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Capitulo 2

Olho para o vestido em meu corpo e depois para a rua, que se passa pela janela da limusine que foi me buscar.

Isso é uma loucura, mas a curiosidade me consumiu e antes mesmo que eu pudesse pensar claramente eu já estava com a roupa mandada para mim, esperando o "carro" que me buscaria.

E assim que ele para em frente à enorme mansão, me sinto tensa ao descer do carro.

Pego o convite que me foi enviado junto a roupa e caminho em direção a porta.

Entrego meu convite ao homem que está na porta e ele sorri para mim

- Seja bem-vinda srta. Malia. - Ele diz apontando para dentro.

Eu sorrio e entro na grande casa. Pilares enfeitam a entrada assim como um grande lustre e os convidados que entram mal olha para os lados, apenas continuam caminhando como se fosse apenas uma sala comum.

Provavelmente eles estão acostumados.

Cresci em uma casa boa, mas não com tanto luxo.

- Srta. Malia? - ouço uma voz feminina e me viro dando de cara com uma mulher. - Que bom que veio, fui ordenada para que levasse a senhorita ao escritório assim que chegasse. - Ela diz me apontando um caminho diferente do que os convidados estão tomando.

Eu a acompanho sem dizer nenhuma palavra. Andamos por corredores e mais corredores até pararmos em uma grande porta de madeira.

- Entre por favor. - Ela diz e volta por onde viemos.

Fico em dúvida se é para entrar direto ou bater, mas escolho pela segunda opção.

Dou três batidas na porta antes de girar a maçaneta e abri-la.

Ao entrar, o escritório me surpreende. É como se fosse uma minibiblioteca, com uma grande mesa ao fim, perto das janelas.

E sentado nessa mesa está o senhor Lecler. Ele tem seus olhos em mim assim que entro e diferente de antes, dessa vez percebo o quão bonito ele é.

Talvez eu não tenha percebido por causa do nervosismo, mas ele mudou, pelo menos o motivo de tê-lo.

Olho para aquele homem se levantando e caminhando até mim, com metade dos botões de sua blusa social aberta e um copo de whisky na mão.

A cada momento que ele se aproxima, mas eu preciso levantar meu olhar. E quando ele está próximo o suficiente, com seu peito parcialmente exposto em minha frente, percebo o quão alto ele é perto de mim.

- Você veio, achei que não viria. - Ele diz colocando o seu copo em uma pequena mesa perto da porta. Bem próxima a mim.

Olho para ele novamente e sinto minha garganta secar.

- Eu não havia entendido direito o que o senhor falou, pensei muito sobre isso mas não consegui chegar em uma resposta. - Digo. - Eu também fiquei muito curiosa para tentar entender.

Ele sorri para mim e virar de costas se sentando em um dos sofás disponíveis ali.

- Fecha a porta e sente Malia. - Ele diz e eu hesito. - Vou te explicar tudo.

Rendida pela curiosidade, fecho a porta atrás de mim e no mesmo momento o pouco som que chegava até ali cessa imediatamente.

- Eu odeio essas festas. - Ele diz.

Eu apenas concordo com a cabeça e me sento em uma das poltronas próximas a ele.

Fico em silêncio esperando que ele fale algo ou comece, mas por um tempo ele apenas me encara, até que sorri.

- Ok Malia, vou ser bem direto. - Ele fala se curvando em minha direção. - Quero que se case comigo.

Não tenho reação alguma, já fiquei surpresa o suficiente quando ele disse que o cargo era para ser sua esposa.

- Eu sabia que não era como as outras. - Ele diz rindo do meu silêncio. - Eu te vi há algumas semanas. - Ele fala.

- Aonde? - eu pergunto curiosa, mesmo não sendo o que eu deveria perguntar.

- Há alguns dias eu vi você em frente à loja Levouir. - Ele diz e eu fecho meus olhos sabendo exatamente o que ele viu. - Eu estava por perto e vi você discutindo com uma mulher, vi que você não abaixou a cabeça para ela, mesmo ela mostrando ter mais dinheiro e poder, você continuou firme mesmo quando não tinha nada a se fazer. - Ele fala.

Era meu primeiro dia naquela loja e a mulher queria trocar a roupa depois de ter usado é manchado a peça. Pelo que eu me lembro, ela não gostou quando eu disse que a culpa era dela por ter perdido a peça e que não poderia devolver.

Por causa disso e do escândalo que ela fez, aquele foi meu primeiro e último dia na loja. Não que eu fosse ganhar muito, mas para mim era um começo.

- O que eu quero dizer é que eu preciso de alguém como você. Que não abaixa a cabeça para ninguém. - Ele diz soando simples. - Quero que se case comigo e seja a Sra. Lecler que ninguém esperaria, se eu vou ter que me casar, que eu faça isso do meu jeito. - Sorrindo-o se encosta no sofá.

- Malia, eu preciso de uma pessoa que não vai estar casada comigo por interesse e fingindo me amar só porque quer algo de mim. - Ele diz. - Prefiro contratar alguém para ser minha esposa, alguém que eu possa confiar, assim posso continuar tendo o controle da minha vida.

Respiro fundo, já sabendo da minha resposta para ele, penso em como dize-la.

- O senhor disse que já sabia tudo sobre mim antes mesmo de eu entrar em seu escritório. - Digo e ele concorda. - Eu não sei o que pensar disso ainda, mas isso quer dizer que o senhor sabe que eu preciso de dinheiro e não importa o quanto me ofereça, eu quero trabalhar e não me vender. - Falo esperando não ter sido grossa.

Ele não diz nada, apenas continua me olhando com seus olhos verdes que parece me penetrar.

- Acho melhor eu ir embora. - Digo. - Obrigada pela proposta sr. Lecler, me sinto honrada e desculpe por não a aceitar.

Me levanto do sofá e caminho lentamente até a porta.

- Malia. - Ele me chama. Eu paro, mas não me viro para olha-lo.- Eu não estou oferecendo apenas dinheiro a você.

- O que quer dizer? - pergunto.

- Estou lhe oferecendo a oportunidade de ter sua filha de volta, de uma vez por todas.

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