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Capítulo 05 - Visita ao bar (Parte 3)

BRIANA

— Nossa, adorei os carros! — Exclamei ao vê-lo sentar-se no banco do motorista.

— São do meu pai, ele quase não usa, então acabo sendo quem mais aproveita! — Seu perfume envolvia o interior do automóvel.

— Vai ficar aí? Não sou motorista de aplicativo, sente-se no banco da frente! — Ele bateu no assento e obedeci.

— Sua casa parece ser enorme! — Comentei, fascinada pela elegância do local.

— Deveria ter entrado, assim mataria a curiosidade! — Girou a chave no contato.

— Seu pai faz o quê? O Kevin havia dito que ele é praticamente dono da cidade! — Tentei desvendar mais sobre o garoto rebelde ao meu lado.

— Ele é dono de duas das principais indústrias de metais daqui e, além disso, temos um laboratório de pesquisas científicas em expansão. As fábricas dele são a espinha dorsal desta cidade; sem elas, nada iria adiante! — Pegou um cigarro e o acendeu.

— Interessante, o bom é que você já tem emprego garantido quando terminar os estudos! — Abri o porta-luvas para espiar e encontrei algumas balas.

— As fábricas já são minhas por direito, em breve irei assumi-las! — Sorriu de canto. — Preciso te dizer uma coisa, eu não fui com a cara do seu irmão! — Me encarou.

— Não se preocupe, ele disse o mesmo sobre você! — Revirei os olhos e coloquei uma das balas na boca.

— O quê? Ele não foi com a minha cara também? — Franziu o cenho.

— Nem um pouquinho! — Balancei a cabeça em negação e ele sorriu.

— Ele tem um péssimo gosto, pelo jeito! — Jogou o cigarro que fumava pela janela.

— Quando estiver próximo de chegar, me deixe uma quadra antes! Vou caminhando porque não quero problemas com a garota com quem você tem um caso! Ela não vai gostar de ver a gente chegar juntos! — Coloquei os cabelos atrás da orelha.

— Tá brincando comigo? Não tenho nada com ela! Ela pode pensar o que quiser! — Aumentou o volume da música de rock que tocava no rádio.

Chegamos ao famoso bar do Joe, e os olhares de todos se voltaram para nós. Billy saiu e contornou o veículo, abrindo a porta para que eu descesse. Foi uma atitude surpreendente, vindo dele. Definitivamente, não era algo que eu esperaria, considerando que o conhecia há menos de 24 horas. Já havia formado uma opinião sincera sobre ele. Billy abriu o porta-malas e colocou todos os meus pertences no bagageiro. Entramos juntos no bar, e assim que passamos pela porta, o olhar intimidador de Alison sobre mim foi evidente.

— Por que estão de cabelos molhados? — Ela cruzou os braços e encarou Billy, esperando por uma boa resposta.

— Porque tomamos banho? — Ele revirou os olhos.

— Juntos? — Ela arregalou os olhos com espanto.

— Me respeite, já disse que tenho namorado! — Empurrei-a e segui até o balcão de bebidas. — Uma garrafa de água, por gentileza! — Pedi para o atendente.

— Água? — Ele franziu o cenho.

— Você é surdo? — Arqueei a sobrancelha, e ele rapidamente me deu o que havia pedido.

— Não julgue ele, não pedem água com muita frequência por aqui! — Hanna surgiu repentinamente e sentou-se ao meu lado. Billy fez o mesmo, e logo Kevin e Alison estavam próximos a nós. Abri a garrafa e dei longas bebericadas nela. As pessoas em volta pareciam estar vendo um extraterrestre.

— Por favor, uma soda com gelo e limão! — Billy pediu, e o espanto estava estampado nos rostos dos amigos dele. — Relaxa, galera! Não sou eu quem vai tomar, é para ela! — Apontou o dedo indicador na minha direção, e estreitei meus olhos.

— E quando foi que te pedi isso? — Cocei a cabeça.

— Não pediu, mas pode beber, é por minha conta! — Retirou um cigarro da cartela e o acendeu. O atendente me entregou um copo grande com a soda. Em sua borda haviam duas rodelas de limão como enfeite. Beberiquei o líquido e saboreei cada bolhinha gaseificada presente na minha boca.

— Você não toma bebida alcoólica? — Kevin franziu o cenho.

— Prefiro evitar, minha última experiência não foi das melhores!

— Sorri completamente sem graça.

— Por que? O que aconteceu de tão grave? — Billy soltou a fumaça que estava presa em sua boca e cruzou os braços, ansioso para saber minha resposta.

— Fui parar no hospital, praticamente entrei em coma alcoólico! — Murmurei.

— Quanto você havia bebido? — Ele arqueou a sobrancelha.

— Não me lembro com precisão, mas começamos a beber às sete da noite e só paramos no dia seguinte! — Suspirei.

— Bebeu bastante, pelo visto, isso não é bom pra uma garota indefesa! — Kevin murmurou e colocou a mão no meu ombro.

— Não sou tão indefesa assim! — Puxei ele pelo braço e o joguei contra o solo. Em seguida, simulei um golpe contra seu rosto.

— Caramba, isso foi demais! — Hanna aplaudiu.

— Seus movimentos são bem rápidos, você pratica lutas? — Kevin estendeu a mão para que o ajudasse a levantar.

— Pratiquei artes marciais por alguns anos! — Sorri de canto.

— É, parece que a nossa amiga é repleta de surpresas! — Billy encarou-me.

— Billy, eu preciso ir ao banheiro, pode vir comigo? — Alison puxou ele pela mão e o mesmo rapidamente a seguiu.

De maneira peculiar, vi-me desconfortável diante do acontecimento. Esforcei-me para recompor-me, evitando revelar o quão perturbador aquilo se tornara. Contudo, questionava-me sobre a natureza do problema dele. Recentemente, afirmara que não tinha nenhum compromisso sério com ela, mas bastou um estalar de dedos dela para que ele a obedecesse como um cachorrinho treinado. Terminei a soda de um único gole, peguei minha bolsa que estava suspensa em uma das cadeiras e me despedi de Hanna e Kevin.

— Por que está saindo tão cedo? — indagou Kevin.

— Não quero levar uma bronca da minha mãe! — Respondi, deixando escapar a primeira coisa que me veio à mente.

— Precisa de carona? — Ofereceu-se prontamente.

— Obrigada, mas não preciso! — Prendi meus cabelos em um coque.

— Tem certeza? Você disse que mora longe! — Hanna expressou sua preocupação.

— É um pouco distante, mas gosto de caminhar! — Pisquei para ela antes de me retirar do local.

Caminhava há cerca de três quadras quando percebi o ronco de um motor automotivo atrás de mim. Inicialmente, não dei muita importância, presumindo que fosse apenas alguém tentando chamar minha atenção de forma inconveniente. No entanto, não demorou muito para que o som do motor se intensificasse, dando a impressão de estar prestes a entrar em uma pista de corrida. Decidi olhar rapidamente para trás e constatei que era Billy.

— Por que decidiu sair tão abruptamente? — Gritou.

— Não posso chegar tarde, minha mãe me deixaria de castigo, e além do mais, você estava ocupado demais, não é? — Revirei os olhos.

— Disse que te levaria, entre no carro, suas coisas estão aqui! — Abriu a porta do passageiro e prontamente obedeci, considerando a distância considerável até minha casa.

— Por que faz tudo que ela quer? — Perguntei assim que me sentei.

— Do que está falando? — Ele arqueou a sobrancelha.

— Da Alison! Você é um grande mentiroso, disse que não tinha nada com ela, mas sempre que ela quer sua atenção, age feito um cão adestrado! — Terminei de falar, colocando as mãos na boca. Perguntei a mim mesma em pensamento: Qual é o meu problema?

— Tá legal, em primeiro lugar, isso não é da sua conta, e segundo, por que se incomoda tanto com isso? — Desligou o carro e ficou me encarando.

— Você tem razão, desculpe, só me leve para casa! — Murmurei.

Ele permaneceu estacionado por um longo período; o silêncio se tornou caótico, exceto pelas músicas que tocavam no rádio. Engoli em seco e tentei me distrair com qualquer coisa no meu celular. Logo, ele ligou o veículo e acendeu um cigarro. Coloquei meu endereço no GPS, seus olhos me encaravam com curiosidade, e minha pele fervia de vergonha pelo constrangimento recente. Evitei encará-lo durante todo o trajeto.

— É, você realmente mora longe; com sorte, chegaria de madrugada se viesse andando! — ele começou a puxar assunto.

— Tem razão, mas eu chegaria! — murmurei.

— Amanhã vamos ao barzinho de novo! Se quiser, pode levar roupas e tomar banho na minha casa, já que mora tão longe! — ofereceu de forma educada, e logo escutamos a voz eletrônica do GPS dizendo que nosso destino estava à direita.

— A ideia não é ruim! — sorri sem encará-lo e desci do carro. — Obrigada pela carona! — apoiei-me na janela para agradecer.

— Suas coisas estão no porta-malas! — ameaçou descer do veículo, mas o interrompi.

— Se não tiver problemas, pego com você amanhã na escola! — balbuciei.

— Problema nenhum! — ele murmurou.

— Quer entrar e comer alguma coisa? — convidei gentilmente.

— O que eu realmente quero comer, você não vai poder me dar!

— encarou-me de forma constante, e engoli em seco.

— Bom, então, até amanhã! — grunhi, completamente sem graça.

— Briana, se você não tivesse compromisso com o carinha lá, teríamos alguma chance? — permaneceu estático.

— Tenho namorado, e você sabe disso! — virei-me e corri sem olhar para trás.

Abri a porta da frente relutantemente, desviando o olhar do carro que permanecia imóvel à distância. Adentrei, mantendo-me estática com as costas junto à porta. Rumei ao quarto, retirando o celular da bolsa com pressa. Joguei-me sobre a cama e mergulhei nas redes sociais. Aceitei o pedido de amizade da Hanna e notei uma solicitação de Lauren Evans, a irmã de Billy. Rapidamente, concedi a aprovação e explorei sua página, encontrando uma abundância de fotos dele em seu perfil. Examinei cada imagem meticulosamente, de repente, meu celular emitiu um bip, provocando um sobressalto diante do toque. Sentia-me como se estivesse cometendo um erro terrível, e, de fato, em certa medida, estava. Olhei para a barra de notificações e vi uma mensagem de Alex desejando-me um boa noite. Respondi e retornei à rede social, desta vez distraindo-me com algumas postagens engraçadas de páginas que seguia. Logo, na opção "pessoas que talvez você conheça", o nome de William Evans apareceu, acompanhado de uma foto dele sem camisa. Não resisti e acessei o perfil, sentindo a necessidade de investigar sua vida, mesmo que fosse por apenas um minuto. Cada imagem era mais envolvente que a anterior, e enquanto passava por elas, acabei me complicando. Sem querer, dei um like em uma das fotos. Desfiz imediatamente, mas era inevitável; ele certamente veria a notificação com meu nome. — Merda, que tipo de stalker sou eu?

— acabei falando em voz alta, completamente indignada com minha própria estupidez.

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