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Ao seu lado 1

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Kni-Bodian
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Resumo

Sharon é sua melhor amiga, a pessoa por quem ela morreria se necessário. Cada ação e pensamento é em função dela, ela é o mundo dele, ou pelo menos pensava que era, antes de contar a ele sobre sua intenção de estudar no exterior e se mudar para o outro lado do mundo. Giorgio não dá ouvidos à razão; ela não vai a lugar algum, nem que isso signifique separá-los. Sem Sharon, ele não tem sentido de existência. Ele começa a planejar uma maneira de fugir com ela, para convencê-la de alguma forma a ficar, mas tudo em vão, porque ela está determinada a seguir seus sonhos, e eles não incluem Giorgio. Os anos se passam e Sharon finalmente retorna à sua cidade natal para concluir seus estudos no sistema escolar italiano. Ela está feliz por respirar o ar de seu lar e encontrar todos os seus entes queridos, mas mal sabe ela que terá de lidar com Giorgio, que mudou ao longo dos anos, tornando-se um criminoso, um valentão e um mulherengo. Contas amargas porque Giorgio pretende fazê-la pagar e não demonstrar misericórdia, exatamente como ela fez quando o abandonou.

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Capítulo 1

—Gigi? —Sharon me liga à distância.

- Estou aqui! - ele gritou correndo em direção à voz dela, ele se moveu rapidamente.

Ouço seus passos se acelerarem e nos encontramos em nosso lugar secreto. Nossas casas ficam próximas uma da outra e nossas famílias têm vários hectares de terras comuns atrás delas, onde Sharon e eu gostamos de brincar entre as oliveiras e muitas outras árvores cítricas.

—Por que você me ligou nessa hora? —Sharon me pergunta, encostada em nossa oliveira.

Nós plantamos juntos anos atrás e ele fica mais forte, assim como nosso vínculo.

Jogo a sacola no chão e, curvando-me sobre ela, abro na frente dela - coloquei um pouco de tudo nela: roupas, comida, joias, também encontrei isso no cofre -

—O que você faz com uma barra de ouro? —Sharon pergunta incrédula, agachando-se ao meu nível.

— Eu tenho três, nunca se sabe —

- Você está louco? Porque você fez isso? -

—Vamos fugir esta noite—. Assim ninguém poderá te obrigar a sair e ficaremos juntos.

-Jorge. - ela responde severamente.

—Eu cuido de tudo, está tudo na minha cabeça. Confia em mim? -

— Acho que já falei que não sou obrigado e é minha escolha ir estudar nos Estados Unidos. Ganhei uma bolsa de estudos de prestígio, não posso perder essa oportunidade.

—Por que você se importa com bolsas de estudo se você é imensamente rico? - deixei escapar, irritado.

Sharon cruza os braços e murmura: Eles são meus pais, não eu. Eu quero administrar sozinho -

—Mas você só tem anos—

- E com isso? Você não acha que ele é capaz de fazer isso? -

"Acho que não aguento a distância, caranguejo", confesso, levantando a mão para acariciar sua bochecha.

Ela imediatamente balança a cabeça. Ela não gosta que eu a chame assim, mas seu cabelo ruivo me lembra muito a cor de um caranguejo e é um apelido que uso há muito tempo, agora é costume chamá-la assim.

Sharon se afasta da minha mão e diz gentilmente: "Você deveria estar feliz por mim." Eu estaria se você fosse perseguir seu sonho.

— Meu sonho é ter você sempre ao meu lado — Dou um passo na direção dela, mas ela se afasta de mim, não sabe o quanto esse gesto me machuca.

— Pare, por favor — ela suspira cansada, colocando a mão na testa — Você está... me sufocando. Você pensa que sou sua propriedade e me esmaga com suas inseguranças, suas obsessões. -

— Obsessões? — Coloquei as mãos na cintura, ficando nervosa.

— Sim Giorgio, você é obcecado por mim! — ele quase grita comigo enquanto balança as mãos.

Levanto uma sobrancelha surpreso com seu tom de voz e começo a responder, mas ela continua gritando na minha cara: não posso fazer nada que me controle o tempo todo. Você não quer que eu confie em ninguém, você não quer que ninguém se aproxime de mim... não é assim que você se comporta entre amigos -

- Amigos? - Cuspo de nojo.

“Primos ou algo assim”, ele se corrige, mas não entendeu nada. —A questão é que eu aguento, aguento, aguento, mas em algum momento eu também explodo. Não aguento mais com você.

- Do que você esta falando? Você não é um caranguejo.

—Pare de me chamar assim e me deixe em paz! — Ele me dá as costas e está prestes a sair, mas imediatamente pego seu pulso e murmuro com voz fraca — Não... eu nunca vou deixar você ir. -

— Giorgio, por favor, amanhã de manhã tenho um avião cedo. Eu tenho que ir. -

— Você não vai, ok? Você vai ficar aqui comigo e... — uma bofetada me silencia de repente.

Imediatamente olho para ela furiosamente e vejo que ela se arrepende do gesto, na verdade ela diz em voz baixa - Te ligo assim que pousar, ok? Boa noite -

- Caranguejo -

— Eu não queria te cumprimentar daquele jeito, mas... você não me escuta. Perdoe-me pela bofetada, ele me vira as costas e segue em direção a sua casa.

— Pare de caranguejo, Sharon! -

Ela continua andando consciente de que estou implorando para ela parar e grita novamente - Tente dar mais um passo e juro que não falarei mais com você pelo resto dos meus dias! -

Sharon para de repente e meu coração também, quando penso que ela mudou de ideia e volta para mim, ela dá um passo e outro até finalmente se afastar.

—Sharon, droga! Te odeio! Me escuta? Eu te odeio e vou te odiar para sempre! — grito a plenos pulmões, caindo de joelhos.

Pego a sacola que fiz com cuidado pensando em todas as nossas necessidades, principalmente a dele, e jogando-a contra a nossa oliveira, levanto-me para chutá-la.

- Foda-se! — grito, chutando ela de novo, mas fico tão chateado, furioso com aquela bobagem, que me aproximo da moto que estacionei um pouco mais longe e subo.

— Não preciso que você viva, vadia. — Rosno para mim mesmo enquanto corro por entre as árvores até chegar ao caminho atrás da casa. **

PRESENTE.

APÓS ANOS.

—Demir! Demir! —todos gritam enquanto acelero mais rápido e acelero mais rápido que uma lasca na pista.

Olho no espelho e noto Manuel um pouco mais atrás de mim tentando me alcançar. Pobre sonhador.

Inclino-me para a direita para fazê-lo pensar que está se virando e quando ele está a um fio de cabelo de mim, viro para o outro lado, cortando-o e fazendo-o derrapar muito.

Sorrio presunçosamente ao ver pelo retrovisor que ela rola pelo chão com a motocicleta e bate nas barreiras.

Isto é o que acontece quando você desafia Demir, seu idiota.

Estou a um passo da vitória e, erguendo os punhos no ar, passo por Clarissa que agita a bandeira declarando minha vitória.

Sento-me novamente e, fazendo a moto rugir, desfilo vitoriosa diante da multidão. Todos sabiam quem venceria desde o início.

— Você é o idiota sortudo de todos os tempos — Bartis se junta a mim dando tapinhas no meu ombro.

"Que sorte, é tudo habilidade, filho da puta", deixo escapar, tirando o capacete e olhando para Manuel que manca agarrado a duas crianças.

— Muito bem, meu amor — Clarissa se agarra a mim como um mexilhão, me enchendo de beijos.

— Já te falei mil vezes para não me beijar com essa coisa pegajosa —. Eu a afasto, tirando o brilho labial do meu rosto.

-Você vai me levar para casa? Amanhã de manhã temos o primeiro dia de aula e já está quase amanhecendo – Clarissa murmura, me mostrando a hora em seu celular.

Eu bufei, você me confundiu com a porra do seu motorista de táxi?

—E também seria seu primeiro dia de aula —ele me lembra, me trazendo de volta à realidade.

É o terceiro ano consecutivo que repito a quinta série e desta vez se eu não conseguir trabalhar eles podem me expulsar daquela porra de escola.

“Levantem”, murmuro, cumprimentando os meninos e concordando que na próxima semana haverá a final e quem vencer ficará com a vaga na escola, onde terão controle absoluto para lidar sem serem incomodados.

Meli é meu território há anos, mas todo ano é justo lembrar quem manda. Eu pessoalmente não sou responsável pela venda da erva, os meus rapazes cuidam disso e fazem um excelente trabalho e depois dão-me um relatório.

Limito-me a dar ordens e verificar se a praça está limpa, sempre tem novos traficantes que acham que estão me ferrando. É o meu joguinho e eu decidirei como e quando parar.

Deixo Clarissa na esquina da rua que leva à sua villa e começo a sair, mas ela me impede colocando a mão no meu pacote.

-Aonde você pensa que está indo? — ele pergunta, sorrindo maliciosamente para mim enquanto desço da moto e me deixo arrastar contra uma árvore que nos cobre.