e descendo cada vez mais.

- ...diga-me, pequena, você pensou em mim? - Com os lábios pressionados em meu ouvido, Dorian move as mãos para a curva dos meus seios.

Ele está me matando, mas nunca vou lhe dar essa satisfação.

- Você é bem-vindo. - Não fui muito convincente, porque Dorian riu com diversão.

Você é um canalha.

De repente, o telefone toca e o momento idílico se desfaz, e a bolha de sabão em que eu estava metida se rompe.

Dorian se afasta de meu corpo para atender. E tudo o que sinto é uma fungadela constrangedora.

Quando me viro, vejo-o falando ao telefone, alarmado e com uma mão no cabelo.

O que diabos aconteceu agora?

Sem pensar duas vezes, vou até ele e, inesperadamente, ele sorri para mim e agarra minha bochecha, acariciando-a com o polegar.

Oh, meu Deus, eu adoro esse lado dele.

Depois de alguns segundos, ele encerra a ligação e olha para baixo.

- O que você tem? - pergunto baixinho, tocando seu ombro.

- V-Vega. Ela acordou gritando. Ele precisa de mim. - Ela me diz, com os olhos brilhando.

Presumi que fosse a filha. Ela só fica vulnerável quando você fala sobre ela.

Ela se vira para sair, mas quando se volta para mim, ela me olha com olhos suaves e esperançosos. Olhos de esperança.

- Você vem comigo? Sei que você me odeia, mas... - Não quero ouvir mais nada. Eu me preocupo muito com Vega, quero ter certeza de que ela está bem.

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