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Comprei uma Noite com um Chefão da Máfia

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Joyce Nunes
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Resumo

Ao acordar da noite mais louca de sua vida em um quarto de hotel, Sienna Corsetti deixou o que achava ser o suficiente para o serviço da noite anterior e foi para casa com o coração acelerado. Ela acreditava que aquele era o fim de seu encontro com Antonio Luciano. No entanto, assim que chegou em casa, descobriu que tudo em sua vida havia mudado drasticamente...

romanceamorAmor trágico / Romance angustianteCasamento arranjadoCasamento antes do amorAmor que cresce com o tempoCEOAstuto / Manipulador

Capítulo 1 Necessidade de ser uma garota má

Gemidos ecoavam pelo quarto. Ao reconhecer que era Lívia quem se movia sobre meu namorado, uma fúria incontrolável tomou conta de mim. Sem pensar duas vezes, invadi o espaço, a agarrando pelos cabelos e a arrastando para longe.

— Sua vadia! — berrei, consumida pela raiva.

Um grito agudo escapou da garganta de Lívia enquanto seu corpo, ainda unido ao de Nico, era separado dele com um som repugnante. Ela se debatia desesperadamente.

— O que pensa que está fazendo? Me solta já! — ela protestou com veemência, suas unhas arranhando minhas mãos.

A traição e a raiva explodiram dentro de mim como uma bomba. Meu braço se moveu quase por vontade própria, desferindo dois tapas fortes no rosto dela.

Enfurecida, Lívia avançou contra mim como uma fera selvagem, pronta para um combate mortal. Seus dedos agarraram meus cabelos com tanta força que senti como se meu couro cabeludo estivesse sendo arrancado. Não recuei. Envolvi seu pescoço com minhas mãos e mordi sua mão durante nossa luta furiosa.

— Sienna, pare com isso agora! — Nico gritou, vestindo apressadamente suas calças enquanto corria para nos separar. — Acalme-se, Sienna!

Calma? Impossível. Como poderia me acalmar ao ver meu namorado na cama com minha melhor amiga? O pior era observar Nico protegendo Lívia atrás de si, como se ela fosse um tesouro valioso que precisasse de proteção.

Meu coração parecia se despedaçar dentro do peito.

— Você... Você e a Lívia... — balbuciei, as lágrimas escorrendo livremente pelo meu rosto.

— Escute, Sienna, posso explicar tudo! — tentou Nico, estendendo a mão em minha direção.

— Explicar o quê exatamente? — rebati com a voz trêmula de emoção. — Quando começou a me trair pelas costas? Eu não era boa o suficiente para você?

— Você costumava ser ótima para mim, Sienna. Mas por que você me traiu primeiro? Dormiu com outro homem! — acusou ele, os olhos faiscando.

— O quê? Do que está falando? — perguntei atordoada, encarando seu rosto contorcido pela raiva.

— Você se faz de inocente e difícil todo esse tempo que estamos juntos. Agora me explica! Por que o professor Falcone sempre esteve tão disposto a te ajudar? Não apenas uma vez, mas várias vezes! Foi porque você dormiu com o filho dele? Quantas vezes você negociou com Bert? Quantas vezes ele te comeu...

Com as mãos tremendo de indignação, estapeei seu rosto corado.

Nico cobriu o rosto atingido, soltando uma risada sarcástica.

— Puta de merda!

— É isso que sou para você? — perguntei, as lágrimas agora incontroláveis.

— Sim! — exclamou ele, como se finalmente liberasse algo que guardava há muito tempo. — Todo mundo sabe que Falcone é frio e inacessível com todos, mas sempre foi gentil com você. Em cada sessão de laboratório ele te deixa por último... O que você faz com ele? Estamos falando do filho dele, Bert, ou você seduziu o próprio professor, o beijando ou simplesmente transando com ele?

Abri a boca para me defender, mas Lívia me interrompeu com voz condescendente:

— Realmente não tem vergonha na cara, né, Sienna?

— É você quem não tem vergonha! — rugi, cuspindo as palavras. — Ele é meu namorado, sua descarada!

O rosto de Lívia se transformou num segundo. Um sorriso gélido apareceu em seus lábios, seu corpo praticamente transbordando provocação, os seios quase saltando do vestido justo que usava.

— Quem você pensa que é para nos julgar? — provocou ela. — Nico me contou que você é seca como um deserto! Ele simplesmente precisa de uma mulher melhor.

— Você está doente, Nico? Como teve coragem de dizer algo tão baixo? — cerrei os punhos, tremendo de fúria.

— Pelo menos me sinto à vontade com ela, enquanto você é como um cadáver — Nico deu de ombros com indiferença, sua excitação ainda evidente, exposta sem qualquer pudor. Num impulso, lhe acertei um soco no estômago, o fazendo gritar. — Porra!

Lívia se aproximou, gritando:

— Desista, Sienna! Você foi descartada e deveria aceitar isso!

Instintivamente, procurei no rosto de Nico qualquer sinal de que aquilo fosse apenas uma piada cruel. Mas ele parecia completamente perdido na sedução de Lívia, respirando pesadamente, seus olhos cinzentos cheios de um desejo perturbador.

— Não pode fazer isso comigo, Nico! — implorei. — Depois de tudo que fiz por você, como pode me trocar por ela? Por uma mentirosa qualquer!

— Já chega dessa palhaçada — interrompeu Lívia, se dirigindo a Nico. — Ponha ela para fora, não quero mais vê-la na sua casa!

Sem mais palavras, fui expulsa do apartamento. Provavelmente temendo que meus gritos chamassem a atenção dos vizinhos, Nico me arrastou para a escadaria, me prensando contra a parede. Senti sua excitação pressionando minha cintura através do tecido fino de nossas roupas, enquanto ele simulava movimentos obscenos contra mim.

— O que pensa que está fazendo? — gritei, o empurrando para longe.

— Você já experimentou, sabe que sou melhor que Bert — sussurrou ele. — Ainda tem uma chance, mas sempre se comporta como uma freira.

Suas mãos ásperas apertavam minha cintura, enquanto ele aproximava o nariz da minha nuca, aspirando de maneira repulsiva que me revirou o estômago.

— Vai se ferrar, seu desgraçado! — explodi, batendo minha bolsa diretamente em sua virilha.

A parte rígida da bolsa atingiu seu ponto mais vulnerável, lhe arrancando um uivo de dor.

— Seu nojento! Cretino! — xinguei, cuspindo nele enquanto as lágrimas escorriam incontrolavelmente pelo meu rosto.

Por que chorava? O que havia para lamentar?

Me repreendi internamente, peguei meus sapatos de salto e bati mais duas vezes na cabeça dele, antes de descer descalça pela escada, entre soluços.

Estávamos no vigésimo segundo andar, e eu não queria desgastar minhas pernas naquele lugar maldito. Agarrei minha bolsa e meus sapatos ao entrar no elevador, apertando freneticamente o botão para fechar as portas.

Era insuportável. Meu coração parecia esmagado, comprimido numa dor constante. Respirei profundamente, tentando não sufocar naquela agonia.

Por que estavam fazendo isso comigo? Eu não era boa o suficiente?

Lívia era minha melhor amiga, éramos como irmãs! Compartilhávamos tudo, até mesmo o vestido que ela usava naquela noite era meu. Ela havia dito que não tinha nada adequado para uma festa, então eu o dei a ela.

E agora, ela usava meu vestido, dormia com meu homem e ainda me difamava. Como podia?

Quanto a Nico, aquele maldito... Eu o havia tirado da prostituição, ajudado em tantas coisas. Admito que nossa vida íntima não era excepcional, mas isso não justificava sua traição.

Ele foi meu primeiro namorado, quem tirou minha virgindade. Como podia falar de mim daquela maneira?

Raiva e tristeza preenchiam meu coração. Precisava extravasar. Uma parte obscura de mim desejava pegar uma faca e acabar com aqueles dois traidores. Imaginei a lâmina cortando suas entranhas, seus órgãos se espalhando... queria arrancar seus corações, triturá-los brutalmente antes de jogá-los pelo ralo.

Mas sabia que isso era crime. Não podia!

Me sentindo injustiçada e sufocada, entrei em um bar e pedi a bebida mais forte que tinham.

Enquanto o líquido ardente descia pela minha garganta até o estômago, a queimação do álcool fez meu coração saltar por um momento, provocando uma sensação de vazio completo. Me sentei atordoada no balcão, minha mente quase paralisada.

Por um breve instante, me esqueci de Nico e Lívia.

Perfeito. Era exatamente essa sensação que eu precisava.

Necessitava do álcool para adormecer meus nervos, para me fazer sentir minimamente normal, mas o efeito era tão passageiro. Depois de vários drinques, a breve névoa se dissipou, e as palavras cruéis deles voltaram a ecoar em minha mente.

Que droga! A atitude deles era como se estivessem recebendo um Prêmio Nobel de arrogância!

O álcool despertou em mim o desejo de ser uma garota má, livre das amarras da moralidade. Meus olhos começaram a procurar um alvo, o encontrando num homem recostado no bar mal iluminado. Não conseguia desviar o olhar. Ele era tão atraente que o seguia como um girassol seguindo o sol. Era, sem dúvida, o homem mais bonito naquele ambiente lotado.

Cabelos negros emolduravam um rosto másculo e, sob sobrancelhas espessas, brilhavam olhos profundos e penetrantes. Seu nariz era estreito e pronunciado, sugerindo uma possível origem italiana. Mas o que realmente me cativou foram seus lábios finos e severos, com um leve toque rosado que os tornava irresistíveis.

Sua atratividade ia além dos traços faciais perfeitos. Seu corpo era robusto e imponente como uma montanha. A camisa justa mal continha seus músculos elegantes e bem definidos, exalando um fascínio masculino irresistível.

Percebi, naquele momento, que me encantava completamente por sua presença.