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Capítulo 6

— Onde está a pergunta correta. -

—Onde você quer ser recebido? — ele se corrigiu.

Tive que forçar os olhos para não me levantar e olhar para aquela outra varanda. Eu só tive que me concentrar nos lábios de Bestian.

Focar no que me fez sentir, sem ter medo desse presente.

Peguei sua mão, aquela que eu costumava fumar, e passei seus dedos indicador e médio pelos meus lábios. - Aqui. — Soltei a mão dele.

— Você vai pensar que estou cansado dos seus beijos já que sou sempre eu quem os quer e os pede. - eu disse em voz baixa.

- Você é? — Ele ergueu os olhos dos meus lábios para encontrar seus olhos, enquanto minhas mãos deslizavam por dentro de seu casaco, tocando suas costas por cima do suéter.

- Sou. -

Meu rosto se aproximou do dele, mas meus lábios estavam esperando que ele desse um passo à frente desta vez.

Apesar do frio, que ainda não havia passado, ele sentia o aroma dos cigarros. Foi forte, gostei. Foi preciso algo forte para me manter no presente, algo que permanecesse em minhas roupas, para que eu pudesse sentir sempre, mesmo quando o passado voltasse.

— Achei que você não ia querer me beijar aqui, então fumei. -

Aqui fora. Ele estava com medo de que eu não quisesse torná-lo visível em uma casa muito próxima do passado?

— Você acha que um cigarro pode tirar a vontade de beijar você? -

Bestian sorriu, de verdade, e também deslizou as mãos sobre meu suéter, tirando-o da calça jeans para tocar minhas costas, apertá-lo e me puxar para mais perto dele. Nossos narizes se tocaram e o meu precisou respirar profundamente para sentir seu perfume.

—Você ainda está resfriado. - Ele disse sentindo minha respiração irregular.

- Eu sei... -

— Você não deveria ter saído de casa. Ele disse, apoiando sua testa na minha.

—Eu não aguentava mais ficar lá. — Eu me joguei no chão.

E havia muitos motivos, mas eu não contei a ele, embora seus olhos me dissessem que ele queria conhecê-los.

— Eu precisava te ver, Res… Não me importo com o frio. - Eu continuei.

Eu acariciei no tecido. Eu gostaria que aquele suéter não estivesse lá. Meu coração começou a pensar na noite anterior, em nossos corpos unidos. Aquele coração que não teve tempo de metabolizá-lo.

Eu acaricio. Meu casaco guardava o segredo de duas mãos explorando minha pele fria.

— Eu gostaria de tocar em você, de novo... — sussurrei.

- Sim? -

Ele aproximou seus lábios dos meus.

Ele beijou primeiro o de cima e depois o de baixo. Ele os lambeu e então selou tudo com um beijo suave e moldado.

Eu estava pronto para intensificar a situação, mas ele decidiu se afastar um pouco, apenas o suficiente para conversar. Ele adorava me fazer esperar e eu tive que me forçar a não enterrar meus lábios nos dele novamente.

- Você parece cansado. Você não dormiu bem ontem à noite? - o sussurro.

É a hora certa, diga a ele. Olhei cuidadosamente em seus olhos e ele nos meus. “Deve ser a febre”, respondi finalmente, sem encontrar coragem nem palavras.

Quando ouvi a buzina do carro de Candace, Bestian tirou as mãos das costas, mas não consegui dizer se ele as tirou antes ou depois de ver Candace.

Porém, pela euforia de contar a ele, não quis prestar atenção nisso.

— Sinto que sou demais. — foram as primeiras palavras que ele disse depois de trancar o carro e se juntar a nós.

Afastei-me do corpo de Bestian para dar a Candace a chance de se apresentar.

— Finalmente te conheço, garoto misterioso da aula de redação. —Ela estendeu a mão para ele e ele apertou, sorrindo para ela. - Apenas Bestiano. -

— Bom... só Bestian, eu sou Candace. -

Bestian nos convidou para entrar. Tiramos os casacos e fomos em direção à sala. Tinha música, comida, álcool, beer pong, jogos de tabuleiro e Terence, pronto para aparecer com Candace.

—Terência. - Ele estendeu a mão. Ela simplesmente olhou para ele; Além disso, ele tinha várias tatuagens, inclusive nos nós dos dedos. - Você é? -

Candace continuou a olhar para ele como se ele fosse um de seus protagonistas masculinos favoritos. - Apaixonado? —A pergunta dela não era real nem mesmo uma apresentação de si mesma.

Terence ficou obviamente surpreso com a franqueza dela e tive que conter o riso.

- Sobre? Se eu puder perguntar. —Ele já parecia pronto para tirar sarro dela e ela adorava os diretos.

"Você não pode perguntar", ele disse casualmente.

Enquanto isso, outros amigos de Bestian se apresentaram para mim. Alguns dos que eu achava que eram mais próximos se entreolharam e deram sorrisos tortuosos a Bestian. Olhei para ele e seus olhos não pareciam prestar atenção.

Depois de me notar apontando para ele, ele disse: "Você pode vir comigo por um momento?" -

— Sim, claro... — respondi com incerteza. "Estarei aí imediatamente", me virei para Candace.

Ela ergueu as sobrancelhas. - Certamente. —Eu já estava pensando errado.

Seguimos para as escadas e quando chegamos ao quarto dele ele fechou atrás de nós.

—Por que parece que para seus amigos sou um prêmio que você ganhou? — Tentei brincar com isso, mas não consegui tirar aqueles olhares estranhos da cabeça.

Eu tinha revelado a ele o que havia acontecido entre nós na noite anterior? Eu já tinha feito isso com Candace também, mas achei que entre os homens era diferente, menos importante.

Bestian deu alguns passos pela sala até descansar na mesa. Ele inclinou a cabeça, pronto para responder com outra pergunta.

—Primeiro você responde à pergunta que lhe fiz lá fora, talvez dizendo a verdade. —Esperei ansiosamente. "Você não dormiu bem ontem à noite?" -

Bestiano

algumas horas antes

Se você se sentir melhor,

Você gostaria de passar a noite comigo?

Meus amigos também estão lá.

Escrevi aquela mensagem com uma mão enquanto a outra segurava Ares na coleira, que notei imediatamente ficar atento ao ouvir o motor do carro de Demian.

Esse bastardo tem um belo carro.

Ele conseguiu pegá-la.

Quando eu tinha treze anos, víamos juntos revistas de automóveis e ele sempre escolhia Aston Martins. Ele os escolheu porque sabia que, financeiramente falando, poderia tê-los, enquanto eu apenas sonhava com eles.

Muitas vezes escolhemos o mesmo carro e ele disse que seria ótimo ter o mesmo. Você pode comprar dois carros idênticos se gostar deles. No entanto, não existem dois helenos.

Ele saiu do carro, bateu a porta e...

Está vindo em minha direção?

— Você é um merda, Bestian… — ele disse um momento antes de me agarrar pelo suéter e bater minhas costas contra o carro.

Sua respiração era irregular, como todas as vezes em que, quando criança, ele discutia com o pai e se refugiava em minha casa.

Como quando ela o encontrou quando era adolescente.

Muitas vezes até subindo a varanda do quarto dele para chegar ao meu.

Seu pai estava convencido de que seu filho estava sendo punido ao ser trancado em seu quarto enquanto ele e eu jogávamos PlayStation no meu.

Ares também cresceu com ele mas, devido ao comportamento de Demian, começou a rosnar porque eu ainda era o mestre.

- Estás drogado? — Eu disse a ele, ouvindo também o latido de Whiskey, que ele queria defender seu mestre através das grades de sua casa.

—Você enlouqueceu, Bestian. -

Ele continuou a olhar nos meus olhos sem nem perceber que Ares estava prestes a atacá-lo. E Ares nunca se permitiu mostrar os dentes para ninguém, muito menos para Demian.

Levei Ares para o jardim e fechei a porta, pronto para iniciar uma conversa com o ex de Helena.

Eu estava me perguntando por que ele ficou tão bravo comigo depois que dormi com ela.

Coincidência? Não não acredito.

Ele certamente não havia contado a ela, então... por que Helena fez isso?

Quando?

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