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Os 10 Passos

"Se não tivesse amor, eu nada seria."

Esta foi a primeira frase que eu li. Aos cinco anos de idade ela martelava em minha cabeça dia e noite. Isso somado ao fato de ser filha do casal mais clichê da atualidade resultou em quem eu sou hoje. E foi a partir daí que todas as minhas brincadeiras giravam em torno de um único propósito: o amor.

No início eu fazia os casamentos das minhas bonecas. Meus desenhos eram sempre de uma noiva e seu noivo em um casamento elegante.

Eu tinha tantas ideias. Sonhava em casar pessoas, unir casais e espalhar o amor por todo lugar.

Eu fui crescendo e entendendo qual era a minha missão na vida. Saber tudo sobre o amor, como ele acontecia, como as pessoas reagiam e como eram conquistadas. Eu estudei tudo que a mitologia grega explicava sobre o assunto, como o "cupido" operava e como isso poderia se aplicar a minha realidade. Assisti filmes românticos, li livros clichês e, depois de muita pesquisa e observação, eu me sentia pronta pra falar sobre o assunto.

Aos doze anos minha missão de vida virou um ofício.

Meus amigos começaram a se apaixonar e, às vezes, a terem seus corações partidos.

O primeiro casal que juntei foi meu quase primo e minha melhor amiga. Eu queria testar as minhas "habilidades".

Estávamos nas férias do meio do ano. Tio Derek e tia Cat vieram passar alguns dias em nossa casa e trouxeram Josh com eles. Eu e meu "primo" tínhamos quase a mesma idade e nos dávamos muito bem.

Ao fim da tarde do nosso primeiro dia juntos, estávamos deitados no tapete felpudo da sala. Nossas barrigas empanturradas com todo fast-food que conseguimos comer e um filme aleatório passando na televisão.

— Mad, a Cecília ainda é sua melhor amiga? - Josh me pergunta e vejo seu rosto atingir um tom avermelhado.

— É sim. Por quê? - Me deito de barriga pra baixo para poder olhar melhor seu rosto e suas expressões. Ele olha pro teto e apoia a cabeça em suas mãos.

— Você pode convida-la pra vir aqui se quiser. Ela é legal, sabe?

Cerro os olhos pra ele.

— Ela é. Acho que vou chamá-la amanhã. Podemos ficar na piscina.

— Seria legal. - Ele sorri e tem seu olhar sonhador.

— Teve uma vez que ela me disse que você era bonitinho.

— Jura? - Ele levanta e me olha com expectativa. Assinto e seu sorriso se alarga. — Uau, eu sempre achei ela bonita.

— Você nem gostava de brincar com a gente. - Provoco.

— Isso é porque eu era um pirralho, Mad. Agora somos quase adolescentes, os tempos mudaram. - Josh esbanja confiança.

— Claro que mudaram, isso no seu rosto é um projeto de barba? - Noto os três pelinhos que muito cuidadosamente ele cuida.

— Sai pra lá, garota. Isso significa que eu estou mais pra homem do que pra menino.

— Eu aposto que sim. Mas eu acho que a Ceci não curte homens barbudos.

— Azar o dela.

Ele ficou pensativo por um tempo e não tocamos mais no assunto. Trocamos o filme e seguimos o resto da noite o assistindo. Quer dizer, eu estava pensando em como fazer pra juntar o casal.

Pra falar a verdade, não foi nada difícil. Indiretas aqui e ali, um momento a sós e voi lá. Minha melhor amiga teve seu primeiro beijo dos sonhos com meu quase primo.

Graças a mim, eles tiveram um romance de férias digno de ser escrito. A coisa não se desenvolveu por muito tempo, éramos muito novos e ninguém sabia o que realmente queria. Ou melhor dizendo, eles não sabiam o que queriam.

Mas eu tinha certeza. Eu seria uma cupido profissional.

(...)

Os anos foram passando e eu fui me tornando ainda melhor. Meus conselhos eram mais certeiros e eu tinha 100% de sucesso em tudo que eu fazia.

Minha fama foi se espalhando com o passar do tempo e isso acabou dificultando as coisas. Então, de cupido eu me tornei uma conselheira amorosa.

Eu andava pelo colégio como se fosse a Beyonce entrando no Super Bowl. Todo mundo sabia quem eu era porque eu era amiga de todos. Ok, eu era filha de Gabe e Charlotte Ruggiero, o que fazia meu rosto conhecido também.

Enfim, pra facilitar minha vida, desenvolvi uma espécie de cartilhas, que diziam como fazer em qual situação. A verdade é que eu percebi que a maioria dos casais seguia um padrão e não era tão difícil prever seus comportamentos.

Aos 16 anos, depois de inúmeros casais formados, eu ainda não sabia como era a coisa por experiência própria.

Não que eu já não tivesse ficado com alguns caras. Mas aquele romance todo que eu via diariamente, dentro da minha casa principalmente, não tinha acontecido comigo. Quer dizer, não até a manhã de hoje.

— Se você vier com mais uma dessas suas cartilhas eu juro que me enforco. - Cecília diz assim que eu chego com minha nova leva de folhetos educacionais.

— Eu só quero espalhar o amor. - Sorrio sem mostrar os dentes e coloco a pequena caixa dentro do meu armário. Ela pega um dos folhetos e começa a ler.

— Jura que você acha que algum garoto é capaz de seguir esses "10 passos para chegar ao coração" de alguém? - Tomo o papel da mão dela e o guardo dentro do armário.

— Se ele estiver apaixonado sim. - Ela segura o riso. — Para de zombar. Você mesma sabe que eu sou infalível.

— Você, mas é meio surreal achar que um garoto vai fazer tudo isso aí.

— Tudo isso o quê? - Peter, meu melhor amigo, já chega perguntando.

— Mad criou mais uma cartilha. - Cecília responde.

— Outra? - Ele questiona com as sobrancelhas levantadas. Ela assente. — Quantas formas você conhece de conquistar alguém?

— Sempre tem um jeito diferente. - Dou de ombros.

— Me convenceu. Quero uma cartilha dessas. - Ele pede.

— Pra quê? - Cerro os olhos para ele, que dá de ombros.

— Gosto de estar preparado.

Abro meu armário sem tirar meu olhar acusador de cima dele. Pego um folheto e coloco na palma de sua mão.

— Eu tenho que ser a primeira a saber. - Aviso.

— Você sempre é.

— Tá. Eu também quero um desses. Preciso ficar previnida se ver algum cara fazendo isso.

— Mad, não fica manjado demais? Se todos os caras começarem a fazer esses passos-

— Claro que não. As pessoas não agem da mesma forma, cada uma tem seu jeito. E não são passos, são conselhos.

Os meus dois amigos dão de ombros.

— Madson Square, a garota que eu queria ver. - Miguel, o sonho das garotas, chega e põe as mãos sobre meus ombros, me afastando de meus amigos.

— Fala.

— Quero que me ajude.

— Já te disse, nenhuma garota merece que eu ajude você a ser mais conquistador e galinha.

— Você me julga mal. - Ele faz biquinho.

— Me engana que eu gosto. - Ele continua com o biquinho. Cruzo os braços e cerro os olhos pra ele. — Já te disse, Miguel. Eu não compactuo com sua política de pegar e não se apegar.

— É diferente dessa vez, Mad. Acho que estou apaixonado.

Faço cara de tédio e o puxo, pela camisa, em direção ao meu armário. De lá tiro um dos meus novos folhetos e coloco em sua mão.

— Pro seu bem, espero que não esteja mentindo.

— Obrigado, Madson Square. Você não vai se arrepender. - Ele sorri com todos os dentes amostra.

— Espero que não.

Pego mais alguns folhetos e guardo na minha mochila, caso encontre mais algum "apaixonado".

(...)

A aula passa rápido e, finalmente, acaba. Me despeço de todos, pego meu carro e sigo caminho até a minha casa.

Da esquina eu já avisto um daqueles carrões prateados que está ali com o único propósito de chamar atenção.

Quando desço do meu carro, Zac está saindo de casa. Ele tem mais músculos do que da última vez que nos vimos, há uns 6 meses e está muito mais lindo também, se é que isso é possível.

— Oi MeM's. - Ele me cumprimenta pelo apelido que me deu desde que eu pedi 10000 desses chocolatinhos de aniversário pro meu pai.

Dou aquele sorriso sem graça e continuo a caminhada observando cada passo daquele "semi-deus".

O que eu não esperava é que tivesse uma pedra no meio do caminho. Sim, no meio do caminho tinha uma pedra. E foi ali que perdi minha dignidade e bem na frente do crush.

Alguns dos meus folhetos caíram e eu peguei o que deu, correndo pra casa logo em seguida.

Quando ia fechar a porta, cometi o erro de olhar para onde eu tinha caído. Zac estava lá, segurando um dos meus novos folhetos e lendo-o.

Acho que nunca senti tanta vergonha!

????????????

Oi gente,

Primeiro Cap (reescrito) dessa história que estou doida pra contar pra vocês.

O que acharam?

Conseguem ver traços do Gabe e da Charlie na Mad?

Pra quem não entendeu, a Mad é sim filha do nosso casal #Chargab

Quem vem comigo?

Deixem a estrelinha pra esse livro crescer muito, tá bom?

A inspiração dos personagens vou colocar aqui embaixo e vocês me dizem qual preferido de vocês? Tem shipper?

Amo vocês.

Beijos, S. ?

Maia Mitchell como Madson.

Rudy Mancuso como Josh (O "primo")

Dylan O'brien como Peter (O melhor amigo)

Tyler Posey como Miguel (o pegador)

Zac Efron como Zac (O vizinho)

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