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Alpha

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Resumo

Raiden Iakisamoto era um Alpha justo e equilibrado, o líder de seu território do lado sul que foi herdado através das gerações de sua família. Ele protegeu os seus com garras e presas, mas foi incapaz de se defender de um ataque formado por inimigos que nunca o aceitaram como um Alpha. Suas últimas ordens para a família foram fugir para o Norte, onde teriam ajuda para se recuperar, e mais tarde teriam sua vingança. O Norte de Seant City é o lar da maior alcateia conhecida no mundo. Comandada por um Alfa feroz que não parava por nada para defender o seu povo. Ele era conhecido como um ser sem coração, violento e impiedoso, o único problema era sua identidade desconhecida. A chegada do clã Iakisamoto deixou a matilha do norte em crise, pois também trouxeram uma guerra que não podiam lutar sozinhos. No entanto, o poder do filho único não transformado trouxe esperança a todos e, em meio à falta de controle, uma guerra, vingança e desespero, nasceu um amor com a única garota que não podia ser tocada.

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Nova Família

“A Morte não é o fim de uma vida, e sim um recomeço”.

Os portões foram abertos às pressas.

A chuva que caia era demasiadamente assustadora e diferente naquela noite. Os olhares dentro do carro se cruzaram por segundos, sabiam que algo estava errado, e ainda assim seguiram em frente. Nada poderia fazer com que os homens parassem seu caminho. Aquele era seu dever. Pararam o carro quando enxergaram mais a frente o bando maior que já conheceram. Os faróis foram apagados e em segundos o carro desligado.

— Tem certeza que devemos fazer isso? – Riki questionou ao pai que deu outra olhada para os homens e viu ao longe seu alpha.

— Sim devemos. O alpha é nossa prioridade. – Deu seu ultimato fazendo o filho pular para fora do carro rapidamente batendo a porta. Os olhares dos homens em sua frente o seguiram enquanto caminhavam pra perto. Seu alpha estava amarrado, como se fosse o mais fraco de todos ali, mas era o contrario. Oh com certeza.

— Achei que demorariam um pouco mais. Fico feliz que tenham conseguido chegar logo. Seu alpha não fala muito, e amarrado dessa forma não é interessante para mim. – Takashi apareceu atrás de um de seus homens, andando devagar com seu sorriso no rosto. — Akira e Riki Iakisamoto os betas mais importantes. Sejam bem-vindos.

— Diga logo o que quer. Não viemos aqui perder tempo – Riki empinou o nariz. Odiava esperar, odiava todas as coisas que aconteciam desde que acordou naquela manhã. — devolva nosso alpha.

— Vocês não devem mais nada a esse homem. – Takashi chegou até ele trazendo Raiden, o Alpha amarrado junto de si. — Temos diferenças, pequeno Beta, tantas diferenças e resolvemos tudo com conversas aleatórias. Embora ele não fale muito. – Akira e Riki se olharam, e voltaram a Takashi — seu alpha estará recusando o título, e devolverá o território a nossa alcateia do sul ao clã Yumura, nós fomos o primeiro. – Os dois homens deram um passo para trás.

— Nós conquistamos esse território. Ele não pode mais ser tomado. – Riki bradou ativando suas garras, sua única vontade era de rasgar o rosto daquele homem em mil pedaços, não importaria o resto.

— Seu alpha preza pela vida. Ou ele declina de seu título, ou acabamos com todos vocês. – Riki encarou Raiden com afinco. O que aquilo queria dizer? — E quando eu digo todos, eu estou falando de todos os lobos da alcateia Iakisamoto… Os que se transformam, e os que não deram sinais nenhum de que será um lobo um dia – Os três Iakisamoto rosnaram para cima do homem, e Raiden, mesmo amarrado se aproximou de seus betas o suficiente para fazer ambos se afastarem cada vez mais de Takashi e abaixarem ao seu encontro.

— Façam o que ele manda. – ordenou com os olhos vermelhos como fogo. — Nossa família é grande, mas não o suficiente para derrotar quatro alcateias que buscam territórios aleatórios. Pensem nos outros, - ele fitou Riki — pensem no Jin. – Os dois recuaram rapidamente escondendo suas garras, presas, tudo. Raiden assentiu puxando seus pulsos para que as cordas se arrebentassem, encarou Takashi escondendo os olhos vermelhos e abaixou a cabeça. — Esse não é o fim.

— Não. É apenas o começo. – Em um único passe Takashi cravou suas garras sobre o estomago de Raiden trazendo dor ao Iakisamoto e aos betas que gemeram. O instinto de proteção foi mais forte e se meteram no meio para protegerem aquele que os guiava, mas o ruim de não receber os comandos do Alpha em uma batalha simples que fosse, é que você age por instinto, rapidamente os betas foram presos por outros lobos, os impedindo de chegar a Raiden.

Takashi tinha conseguido o que queria. Raiden era a chave da destruição da alcateia Iakisamoto, sem ele, aquele bando não era nada. Alguns se juntariam a sua, mas outros iriam embora, principalmente a família principal.

— Você não vai se livrar disso – Takashi soltou o corpo de Raiden que caiu rapidamente chamando atenção de seus betas imobilizados. Cuspiu sangue sabendo que as feridas de um alpha demorariam a cicatrizar e ele jamais poderia fugir do destino a qual estava chegando. — Os Iakisamoto não serão os únicos que terá que enfrentar. – as últimas palavras de Raiden deixou Takashi com uma pulga atrás da orelha, no entanto, o último golpe contra a garganta de Raiden o levou a vitória de uma guerra de mais de dez gerações.

Matando um Alpha de uma alcateia imensa que logo, logo estaria em suas mãos no território do sul. Respirou fundo virando para os betas completamente surpresos. Aquele morto ali, não era o verdadeiro Raiden que conheceram um dia, o seu Alpha lutaria até o último momento, então porque desistiu e deixou-se morrer?

— Soltem-nos – seus lobos soltaram os betas que apenas caíram no chão — saiam ainda essa noite e levem todos os membros da sua família imunda. O lado Sul foi tomado de volta pela alcateia Yumura.

Avisou aos outros e junto de seus lobos sumiram com rapidez deixando os betas no chão. Aos poucos, Akira foi o primeiro a conseguir se erguer abaixou-se apenas quando estava diante do alpha encarou o corpo jogado no chão e voltou-se ao filho que ficou de pé.

— Vamos embora. - Pediu sabendo que aquela frase não era típica do seu vocabulário. Mas com o seu Alpha e pai morto, ele precisava de um tempo para organizar e continuar.

— Ir embora? – Riki se aproximou — ele matou nosso alpha, e você fala assim “vamos embora” como se fosse normal. O que você quer ser? O líder? Você quer ser o alpha? O que precisamos agora é de-

— Um alpha – Riki se abaixou perto de Raiden, a ligação que tinha com aquele homem era grande, além de ser seu alpha, era o seu avô tudo e tudo que aprendeu foi com o homem jogado ao chão. — O lado norte tem um alpha o mais forte em quatro gerações. Nós vamos para lá, e voltaremos em outro momento para nossa vingança. Os Iakisamoto precisam de um tempo para pensar, reunir e depois agir, não importa o que pensa agora, temos que ir embora.

Riki assentiu.

Eles poderiam estar indo agora, mas voltariam com a vingança.

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— E o que você acha desse aqui? – A mulher surgiu girando no quarto parando somente quando chegou à cama, com as mãos na cintura, ela pousou para outra foto tirada por seu namorado. — Eu comprei quando passei uma temporada na cidade dos meus pais, lá é quente demais, por isso as roupas tem poucos tecidos – foi se aproximando devagar – o que você achou?

— Você fica perfeita dentro de tudo. – Ele levantou quando ela esticou suas mãos para o tocar. — Eu tenho que ir embora agora, já está tarde – pegou sua mochila ao lado da cama.

— Jin, da pra você ficar aqui hoje? Está chovendo e não é legal ficar andando por aí sozinho – pediu ao deitar na cama. A camisola era encantadora, e os seios enormes daquela mulher que mal cabiam em sua mão o excitavam, mas…

— Não estou muito bem hoje – avisou abaixando a cabeça, sua pele estava queimando como se ardesse em febre, mas se sentia bem. — Só preciso ir pra casa.

— Você sabe que como sua professora eu poderia ordenar que ficasse até a hora que desejar. – ela se aproximou mais jogando seu cabelo ruivo para trás. Segurou o rosto do garoto o beijando com ardor, mas esse fogo foi acabando quando sentiu a quentura da sua pele. — Jin, você está com febre, não pode sair nessa chuva.

— E o que quer que eu faça? – ele guardou a câmera na bolsa e ajeitou nas costas — eu estou do moto, vou rápido. Não posso dormir aqui, não avisei ninguém de casa. E eu vim aqui, só estudar piano.

— Você odeia piano, mas você pode me tocar, - riu malicioso, e antes de cair aos encantos da mulher por qual havia nutrindo um sentimento sexual além do que podia o celular vibrou dentro da bolsa. — Droga.

— Oi – ele atendeu rapidamente e a voz chorosa de sua mãe e uma estranha faladeira em sua casa o deixou surpreso. — Mãe? O que aconteceu? – ele encarou Mei que já havia voltado para cama, e tirava o sutiã. — Eu estou indo. - Desligou o celular.

— Ah não, fica, está chovendo.

— Raiden, meu avô, morreu – Mei arregalou os olhos, desnorteada com a notícia, — Eu vou embora.

Saiu do quarto batendo a porta, desceu as escadas pegando o capacete na entrada e saiu da casa correndo até sua moto. Não ligou para as gotas de água que molhavam suas roupas. O ronco do motor soou como música e suas curvas foram feitas em alta velocidade. Enquanto dirigia sua pele aqueceu ainda mais, embora estivesse na chuva, ele estava pegando fogo. Encarou-se bravamente e voltou-se para frente outra vez. Suas mãos suaram dentro das luvas e ele soltou o guidom tentando entender.

— Que merda é essa? – quando voltou a olhar para frente, a cor de todas as ruas tinham mudado. Ele se desequilibrou caindo em questão de segundos. Seu corpo rolou pelo chão até bater contra a parede um muro e voltou para perto da pista. — MERDA!

Gritou furioso tentando sentar. Seu braço estava doendo e os joelhos estavam cheios de sangue. — Merda, merda – sacou o celular da bolsa se afastando do asfalto, a chamada de emergência deu direto para seu irmão mais velho. — Riki, eu preciso de ajuda, eu caí de moto não consigo levant- - Jin olhou novamente para seu joelho procurando as feridas — AH MEU DEUS! AH MEU DEUS, ESTÁ SE CURANDO? ESTÁ SE CURANDO, CURANDO, CUR- - O soco que levou na cabeça o fez desmaiar na hora.

— Amadores. - O homem se abaixou perto do moreno desmaiado o girando para ficar de frente. Jin era o mais jovem do clã e com certeza o único que daria trabalho para aceitar o que iria acontecer dali para frente. Olhou para o celular jogado e escutou ao longe uma voz conhecida, pegou o mesmo. — Riki? Relaxa, estou o levando pra casa.

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O despertador quase a derruba da cama quando o susto a fez perder o seu tão e adorado sono. Sentou na cama olhando ao redor e nem mesmo o lençol que a cobria dos pés a cabeça ela foi capaz de soltar. O frio dentro do quarto era uma das melhores coisas do mundo para uma garota tão inocente quanto ela. O despertador soou outra vez em sua cabeça trazendo-a de volta para a realidade mesmo quando queria somente deitar e dormir. Soltou um dos braços para desligá-lo e girou na cama jogando suas pernas para fora. Queria poder passar mais tempo na cama, tipo, o dia todo se fosse possível. Mas pelo visto, teria que se acostumar novamente com a ideia de acordar antes das onze, pois longo mais, as aulas iriam começar.

Largou-se de seus lençóis cor de rosa para ir até a janela abrindo as cortinas para encarar a rua graciosa a qual morava. Bastou aparecer na janela de vidro para que o celular começasse a tocar enchendo sua caixa de mensagens. E o notebook lhe informar que uma chamava de vídeo estava a alertando. Correu até o Notebook se sentando para aceitar a chamada e dar de cara com Lívia, uma de suas melhores amigas. Jogou o cabelo para trás soltando um largo sorriso.

— Bom dia Lívia, por que já está pronta? Andou dormindo na casa de quem? – questionou rapidamente. Lívia não tinha costume de acordar cedo e onze horas da manhã era cedo demais.

— Hahaha, muito engraçado. Mas para sua informação eu estava com o Yan, ele ainda é quente e me deixa toda molhada – Aurora engoliu a seco e a cara de nojo foi feita — e não me faça essa cara, sua coisa inocente, você sabe exatamente do que eu to falando e qualquer dia desses vai abrir essas pernas para deixar um pau grosso e gostoso passar e entrar ne-

— Quer calar a boca? – Lívia riu incluindo outra pessoa na conversa — eu não acredito que você e Yan estão desde o fim das aulas. Sei lá, achei que você iria cair em tentação e voltar com meu irmão. Ele gosta de você. Não, vou arrumar isso, vocês são suas metades.

— Então porque ele está com a Raíza?

— Porque o Fabricio viajou?

— Então quando o Fabricio voltar, ele pega a Raíza de novo, e o Adrian volta comigo e o Yan fica solteiro, a menos que você finalmente de uma chance ao ruivo que te adora. - Aurora fez careta — A solução para todos os nossos problemas é a volta do Fabricio. – Foi irônica bem a tempo de aparecer o quarto de Raíza em outra tela e logo em seguida seu rosto molhado. – Oi Raíza, estava falando de você agora mesmo.

— Se esse papo incluir o Adrian, eu estou fora.

— Claro que inclui esse babaca por que você resolveu pegá-lo sem minha autorização.

— Não esqueçam que mais tarde na entrada da cidade as vendas para a arrecadação de suprimentos para as famílias carentes irão acontecer. E nossa barraca de doces precisa ganhar. – As lembrou. Ambas assentiram, porém, a discursão por garotos voltou logo em seguida.

Aurora fechou a tela do notebook e acabou com a pequena discussão. Não queria ouvir esse tipo de conversa antes de tomar um bom café para esquecer seu corpo. Depois de um banho, saiu do quarto procurando pelo resto da sua família e encontrou todos na cozinha. Adrian tentava a todo custo ajustar um pudim mal feito em cima da mesa, mais tarde as vendas de doce para as famílias carentes começariam e ela queria que novamente a barraca de suas amigas arrecadasse mais dinheiro que qualquer outra.

— Bom dia. Achei que não acordaria mais hoje – Aurora sentou-se perto de Adrian revendo seus movimentos e riu quando a forma saiu por completo, com metade do pudim no fundo. — Merda.

— Você não sabe cozinhar. Por que fica tentando? – questionou e Adrian pegou um pedaço metendo todo na boca.

— Porque quando não der certo eu como tudo – avisou jogando a forma na pia e sentou ao lado da irmã — e você? Ouvindo baboseira logo cedo?

— Vocês acham que onze horas são cedo? – Anabela perguntou ao deixar o café de Aurora na mesa com os cereais e leite — quero ver quando as aulas começarem, que horas vão acordar pra estarem lá?

— Vamos acordar cedo por que sem a gente, aquele colégio não funciona – avisou Adrian, todo empolgado ao levantar — Eu sou o capitão do time de lacrosse, e por alguma razão, Aurora ganhou a votação para ser a capitã das lideres de torcida. – jogou seu cabelo ruivo para trás fazendo seu charme e Aurora o encarou. — o que quebra todo meu esquema de levar a líder para jantar.

— E você queria mais uma? – Adrian fechou a cara — Sério? Lívia, Raíza, Jane, Luiza, Mel, quantas garotas mais você quer pegar? – Adrian deixou a tristeza aparecer e se aproximou devagar de Aurora puxando a cadeira para se sentar — diz logo que você a ama, dessa forma não vai conseguir.

— Como eu posso dizer que a amo se o Yan está sempre por perto? A gente deu um tempo nesse verão e ela foi logo pra cama dele. – Aurora, como a irmã caçula porque nasceu dois minutos depois de Adrian, segurou seu rosto entre suas mãos macias para encarar os olhos verdes de seu irmão tão bonito e gentil.

— A Lívia te ama, mas eu também ficaria com raiva se soubesse que o garoto por qual sou louca está pegando minha melhor amiga. – Adrian rosnou desviando o olhar e Aurora se afastou rapidamente, tinha pavor daqueles dentes, daquela cara, daquele suspiro… — Adrian, o que foi?

— Tem alguém se aproximando – Aurora olhou ao redor respirando fundo e então o encarou confusa, logo voltou a comer normalmente. — eu sinto muito.

— Tudo bem. – Declarou e Adrian se arrumou pra sair. — Não esquece que mais tarde a barraqu-

— Dos doces e a arrecadação para as famílias carentes. Já sei, já sei, já sei – ia falando enquanto saia da cozinha e logo partiu de casa.

Aurora levantou para acompanhar a sombra do irmão até ele cruzar o quintal e começar a correr entre quatro patas e se meter na floresta, não demorou mais de oito minutos para o ruivo uivar antes do meio dia, Aurora voltou-se para a mesa e sentou com um largo sorriso. Anabela olhou da floresta para a filha que tranquilamente, voltava a mexer no celular como se aquilo não fosse nada.

Talvez um dia, ela se acostumasse com a ideia.