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Quatro

Melkin

Aquele fogo tomando conta completamente da casa da Wan, a notícia de que toda a família, havia não teria sobrevivido me destruiu por dentro, foi muita coisa pra mim, chegar em casa e encontrar meus pais mortos, logo após, ir buscar consolo na casa da Wan e me deparar com toda essa tormenta. Tudo aquilo foi o fim para mim, eu não era mais nada, para mim não existia mais nada.

Eu estava jogado sozinho na calçada, praticamente em estado de choque, porém, quando eu vi a equipe de polícia que estava na minha casa andar pelo local ao redor da casa da Wanessa eu tratei de me esconder, pois eles estavam me procurando, e foi aí que eu fiquei naquele cantinho chorando bem baixinho.

— Melkin! Ei garoto! Levanta! Eu vou te tirar daqui. - olhei para o lado e vi um homem muito parecido com o meu pai, ele sabia o meu nome, e pareceu não se importar com o fato de eu olhar espantado para o seu rosto.

— Quem, quem é você? - pergunto um pouco assustado.

— Eu sou o seu tio, vem comigo garoto, ainda tem muita coisa que você precisa saber. - o homem disse e me estendeu a mão.

Eu olhei pra o outro lado e vi que a polícia se já aproximava novamente, eles queriam que eu fosse pra um orfanato, então eu tomei ali mesmo a minha decisão, me levantei e aceitei ir com o cara que se dizia ser o meu tio.

Ele dirigiu pela cidade e entrou em um lugar muito estranho, logo eu vi que se tratava de ser uma favela.

Ele seguiu caminho e parou numa mansão, entrou na garagem e depois desceu.

— Vem garoto, aqui vai ser a sua nova casa. - ele disse e eu desci desconfiado. Ele me encaminhou para o um quarto e me mostrou uma cama. — Aqui agora vai ser o seu quarto. Olha seus pais eles...

— Estão mortos, eu sei, eu não tenho mais os meus pais, eu estou sozinho no mundo. - respondi sério.

— Suas coisas eu posso.... - meu tio começa a dizer e eu o interrompo.

— Eu não tenho mais nada ali, aquela vida não me pertence mais. - respondi em um sussurro.

— To vendo que você realmente puxou para a nossa família. Bom, durma bem garoto, amanhã eu explico como tudo aconteceu.

Meu tio saiu do quarto, e deito na cama, me permito a chorar tudo o que ainda me dói por dentro, até apagar de uma vez.

(....)

Acordei desnorteado e não fazia a menor ideia de onde eu estava, minha cabeça estava pra explodir, eu passei o olhar ao meu redor e me dei conta que estava era a nova casa no qual eu estava, aquela era a casa do meu tio, tentei repassar tudo o que tinha acontecido e lembrar o porque de eu estar ali, então eu lembrei de tudo o que tinha acontecido, tudo veio na minha mente como um flash Back.

Meus pais mortos, um mar de sangue na minha casa, ou melhor dizendo a minha antiga casa, fogo na casa da Wanessa, a Wanessa morta. Eu me jogo na cabeceira da cama, e lágrimas começam a cair dos meus olhos

"Eu também perdi a Wanessa!"

Eu me desabei em prantos, até aquele dia eu nunca havia experimentado em minha vida uma dor tão grande, na minha cabeça vinha flash's de memória da minha mãe e do meu pai o tempo todo. Do sorriso meigo e sincero do pai, da firmeza misturada com doçura da minha mãe, como eu iria viver sem eles a partir de agora?

E a Wanessa? A doce e gentil Wanessa! eu estava me sentindo a mais infeliz das criaturas, alguém que antes tinha tudo e que depois não tinha mais nada, eu estava sem acreditar, ainda não tinha caído a ficha por completo

Eu estava sem chão! Não conseguia pensar, raciocinar direito, e minha cabeça doida e latejava bastante. E foi nesse dia aí que eu entendi que o destino não seguia regras, apenas seguia seu curso como um trem em movimento, e nós meros mortais éramos apenas os simples passageiros

— Bom dia garoto! Como você está? - meu tio entra no meu quarto e pergunta.

— Na medida do possível. - respondi enxugando as lágrimas.

— Eu já cuidei de tudo do enterro de seus pais! Eles estão sendo encaminhados para o jazido da família! Você vem morar comigo a partir de agora. - concordei com a cabeça.

— Tio, obrigada por tudo! - agradeci aquele no qual antes eu nem sabia da existência.

— Relaxa, tu é da família. A sua casa ficará fechada até você decidir o que vai querer fazer com ela no futuro.

— Tudo bem. - respondi ainda desnorteado.

— E eu não sei se é cedo, mas eu acho que chegou o momento de você saber o que aconteceu com os seus pais.

— Eu quero saber agora quem matou eles. - falei zangado.

— Pois e garoto, teu pai e eu comandava esse morro, eu sou bandido, porém, quando o mesmo conheceu a sua mãe, acabou largando essa vida pra poder viver com ela, eles tinham acabado de descobrir que a sua mãe estava grávida de você.

Meu tio seguia contando a história e para mim parecia mais estar ouvindo sobre um filme de uma história com outras pessoas, mas eu continuava ouvindo tudo calado.

— Eu segui esses anos todos na vida do crime, teu pai arrumou um emprego e foi pagar de pai de família lá no asfalto, porém, não se sai fácil dessa vida que nois leva, a gente arruma muito inimigo, e foi isso o que eu acho que aconteceu com o teu pai. - ele disse suspirou. — Eu acredito que algum inimigo do passado possa ter ido atrás de viganca e aí aquela tragédia aconteceu com o seu pai.

— E a minha amiga, a Wanessa, a casa dela pegou fogo e toda a família dela morreu.

— Ah você conhecia as pessoas daquela casa né? Então, eu não sei informar nada desse bagulho aí não. Que é estranho é sim. Porém, eu não sei informar.

— Tudo bem. - eu disse triste.

— Olha garoto, e o seguinte, a partir de hoje você tem que dizer se você cola comigo. Pois a vida aqui na favela é bem diferente. - meu tio falou sério.

— Se eu colar colar você significa que eu terei um dia a vingança pela morte dos meus pais?

— Sim! Isso eu garanto pra você.

— Pois a partir de hoje, eu também vou fazer parte da vida do crime.

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