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Diana Irmãos Costello I

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Julie lion
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Notas

Resumo

Autor(a): Julie Lion Aviso Esse é um romance dark, contém cenas que podem causar algum tipo de gatilho, como abusos, estupros, tráfico e tortura. Beatrice Costello se casou aos dezesseis anos com Stefano Sartori após viver sete anos de um casamento sombrio, um plano inusitado surge com a ajuda de seus irmãos. Forjar a própria morte. Essa história conta como uma mulher pode se reerguer depois de tantos traumas. Dragon é um ex-fuzileiro naval, junto com seus irmãos de farda montaram um clube de motoqueiros em Nova York em plena expansão para o Texas. Ele detesta os italianos e se vê perdidamente apaixonado por uma. Contém muito Dark e Hot. Livro I de início da Série Irmãos Costello

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Alguns dias antes

Beatrice

Faz três dias que não o vejo, chega a ser um alento bem vindo algum tipo distorcido de calmaria em meio a tempestade , presa no porão como um animal o cômodo pequeno com um armário e uma mesa, alguns panos que foram jogados para que dormisse sobre eles, se poderia agradecer a clemência dada era o fato de ter um banheiro e não precisar sentir o cheiro da própria urina. Sobrevivendo a mais um deja vu do que a vida tem sido nos últimos anos, um ciclo sem fim de dor e desgraças.

Nunca imaginei que a vida poderia ser tão ruim assim, quando fui apresentada a Stefano sabia que não era um bom homem, afinal, que homem da máfia seria bom… E por mais ingênua que fosse ou tentasse ser, ainda tinha uma pequena esperança de ter um bom casamento a vida de uma rainha ao lado do próximo Don, essa esperança foi extinta logo no início do nosso casamento há sete anos. Vi os sonhos sendo mortos por esse homem a cada dia e em cada decisão sua, na frente dos outros ninguém poderia sequer imaginar do que é capaz, a escuridão se esconde por trás dos rostos mais belos. O lugar escuro, úmido e sem janelas escondido dentro da nossa própria casa, construído apenas para que possa realizar todos os seus desejos de ter uma prisioneira, alguém para descontar a fúria, fazer implorar e quebrar das mais diversas formas.

Presa dentro dos próprios desejos, uma mente fervilhando de ideias loucas , com um corpo maltratado implorando um pouco de descanso e algum cuidado.

Sendo sempre o marido brilhante na frente dos outros, na frente dos pais, bufei sabendo que Don Sartori nunca puniria o único herdeiro por adestrar a esposa,existem pessoas . As dores espalhadas pelo corpo só evidenciam o quanto ele seria capaz de fazer os negócios escusos, suas humilhações diárias, tudo isso em troca de que?

Essa é a minha vida, ser a puta de luxo de Stefano Sartori, esposa seria um adjetivo muito inapropriado considerando as opções. Somos isso, úteros férteis, bucetas de ouro nascidas para casar-se com os herdeiros, vendidas para formar alianças.

Hoje a morte parece mais atraente do que continuar a viver assim...

A primeira surra veio depois de uma festa da família, Stefano disse que percebeu meus olhares para um dos capos.

hmfff.

Como se pudesse olhar para qualquer lugar acima da minha cabeça sem ser uma traição.

São anos sendo molestada, estuprada e espancada por um homem que diz me amar, um homem que comprou nosso casamento exigindo a sua aquisição antes mesmo da maioridade, a fixação e a obsessão desse homem por mim são completamente doentias, na verdade, ele é um doente sem alma que todos os dias alimenta o meu ódio.

Aos dezesseis anos na lua de mel descobri que havia casado com o próprio diabo.

Entrei no quarto com um pouco de medo, seria nossa primeira noite de casados, meu marido estava logo atrás de mim.

De repente estava no chão com suas mãos envolvendo o cabelo, senti os fios sendo arrancados sendo puxada pelo quarto até ser jogada sobre a cama como uma boneca.

— Tenho um presente de casamento para você esposa – Sentindo o corpo trêmulo tentei acompanhar os movimentos pelo quarto.

Suas mãos vieram sobre a minha bochecha de uma maneira carinhosa enxugando as lágrimas.

— Xiiiuuuu princesa, prometo tentar não machucar – Seus olhos brilharam.

— Você já me machucou marido – respondi em um sussurro.

— Se você não tivesse ficado o casamento todo olhando um dos De Angelis isso não aconteceria.

A confusão tomou conta da minha mente, não olhei para ninguém além dele em um terno cinza salientando seus olhos azuis como o mar.

Era permitido apenas observar e idolatrar meu marido.

Sua mão esquerda apertando o meu pescoço roubou o ar.

—Não tente negar, eu vi –Aproximando o rosto lambeu minha bochecha e disse no meu ouvido — E por isso vou te castigar, para que aprenda a ser uma boa esposa.

Coloquei a cabeça entre os joelhos tentando fugir das lembranças, as primeiras vezes foram as que machucaram, as que destruíram um coração inocente e roubaram minha alma.

Conforme o tempo passava e suas crueldades pioravam meu corpo foi se acostumando, aprendendo a lidar com a dor, obedecendo seus comandos como a cadela adestrada como ele gosta de chamar. Em nenhum momento nada é suficiente para aplacar a fúria e o ciúme inexplicável diante das suas próprias atitudes

Tentei fechar os olhos para fugir, tentando continuar no presente mesmo que doloroso. A única coisa que consegui foi sofrer com as lembranças.

Suas mãos rasgaram cada parte do vestido, quando restou apenas a pequena lingerie seus olhos brilharam.

— Era isso que queria dar ao De Angelis, esposa? – Balancei a cabeça negando.

— Só tive olhos para você a noite toda, marido – Falei exasperada sentindo o nó na barriga crescer.

— Se continuar mentindo o castigo vai piorar – Soltei um soluço sem saber o que fazer - Sente-se com as pernas para fora da cama.

Obedecia suas ordens sentindo o medo se grudar em cada canto do meu coração.

— Isso é o que esposas desobedientes ganham – Ele havia pegado algo numa mala no canto do quarto e quando abriu as mãos tinha uma bola vermelha e uma tira de couro.

Acariciando minha bochecha, beijando minha testa ele se abaixou ficando da altura dos meus olhos.

— Lembre-se, esposa, isso é culpa sua. – Suas mãos vieram com a tira fechando no meu pescoço.

Num aperto forte arrancando o ar dos pulmões, tentei apoiar minhas mãos nos seus braços sem nenhum efeito sobre o corpo com o triplo de força.

Sua mão pressionou meu queixo obrigando que abrisse a boca dando espaço a bola vermelha, inibindo todas as minhas palavras, ele fechou a engenhoca por trás dos cabelos agora emaranhados

Em um movimento rápido me virou de costas sem nenhum cuidado.

Escutei um som metálico logo sendo puxada para trás pelo pescoço, tentei agarrar a cama, mas nada parecia ser capaz de fazê-lo parar. Fui jogada no chão e presa por algemas no pé de madeira da cama, sentindo como se fosse um bicho, ele segurou minha nuca obrigando a levantar o rosto e cuspiu.

Fiquei inerte vendo-o tirando as próprias roupas, chutando quando puxou minhas pernas e sentindo como uma boneca ao ser virada de costas com suas pernas afastando meus joelhos, os punhos se ferindo pelas algemas e a coleira cortando a respiração, senti minha própria saliva escorrendo pelos cantos da boca.

Ele vai ser um bom marido, é só uma crise de ciúme.

Gritei algo indecifrável quando a dor da penetração se enraizou da ponta dos pés até os cabelos serem arrancados por ele, senti como se meu corpo se rasgasse ao meio. Stefano não esperou, só tomou. E quando terminou pensei que não poderia fazer algo pior.

Minhas pernas doloridas mal se sustentam, quando me apoiou de joelhos e as chicotadas começaram roubando o pouco de ar que ainda tinha. Ele me tomou outra vez ao final das trinta chicotadas.

Em algum momento perdi a consciência, acordei na cama orando para que fosse apenas um pesadelo, até entrar no banheiro e ver os cortes na minha pele, o sangue seco entre as coxas e os punhos roxos.

Antes mesmo de começar a chorar a porta do banheiro se abriu e lá estava os olhos furiosos do meu marido.

— Não feche a porta para mim, ouviu – Balancei a cabeça incapaz de falar.

Dessa vez Stefano se superou, sete anos depois e ele ainda consegue achar uma maneira de fuder com o meu psicológico, mesmo aprendendo cada um dos seus truques para me desestabilizar. As marcas espalhadas pelo corpo mostram como fui incapaz de manter o teatro, escutei o som da porta se abrindo, esperando que ele aparecesse, soltei um grito mudo ao ver meu irmão mais velho.