Capítulo 3
A lua deles.
Sua rainha.
A batida do meu coração.
Olho para o rosto dela. Seus olhos estão fechados e o sangue ainda está pingando.
Sua pele está fria.
Meu Deus, meu coração se apertou ainda mais.
Nunca mais verei aqueles olhos verdes como os da natureza olhando para mim. Nem nunca mais verei seu lindo sorriso.
Deus, o que eu fiz?
- Papai... -
A voz de Emiliano me fez olhar para cima.
Meu coração doeu profundamente.
Ele olhava para sua mãe em meus braços.
Seus olhos se encheram de lágrimas.
Minha dor aumentou.
Ele veio em minha direção sem desviar o olhar de sua mãe.
- Mamãe? - Ele tocou o braço dela.
Meu coração carregava um fardo enorme. É muito pesado.
- São os humanos", disse Renata atrás de mim.
As pessoas murmuravam.
- Eles mataram o Gabriel também", ela gritou.
-Caçadores de humanos. Devemos ir atrás deles imediatamente", ouvi Alvaro, meu Gamma, dizer.
Não conseguimos encontrá-los. Eles escaparam de alguma forma", disse Renata.
As pessoas murmuraram ainda mais.
Cerrei a mandíbula.
Humanos. Idiotas de merda. Eu poderia matar todos eles por isso.
Provavelmente o farei.
...........
Era uma manhã escura. Seu funeral foi silencioso. Todos nós usávamos preto e segurávamos guarda-chuvas pretos enquanto suportávamos a chuva lenta.
A chuva era como lágrimas.
Essa é a imagem de meu coração partido. Derramo lágrimas frias.
Observo como elas cobrem minha esposa.
Eu a observo enquanto ela se junta à poeira.
Isso é uma droga.
Que merda.
Sua irmã chora junto com outras pessoas. Meu filho está ao meu lado com sua companheira, Daniela.
Camila era minha vida. Tudo pelo que eu podia viver.
Agora não tenho nada.
-Você tem o Emiliano", disse meu lobo.
Ele continua nos lembrando.
Eu realmente tenho que ser forte pelo nosso filho.
Ele é uma parte dela que ela deixou para mim neste mundo fodido.
Algo que me lembra muito dela.
Feliz, ele tem os olhos verdes dela.
E também a cor de seu cabelo.
Ele é quase um % dela.
Mas ele é todo eu.
Ainda não é o suficiente.
Eu a quero. Eu a quero de volta.
Oh, merda!
Depois de uma hora, todos deixaram o local do funeral, restando apenas meu filho e eu.
Ficamos em frente ao túmulo dela, olhando para ela. É difícil chorar. Meu coração está pesado.
Quase como uma pedra.
Meus olhos estão cheios de lágrimas nas sombras escuras que cobrem meus olhos.
Emiliano colocou flores em seu túmulo.
Aperto minha mandíbula pensando em seus assassinos.
Matarei qualquer humano que puser os pés nesse rebanho.
Esses malditos bastardos acham que se safaram.
Vou provar isso a eles, porra.
Senti um toque em meu ombro.
É o Emiliano.
Soltei um suspiro.
Ele suspirou com um aceno de cabeça para ir embora.
Olhei para trás, para o túmulo de minha esposa.
Droga, como vou sentir falta dela!
Minha única e verdadeira companheira.
Eu me lembro de quando achava que ela era minha companheira.
Nós dois tínhamos dezoito anos de idade.
Estávamos muito apaixonados um pelo outro.
Ela nos fez ter um filho naquela idade.
Um filho que agora está à minha altura.
Meu Deus, isso é besteira.
Quanto mais penso nisso, mais meu coração fica apertado.
Ela não morreu sozinha.
+
Eu também morri.
Aceno para o meu filho enquanto caminhamos de volta.
Este é o início de minha morte.
A vida sem ela é a morte.
É infelicidade.
Sem paz.
Inútil pra caralho.
O flashback termina*******
Tomei outro gole de líquido.
Meus olhos se voltaram para nossas fotos juntos na mesa de cabeceira.
Ela estava rindo alto naquele momento.
Em outra foto dela, ela segurava o bebê Emiliano nos braços.
Sorrindo brilhantemente.
Ela sempre sorria. Muito bonita.
Argh!
Dois anos de idade!
Que merda é essa?!
Saio em disparada do meu quarto.
Meu lobo está com dor. Ele quer sair para correr.
Sair.
Era isso que ela queria fazer. Ela queria sair. Eu não deveria tê-la deixado.
Eu não deveria ter deixado, porra!
Argh!
-Merda!!! -Voltei à minha forma de lobo. Correndo com todas as minhas forças.
Eu rugia enquanto corria.
Parei em um lugar na floresta.
Estava escurecendo.
Meu coração sangrou ao pensar nela.
Ela estava em minha mente desde o dia em que morreu.
Sinto muito por tê-la deixado ir.
Eu me odeio por isso.
Minhas mãos doíam de vontade de matar alguns malditos humanos.
Não vi nem peguei nenhum desde então.
Isso é uma droga.
Isso é uma merda....
Um cheiro atingiu meu nariz.
Fiquei paralisado.
Falando no diabo.
Humanos!
Meus olhos se estreitaram naquela direção.
Eu sei onde estou. Longe de casa, mas ainda em meu território. Então, eles estão invadindo a porra da minha propriedade.
Camilla me veio à mente.
A imagem dela sendo baleada me veio à mente.
Eu rosnei.
A raiva me inundou.
Posso imaginar como eles fizeram isso.
Minhas garras doíam de tanto arrancar a vida do corpo humano.
Segui o cheiro.
Rosnei enquanto dava passos em direção a eles.
Cheguei à parte em que encontrei três homens armados.
Caçadores.
Filhos da puta.
Fiquei atrás de algumas plantas altas e ervas daninhas.
O jipe marrom deles estava estacionado ao lado. Um dos homens estava sentado nele, fumando.
Outro está de pé, trabalhando em sua arma.
O último está sentado em uma pedra, rindo das piadas que estão fazendo.
Fico olhando para eles.
Que descaramento ter que ficar feliz e fazer piadas depois que os da laia deles mataram minha esposa!
Há uma boa chance de terem sido eles que a mataram.
Sinto meu coração apertado ao pensar nisso.
Dou a volta neles e vou em direção ao jipe.
Ao me aproximar do jipe, entro nele. Dou a eles o maior susto de suas vidas.
- Que porra é essa? - disse um deles, enquanto todos me olhavam com os olhos arregalados.
Fico olhando para eles.
Eles acham meu tamanho impressionante.
-Deus, ele é um alfa", disse o terceiro.
Impressionante.
Ele sabe sobre lobos.
Malditos caçadores.
- Quem se importa? - disse o segundo em voz alta, enquanto engatilhava rapidamente sua arma e a apontava para mim.
-Não espere", ouvi o terceiro dizer.
Mas o segundo puxou o gatilho.
Eu fui rápido o suficiente para me esquivar dele, enquanto me lançava sobre ele e arrancava seu coração.
Ele gritava o tempo todo.
Agarrei o primeiro antes que ele pudesse apontar sua arma para mim.
Arranquei sua cabeça com meus dentes.
O sangue encheu minha boca.
Virei-me para o terceiro.
Ele tremia de medo.
Fiquei olhando para ele.
Ele recua lentamente.
-Não... por favor", ele implorou.
Camila veio ainda mais à minha mente.
Eles a mataram sem piedade.
Por que diabos eu deveria perdoá-lo?
- Por favor, .... -
Eu gritei.
Ele estremeceu, estremecendo ainda mais.
- Camila! -
Seu nome ecoou em minha cabeça.
Dei passos rápidos em direção a ele e torci seu corpo.
Ele gritou até a morte.
Rosnei, sentindo o sangue em minha boca.
Eu queria matar mais.
Quero que todos os humanos morram!
- Ora, ora, ora...
Eu congelei.
Uma voz muito familiar.
Eu conheço essa voz.
- Se não for o alfa Matthias -
Raul.
Da matilha Booty. Ele é um inimigo da matilha de Sierra Oscura. Ele também era um trapaceiro, mas anda por aí, mexendo em assuntos que não lhe dizem respeito.
Eu deveria expulsá-lo agora.
Eu me viro para ele.
Ele está sem camisa, mas usando calças pretas.
Acho que ele se transformou há alguns minutos.
Ele está sorrindo para mim.
Fico olhando para ele.
Ele olhou em volta e cantarolou.
-Vejo que acabou de aproveitar sua festa. Você se divertiu, não foi? -perguntou ele com um sorriso.
Continuei olhando para ele.
-Todos eles são humanos também. Que divertido! Vingar sua esposa, hein?
Meu sangue ferveu.
- Uma pergunta, velho amigo, isso a trouxe de volta? -
Minhas garras doíam.
Não trouxe? Porque eu não a vejo em lugar nenhum.
Olhei para ele com mais força ainda.
Ele começou a rir.
Minha raiva aumentou quando soltei um grunhido, empurrando-o contra a árvore e prendendo-o contra ela.
-Fácil", disse ele, rindo. Sua força é incrível.
Voltei à minha forma humana.
Ele sorriu.
Apertei a mandíbula e agarrei seu pescoço com mais força, minhas garras se cravando em sua pele.
Dê-me um bom motivo para eu não arrancar sua cabeça agora mesmo", rosnei.
- Vamos lá, sou seu velho amigo. -
-Você não é meu amigo, seu patife. -Está me ouvindo, porra?
- Tudo bem, tudo bem. Não estou ouvindo. -
Fico olhando para ele.
Ele não fez nada comigo.
Se ele fosse um humano, eu o teria despedaçado em um instante.
Mas ele não é.
Eu o soltei com agressividade.
Ele limpa a garganta.
Eu me aproximo.
-Você sabe que eu nunca dei minhas condolências pela perda de sua amada lua.
Paro em meu caminho.
Ela era uma lua muito boa. Era o assunto da cidade. É uma pena que maníacos como esses a tenham matado.
Consegui controlar minha raiva enquanto dava mais passos.
