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Capítulo 1

Noah Lopez Garcia

— Noah! Noah! Noah! — Todos gritaram o meu nome.

Era uma sexta normal, estava no meu iate dando uma festinha com algumas universitárias e alguns amigos meus, o som estava alto e as mulheres dançavam só de biquíni. Escolhi a garota mais gostosa da festa, como sempre costumo fazer. Desta vez era uma morena gostosa que iria me dar prazer nesse final de semana.

— Eu juro que parece que te conheço desde sempre. — A morena falou. Nunca me dou ao trabalho de aprender o nome das mulheres, por isso eu as chamava de “querida” ou qualquer outra coisa do gênero.

— Eu também, desde que te vi senti que você era especial, querida, e alguém que possa compartilhar algo valioso. — falei com um sorriso de lado.

— O seu coração? — Ela perguntou.

— Algo mais importante. — falei, tirando um medalhão do meu bolso com a letra N e colocando nela.

— É lindo, o N é de namoro? — perguntou com um sorriso no rosto.

— Não, não... como pode pensar uma coisa dessas? O N é de Noah, para que você sempre leve algo meu com você.

Era apenas um final de semana típico em Búzios, mas infelizmente tive que voltar para o Rio de Janeiro na segunda, pois tinha uma reunião com a equipe da Toytoy's. Eu odeio ter que trabalhar, mas meu pai me deixou uma empresa para cuidar.

— Qual criança não ia querer ter o seu próprio iate de luxo? — comecei a falar entrando na sala. Como sempre, estava atrasado. — Um sonho que pode virar realidade para a classe média brasileira. Eu aposto que pode ser um grande sucesso de vendas. — falei tirando os óculos de sol e me sentando.

— Só para construir o protótipo seria muito caro, e nosso público principal não compraria esse produto. Não são todas as crianças no Brasil que tem vontade de ter um iate de luxo e nem todas possuem pais que podem comprar esse brinquedo — Fabian falou. Ele é meu primo, mas na empresa é o meu consultor financeiro, na verdade, ele faz tudo na empresa.

— Vamos fazer o protótipo e testar daqui a 3 ou 4 semanas. — falei para todos.

— Desculpa, senhor, mas são 3 ou 4 semanas? Seja mais exato. — O advogado que não sei o nome perguntou.

— Fabian dirá o dia — falei me levantando.

Assim que entrei na minha sala, Fabian entrou junto comigo.

— Não podemos gastar tanto, a empresa está passando por uma crise e esse brinquedo não tem futuro nenhum.

— Você vai ver como as vendas de dia das crianças fará a Toytoy's vai voltar ao topo — disse e assinei uns papéis que estavam na minha mesa para depois pode sair.

7 meses depois

— Noah ! Noah! — escuto o grito do Fabian.

— Onde estou? — me pergunto ainda um pouco sonolento.

— Noah o que você pensa a respeito? — O Fabian perguntou.

Foi aí que me dei conta que estava dormindo no meio da reunião mais uma vez.

— Está ótimo — foi tudo que eu falei.

Fabian dispensou todos, ficando só eu e ele na sala.

— Noah, isso não pode continuar assim, os empregados precisam saber que você está interessado na empresa. — Fabian começou a falar, mas o parei.

Estava recebendo umas mensagens e fui ver do que se tratava. Era umas fotos da garota que fiquei esse final de semana. Esqueci de trocar o chip do celular, mas ela é um espetáculo, e aqueles nudes eram perfeitos

— Então Fabian, você ia me falar que os números estão ótimos? — disse enquanto via as fotos da loira.

— Não, Nicolas, pelo contrário. Desde a reunião passada estou explicando que os números só caem, a secretária da saúde nos obrigou a tirar de circulação o super gato, e as vendas só vem caindo. Vou ser bem claro com você, a Toytoy's está à beira da morte — Fabian suspirou.

— Deixa de ser exagerado, e agora que chegou Natal vamos vender muitos brinquedos para esses pirralhos. Agora veja só as fotos que ela está me mandando — mostrei o celular a ele com fotos dela nua. — Como posso negar e não fazer o que ela me pede? Acho que vai até rolar uma outra saída — falei e ele tirou o celular da minha mão e o abaixou.

— Deixa essa porcaria de lado, as nossas vendas baixaram 70% e estamos conseguindo apenas pagar os funcionários e a produção, ou seja, a rentabilidade está em 0% e não parece que vai melhorar na época do natal, assim como você também pensava que haveria melhora no dia das crianças. O nosso navio está afundando, precisamos tomar medidas urgentes.

— Fabian, claro que isso vai melhorar. É só uma crise, nada demais, tenha esperança assim como eu — falei tranquilamente.

Ele fala dessa crise há mais de dois anos e nada mudou.

— Ter esperança — ironizou a frase. — Bom que você tem esperança, porque você vai ter que usá-la amanhã na festa de natal da empresa, e você não pode faltar como fez nas outras festas, você precisa vir e falar algumas palavras, com muita esperança, para os familiares dos funcionários.

— Amanhã com crianças e pessoas pobres? — falei com os olhos arregalados — Isso é impossível. — Odeio festas familiares, odeio crianças, e odeio pobres.

— Como nosso avô sempre falava, temos que estar bem com os empregados, principalmente nessas festas, então pela primeira vez na sua vida, finja que você se importa. — falou saindo.

Também saí, fui direto para casa e dormi a tarde toda. Marquei de passar a noite com a loira gostosa. Tinha que beber para aturar a festa da empresa amanhã cedo com um bando de pobretões e crianças catarrentas. Eu odeio criança, se tem uma coisa que eu nunca vou ser, é pai.

Levei a loira comigo para essa festa, ainda estava meio bêbado pois vim direto da noite anterior.

O local estava cheio de crianças correndo e brincando, e tinha muita gente pobre sorrindo. Fabian me parou antes que eu pudesse dar o meu discurso para poder ir embora passar o Natal em Cancún com a loira.

— Noah você não está em condições de fazer nenhum discurso. — reclamou pegando o microfone da minha mão.

— Claro que estou, e eu vou fazer o discurso assim como meu pai fazia. — peguei o microfone da sua mão. — É só falar essas coisas bestas de passar o natal em família.

— Imagina você terminar casado e cheio de filhos. — A loira falou rindo.

— Deus me livre. Imagina eu casado e com filhos, eu prefiro morrer. — disse. Fabian tentou tomar o microfone da minha, mas não deixei. — Já pensou dormir todas as noites com a mesma mulher? Que horrível. E o pior são essas crianças melequentas, viu como são feinhas?

— É impressão minha, ou todos estão escutando? — a loira perguntou.

— Sim, estão ouvindo, o microfone está ligado. — Fabian falou e todos olhavam para mim com ódio no olhar.

Em seguida, algumas crianças empurram a árvore que caiu em cima de mim.

---♥️♥️♥️---

1 mês depois

Depois de um final de semana maravilhoso, saí com a ruiva da vez e como era aniversário dela, comprei um presentinho. Ela escolheu o carro e eu estava pagando, peguei meu cartão e assisti a ruiva toda animada com o novo presente.

— Seu cartão não passou o senhor — o vendedor falou.

— Isso é impossível este é um cartão Platinum de luxo! Mês passado eu comprei um helicóptero com ele, mas não tem problema, eu tenho outro. — entreguei e depois de tentar passar todos os meus cartões, resolvi ligar para o Fabian.

Sai de lá e fui para empresa saber o que o que estava acontecendo.

— Como assim, Fabian, a empresa está à beira da falência? — questionei sem entender. Eu sou dono de uma das maiores empresas de brinquedos do país — O que vocês estão fazendo de errado? — perguntei revoltado. Afinal de contas, para que eu pago esses inúteis?

Fabian me interrompeu:

— Não foram eles... — falou.

— Na verdade senhor, já tem mais de dois anos que estamos falando que a empresa anda mal — o advogado acrescentou.

— E o Titanic só está afundando.

— Eu não entendo como chegamos a esse impasse. Estamos à beira da falência, onde foi parar todo esse dinheiro? — levantei a voz revoltado e todos olharam torto para mim. — Não me olhem assim, a quebra de uma empresa não pode ser pelos meus mínimos gastos pessoais. — falei revirando os olhos ainda revoltado e todos me olharam com raiva.

— Este é o problema Noah! Eles não são nem mínimos e muito menos pessoais — Fabian falou já sem paciência.

— Agora que todos nós já sabemos os erros, vocês vão lá e resolvam — ordenei, já sem paciência.

Fui para minha mansão relaxar um pouco e depois de tomar um banho na hidro e comer uma fatia de uma torta francesa, escuto o interfone e logo após desligar, meu primo entrou na minha sala. Ele é como um irmão mais velho para mim, mesmo tendo a mesma idade.

— Eu vou ser bem sincero com você, Noah, já passou da hora de você mudar, você tem 34 anos e não é mais uma criança, se você não diminuir os seus gastos não teremos saída — desabafou sentando na minha frente.

— Não, o que precisamos é de investidores — falei olhando para ele.

— Eu vou falar de um jeitinho que você entenda: todo mundo acha que você não é adequado para este negócio, para começar, você odeia crianças.... — ele fala com a mão para cima como se dissesse o óbvio e eu o interrompi.

— Não é isso, eu não odeio criança, só não sou muito fã delas. — rebate e meu primo olhou para mim com a cara de pai bravo. — Nós podemos fazer um grande evento... — Fabian me cortou.

— Você não está entendendo que não temos dinheiro nem para um evento pequeno, imagina para um grande? Noah nós vendemos brinquedos, mas isso não é um jogo, um passo errado e perdemos a empresa e você perde tudo. — exclamou, me deixando pensativo, afinal, não podia jogar tudo fora.

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Continua.....

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