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DÚBIO - Amor Improvável

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Ida Garcia
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9.0
Notas

Resumo

Dúbio é uma comédia romântica, com hot e muita ação. O que fazer, quando a única pessoa que pode lhe salvar é o assassino? Agnes é divertida, azarada e desbocada. Em dias ruins, aonde tudo dar errado, ela se ver obrigada a se prostituir para não sofrer replesálias de um agiota sanguinário. Em seu primeiro programa, acaba sendo testemunha de um assassinato, agora ela precisa se salvar, pois muita gente quer sua cabeça.

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Prológo

Agnes da Silveira...

O barulho do meu salto gasto nesse piso chique, fazia todo o pedido de discrição feito pelo cliente, ir por “água abaixo.”

Cliente! A que ponto cheguei?!

Tive que entrar neste hotel de bacana pela área de serviço, o senhor Ministro da economia que me esperava na cobertura, não podia ter sua imagem manchada com uma garota de programa.

Mas espera aí! Não sou prostituta!

Entretanto, eu estou prostituta. As circunstâncias da minha vida de merda me trouxeram até aqui.

Logo após ter saído do elevador de serviço, pude  constatar o quão é lindo este lugar. O assoalho parece um espelho de tão nítido que dar para ver minha imagem sendo refletida nele. Do teto descem lustres enormes, feitos de cristais e dourados que caem feito cascatas fazendo reflexo no chão.

Imagino a fortuna do valor da diária para se hospedar no Copacabana Palace. Dei um giro 360°, me sentia vislumbrada com a riqueza daquele lugar. Aí me vem a frase clichê na cabeça.

Poucos com tanto. Muitos com nada!

Cheguei até a porta do apartamento, tocando de leve a campainha. Todos os fatores estavam ao meu favor. O lugar era lindo e o apartamento era na cobertura. Estava vivendo um dia de Júlia Roberts em Pretty Woman. Era assim que eu tentava me imaginar para não pirar com que iria fazer naquele hotel.

Só faltava um pequeno detalhe.

Ao abrir a porta, quem deveria sorrir para mim, era um homem de meia idade, vestindo um belo terno. Lindo, de olhar sedutor e rasgado, cabelos grisalhos que o deixava extremamente charmoso, junto a um sorriso branco, perfeito e estonteante.

Acho que defini bem o Richard Gere.

Contudo, quando a porta se abriu, fui acordada dos meus delírios com a verdade nua e crua jogada na minha face. Meu sonho de Pretty Woman se desfez com a primeira olhada na pessoa a minha frente.

O tal ministro era careca, daqueles que para ficar mais ridículo, deixava alguns fios resistentes na laterais da cabeça.

Para quê? Para uma merda que tá ruim ficar ainda pior!

O sujeito ainda tinha um bigode do tipo que engoliu um pardal e deixou o rabo para o lado de fora. Para fechar a personificação do capiroto, veio me atender de meias até a canela, cueca de seda samba canção e por cima da cueca uma pochete.

Pochete! Não.

Definitivamente aquilo não era uma pochete. Era uma bolsa lotada de bacon.

Que nojo!

Mas segundo a vaca da Yasmin, minha pseudo-amiga que me pôs nessa roubada, tenho de ser simpática e agradável. Foi aí que dei o meu melhor sorriso forçado ao bigode de escova a minha frente.

O Ministro escova, me olhou de cima abaixo como se eu fosse um bife de picanha. Tentando me desvencilhar daquele olhar constrangedor, esguicho minha mão para um cumprimento.

— Me chamo Agnes da Sil… Não, eu não me chamo isso — me recordei de Yasmin dizer para que não falasse meu nome verdadeiro — me chamo Dalla.

Dalla Mendes.

— Ao seu dispor — falava enquanto fazia cara de sexy, babando a minha mão em um beijo nojento — Maurício Farias.

Naquele pedaço de palácio, tinha uma mesa farta de comidas maravilhosas. O homem era generoso, permitiu eu comer o que quisesse, mas não poderia degustar nada. Se caso comesse com certeza vomitaria, tamanho era meu ranço daquela situação.

Eu não nasci para essa vida!

Teve momentos no qual pensei em sair correndo, entretanto me lembrei dos motivos que me levaram até ali e sosseguei minha periquita e meu rabo grande onde estavam.

A situação era bem incomoda. Mas precisava me livrar daquilo o quanto antes. O escova estava em outro cômodo, ao celular discutindo com alguém. Foi aí que pensei que quando ele voltasse acabaria de uma vez com aquela situação.

Decidida a me livrar, enchi um cálice de Control. Ou ficaria desinibida, ou cairia em como alcoólico. Depois de mais dói cálices do destilado fortíssimo, o pochetudo veio até mim e quando percebi que ainda o via bizarro, me dei conta que o embelezador não havia feito efeito.

Eu não estava bêbada!

Teria mesmo que encara-lo de careta. A versão tupiniquim do Senhor Barriga, começou a me olhar estranho quando comecei a me despir sozinha feito louca.

— Dalla eu irei logo lhe pagar, porque assim que você me der o que comprei, preciso que saia de imediato, pois uma pessoa importante está vindo para cá.

— Claro tudo bem — respondi sorrindo, foi a melhor notícia da noite. E sim, sairia de imediato e correndo

Cinco mil. Aquele escova era mais um desses políticos que roubam o dinheiro do povo e paga cinco mil por um edí virgem. Eu tinha guardado essa parte do meu corpo intacta para o Renan, para o nosso casamento. Mas o tremendo filho da puta não merece.

Ganharia bem mais vendendo ao senhor Ministro.

Teve um momento que pensei que seu Maurício Faria estava querendo um romance. Pedindo para eu fazer aquilo ou isso, tentando guiar minha cabeça e minha mãos para lugares onde o sol não bate. Foi aí que decidi “pôr os pingos nos is”

— Olha aqui senhor Ministro…

— Só Maurício — ele me interrompeu fazendo voz sexy. Aquela famosa voz de arroto.

— Maurício. Me desculpa se irei ser direta. O senhor pagou para enfiar o seu ocani — apontei para a coisa que estava rígida, agradecendo por ele não ser abastado — no meu brioquinho virgem. Então encape ele e faça logo isso. — Fui bastante direta.

1° Não irei gravar nada.

2° O senhor não vai tocar na minha mapoa ou em qualquer outra parte íntima.

3° Seja prático e objetivo.

Estamos combinados?

— Não queridinha. Eu paguei pelo serviço completo! — exclamou indignado — mas tudo bem, não tenho tempo para discussões agora. Como lhe disse quando terminarmos quero que saia rápido.

Ele me empurrou para cima do colchão, a cama parecia coisa de reis, macia felpuda com uma cabeceira clara toda acolchoada e em cada ponta um adereço dourado. Pensava que poderia está alí com o cretino do Renan.

Cabeça burra essa que eu tenho. Depois de tudo ainda penso no infeliz.

De forma bruta, o pochetudo me mandou ficar de quatro na beira da cama e se posicionou em pé atrás de mim. Acho que ele levou ao pé da letra a história de praticidade. Quando o ouvi deslacrar o preservativo, percebi que estava em um caminho sem volta.

Eu iria perder minhas pregas!

Ele cuspiu no meio da minha odara, e ficou batendo com o ocani D nas minhas bandas.

— Gostosa! Que bundão lindo e macio! Agora vou comer esse cuzinho apertado.

Meu Deus que horror! Uma garota de programa tem de ouvir essas coisas e fingir que está gostando. Era só o que eu pensava. Não nasci para isso. Apertei meus olhos ciente que dali não poderia sair. O homem me ajeitou puxando meus quadris como se eu fosse uma égua.

E para ser sincera adoraria dar um coice bem nos ovos murchos dele.

Ainda de olhos fechados, senti quando ele encaixou o membro rígido no meio da minha bunda. Foi nesse momento que comecei a rezar.

O túnel seria escavado.

Fazia súplicas que sabia que  jamais seriam atendidas. Estava a ponto de mandar tudo pelos ares. Talvez morrer de tiro fosse mais indolor do que aquela situação.

Quando percebi que o escova finalmente iria destruir minhas pregas. Ouço um estampido diferente. Senti o peso do homem caindo em minhas costas, e um líquido quente escorrer sobre as minhas costas. O forte odor detonava.

Sangue?!

Abro os olhos e tem sangue espirrado na cabeceira, me viro empurrando o corpo do ministro no chão.

Olho espantada para tudo a minha volta, tentando decifrar a cena.

Sangue no meu corpo, na cabeceira e no chão.

O ministro morto com um buraco na cabeça.

E um homem mascarado todo de preto apontando uma arma em riste para minha testa.

Foi aí que me perguntei:

Como foi que minha vida virou essa loucura?