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Capítulo 7

- Sim, querida? -

- Quase me esqueci, pensei muito sobre Seattle e decidi: vou ficar. -

A expressão de Clara se transformou em um único instante de medo para felicidade e, com um sorriso cheio de dentes, ela se aproxima do filho, depositando um beijo doce em sua bochecha.

- Você não sabe como isso me deixa feliz. -

Jon sorri, Clara dá as costas para ele e vai preparar nossas infusões.

Eu ouço toda a conversa em silêncio. Estou tão assustado que, por um momento, minha alma deixou meu corpo, contemplando toda a cena como se eu fosse um espectador de um filme.

Mas isso não é um filme.

Esta é a minha vida!

Estou tão sonolento em meu terror que não percebo o esplendor diante de mim.

- Ei, ruiva, você está bem? -

Ele coloca as mãos em meus ombros, olhando para mim com olhos cheios de gentileza e preocupação.

Eu aceno com a cabeça.

- Sim, está tudo bem. - Eu gaguejo.

- Você não precisa temer nada, enquanto eu estiver aqui, você estará segura, não deixarei ninguém machucá-la. - ele diz com confiança.

Ele abre os braços e, sem hesitar, eu me jogo em seus braços.

A ousadia e a confiança que esse homem exala são capazes de apagar meu desânimo.

Ao lado dele, sei que nada de ruim acontecerá comigo, seu desejo de me proteger é tão forte que sei que ele fará tudo o que puder para cumprir sua promessa.

Sinto seus braços me abraçarem com força e me afundo mais em seu peito, seu abraço é tão reconfortante.

Eu me sinto como seu tesouro, que ele guarda com tanto carinho.

E ele para mim?

Ele é meu porto seguro, onde ancoro meu coração, em suas mãos confio minha vida.

Com o conhecimento de que qualquer tempestade pode me atingir, eu a afugentarei.

Pois ele é meu raio de sol em um céu nublado.

- Aqui está, meninas, bebam enquanto ainda está quente. -

A voz de Clara me faz sair do meu lugar reconfortante com pesar.

Ainda estamos próximos, olho em seus olhos e ainda sinto a necessidade de me ter em seus braços.

Mas mesmo que não queiramos, temos que nos afastar.

-Em-

Ele limpa a garganta e depois continua:

- Então eu vou... tentarei voltar o mais rápido possível, por favor, tente não sair -.

Ele diz isso para todos na sala, mas seu olhar está voltado apenas para mim.

- Não se preocupe, querida, estaremos esperando por você, volte logo. -

Ele acena com a cabeça, acena para sua mãe e para Cristy.

Ele se vira para mim e dá uma piscadela antes de se afastar para voltar ao trabalho.

Infelizmente, com Clara na sala, não pude saborear um de seus deliciosos beijos. Se ele tivesse me beijado na frente de sua mãe, tenho certeza de que Clara teria desmaiado de tantas emoções - recebidas em questão de minutos.

Também não era o momento de abordar esse assunto, outro dia contaremos aos Browns sobre nosso relacionamento.

As horas se passaram.

Estamos no quarto de Cristy, um policial está do lado de fora da porta. Estou sentado no parapeito da janela com um travesseiro abraçado ao peito, observando ansiosamente o carro-patrulha lá embaixo e esperando que meu Jon chegue logo em casa.

Cristy está deitada na cama de bruços, segurando o rosto com as mãos e começando a desabafar.

- Ufff..... essa situação é bastante desconcertante. Parece aquele filme que vimos uma vez, você se lembra?

Aquele em que o pai da menina denunciou os bandidos que o estavam extorquindo, e ela estava sob proteção, isolada naquela casa, longe de tudo e de todos.

Bem, nós estamos isolados no meu quarto, com um guarda-costas que nos segue até quando vamos fazer xixi. -

Ela está falando, mas sua voz é como o zumbido de moscas na minha cabeça, sua tagarelice, nunca me causou tanto desconforto até hoje.

- Susana, você está me ouvindo? -

- Mmm... sim, Cristy, você tem razão, parecemos um filme. Mas infelizmente não somos. -

- Ei!

Ele se levanta da cama e, percebendo meu desconforto, vem até mim e se senta à minha frente.

- Você tem razão, às vezes eu posso ser muito falante. De fato, eles são um verdadeiro tormento. -

Olho para ela e tenho vontade de rir.

- É bom aceitar seus defeitos. - respondo, colocando minha língua para fora.

- Olá!

Ela puxa o travesseiro que estou segurando e o joga no meu rosto.

- Ahh, como você se atreve? -

respondo. Abro a boca, fingindo estar ofendida com seu gesto. Pego o travesseiro que ele jogou em mim e o atiro de volta para ele sem hesitar.

- Garota, vou mostrar a você agora! -

Ele se joga em mim, fazendo cócegas nas minhas laterais.

- N...n...n...n...hahahahahahahahahaha não...hahahahahaha Cri...hahahahahahahaha - Você está fazendo cócegas em mim?

Tento afastar suas mãos para recuperar o fôlego, mas não consigo resistir às cócegas.

- hahahahahaha... Cristy... ahhahah você... hahahahahaha por favor... hahahahahahahahaha Ya

você para com isso hahahahahaha -

Ela finalmente parou, percebendo que eu estava explodindo de cócegas. Ela olha para mim divertida e começa a falar novamente.

- Eu sei que você está com medo, mas não se preocupe... o seu Jon vai te proteger!

O seu Jon vai proteger você! -

Eu sorri com sua declaração.

Suas palavras não poderiam ser mais verdadeiras,

meu Jon sempre me protegerá.

- Sobre o Jon.

Não pense que você pode escapar tão facilmente, você tem que me dizer qual foi o milagre que o fez mudar de ideia tão rapidamente. -

Eu me ruborizo pensando em tudo o que aconteceu na noite passada, percebo que meu rubor se acentua e não o contenho:

- Oh, Deus. Não me diga que você fez isso? -

Dou uma risada com sua expressão de surpresa.

- Não, não fizemos. Mas eu teria adorado. - Eu confesso

- Deus. Garota, você tem muita coragem. -

Ele brinca, dando um tapinha no meu braço, olhamos um para o outro e, como sempre, caímos na gargalhada.

Eu me jogo na cama para acalmar o riso e começo a contar a ela como o sonho que eu guardava secretamente na gaveta se tornou realidade.

Deitamos na cama, Cristy ouviu toda a história com os olhos em forma de coração e um sorriso que ia de orelha a orelha.

Olho para ela, que parece ser a protagonista dessa incrível história de amor.

A campainha da porta nos distrai de nosso maravilhoso conto de fadas.

Eu pulo da cama e Cristy me segue.

Vou até a janela, puxo a cortina e olho por baixo.

“É a Sra. Thompson,

declaro.

Sinto Cristy atrás de mim.

- A senhora fofoqueira trouxe algumas guloseimas só para você cheirar. -

Ela diz ter notado uma bandeja nas mãos da intrometida Thompson.

- Vamos descer, pelo menos podemos aproveitar a curiosidade dela também - balanço a cabeça e a sigo para baixo.

Eu balanço minha cabeça e a sigo escada abaixo.

- Meninas, a Sra. Thompson trouxe um bolo de abacaxi de cabeça para baixo. -

Clara nos informa, que com seu olhar parece estar nos dizendo: por favor, me ajudem, a Sra. Thompson está me sufocando com suas perguntas intermináveis.

- Obrigada a você. A Sra. Thompson chegou bem a tempo para o lanche. -

Cristy comenta enquanto espalha as mãos sobre o bolo perfumado.

A Sra. Thompson lhe dá um tapa rude na mão.

O silêncio irrompe na sala diante desse gesto rude e esperado.

Todos nós olhamos para a senhora intrometida em choque.

Sem perder a compostura, ela repreende Cristy.

- Não seja grosseira, garota.

A sobremesa é para depois do jantar, e você tem que comê-la quando todos os membros da família estiverem presentes. -

Que ódio! Cristy é mal-educada?

Você está brincando comigo?

Ela lhe deu um tapa só porque ela queria um pedaço de bolo?

Estou realmente sem palavras e, aparentemente, Cristy e Clara também estão chocadas com o comportamento rude de Thompson.

A tensão é cortada por um sorriso mal-humorado da Nosy Lady.

- Oh, desculpe-me, querida, talvez eu tenha exagerado.

Se você quiser comer, vá em frente, mas eu ficaria muito feliz se você esperasse pelo pequeno Jonathan e seu pai. -

diz a Megera, enquanto Cristy olha para ela com espanto.

- Oh, desculpe, eu realmente tenho que ir agora, espero que eles peguem o ladrão que invadiu sua casa, minha querida. -

-Thompson acrescenta, virando-se para mim.

Eu lhe dou um sorriso forçado.

- Obrigado pelo seu delicioso bolo, Sra. Thompson. -

Clara sempre se mantém educada, mesmo depois da falta de cortesia de Thompson.

Ela acompanha a senhora louca até a porta.

- Meu Deus, por trás desse sorriso perfeito e refinado, você esconde uma louca, maníaca e perfeccionista.

Cristy comenta enquanto ele corta um pedaço do bolo.

- Ele volta e abaixa a faca. - Eu murmuro.

Com um gesto rápido, ele joga a faca na pia e se vira, escondendo a culpa com um sorriso.

Sua cara é tão engraçada que eu caio na gargalhada.

- Hahahahahahahahahaha oh god.... hahahahahahahahahaha -

Ele entende que a minha era apenas uma piada e se aproxima com um olhar ameaçador.

- Mana, vou te matar agora, você quase me fez sentir vontade de dar um abraço. -

Com seus dedos, ele faz cócegas nas minhas laterais, me fazendo rir ainda mais.

Clara retorna à cozinha e quando percebe nossa diversão, seu olhar de espanto dá lugar a um enorme sorriso.

Já passa das nove e meia, não vejo meu Jon desde que ele nos deixou na escola.

Ele fez algumas ligações telefônicas para perguntar se estava tudo bem e nos informou que voltaria depois do jantar.

Quando Marcos chegou do trabalho, Clara lhe contou tudo o que havia acontecido, ambos insistiram para que passássemos a noite com eles.

Estou deitada na cama da Cristy, estou tão ansiosa para ver o Jon novamente que meus olhos estão constantemente olhando para a hora no meu smartphone.

-Susanna, por que você não fecha os olhos e tenta relaxar um pouco? O Jon estará aqui em breve. -

Ele aconselha que você se agache ao meu lado.

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